Almanaque Republicano

21-01-2011
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28 de Maio de 1926"Em 28 de Outubro de 1922, em Portugal viviam-se as horas difíceis do pós-guerra e das tristes consequências da insurreição monárquica de 1919 a qual por sua vez, foi o epílogo do consulado sidonista, enquanto em Itália Mussolini ascendia rapidamente ao poder e o 'bluff' da marcha sobre Roma se propagava com foros de verdade incontroversa.O problema do regime (Monarquia ou República) era o fulcro em torno do qual se desenrolavam ainda os principais episódios da vida política nacional e a derrota dos monárquicos afastara, aparentemente, a hipótese de um retorno ofensivo dos inimigos da República que, entretanto, se digladiavam em lutas caracterizadas por violência crescente.Essa derrota, porém, em vez de unir os monárquicos agravou as suas divisões, enquanto fenómenos novos, de projecção internacional, entre os quais o advento do fascismo, relegavam para o 2º plano o duelo que, na década de 1910-1920, opusera os portugueses republicanos, de um lado, e monárquicos do outro. Neste contexto, Mussolini e o fascismo, decorriam uma névoa de choques a que os portugueses dos anos que precederam e se seguiram à marcha sobre Roma não atribuíram grande importância, embora ela ocultasse o regresso às actividades conspiratórias dos inimigos da República e da Democracia, enquanto no campo monárquico e no campo católico os inimigos da República se adaptavam à derrota e nela criavam forças para nova ofensiva a qual teve o seu ponto culminante no movimento militar de 28 de Maio de 1926, prólogo do salazarismo …”[Carlos Ferrão, A História Secreta do Fascismo Português, in Diário Popular, 3/11/76 - sublinhados nossos]Foto: O marechal Carmona e Oliveira Salazar na abertura solene da Assembleia Nacional (1935), por Amadeu Ferrari, in Arquivo Fotográfico.J.M.M.


28 de Maio de 1926"Em 28 de Outubro de 1922, em Portugal viviam-se as horas difíceis do pós-guerra e das tristes consequências da insurreição monárquica de 1919 a qual por sua vez, foi o epílogo do consulado sidonista, enquanto em Itália Mussolini ascendia rapidamente ao poder e o 'bluff' da marcha sobre Roma se propagava com foros de verdade incontroversa.O problema do regime (Monarquia ou República) era o fulcro em torno do qual se desenrolavam ainda os principais episódios da vida política nacional e a derrota dos monárquicos afastara, aparentemente, a hipótese de um retorno ofensivo dos inimigos da República que, entretanto, se digladiavam em lutas caracterizadas por violência crescente.Essa derrota, porém, em vez de unir os monárquicos agravou as suas divisões, enquanto fenómenos novos, de projecção internacional, entre os quais o advento do fascismo, relegavam para o 2º plano o duelo que, na década de 1910-1920, opusera os portugueses republicanos, de um lado, e monárquicos do outro. Neste contexto, Mussolini e o fascismo, decorriam uma névoa de choques a que os portugueses dos anos que precederam e se seguiram à marcha sobre Roma não atribuíram grande importância, embora ela ocultasse o regresso às actividades conspiratórias dos inimigos da República e da Democracia, enquanto no campo monárquico e no campo católico os inimigos da República se adaptavam à derrota e nela criavam forças para nova ofensiva a qual teve o seu ponto culminante no movimento militar de 28 de Maio de 1926, prólogo do salazarismo …”[Carlos Ferrão, A História Secreta do Fascismo Português, in Diário Popular, 3/11/76 - sublinhados nossos]Foto: O marechal Carmona e Oliveira Salazar na abertura solene da Assembleia Nacional (1935), por Amadeu Ferrari, in Arquivo Fotográfico.J.M.M.

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