Na estrada com José Sócrates

17-11-2013
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Alegre pede um Governo "de esquerda. A esquerda possível" Cristina Figueiredo 21:42 Sábado, 19 de setembro de 2009 Manuel Alegre discursou ao princípio da noite no pavilhão da Académica, depois de Ana Jorge e antes de José Sócrates. Disse estar ali para "apoiar o PS no essencial: derrubar a direita" e ajudar a eleger "um Governo de esquerda. A esquerda possível". Contra a direita neoliberal; contra aqueles que querem "um Governo que rasgue as políticas sociais e transforme o Estado mínimo num Estado máximo para os poderosos"; contra "a regressão na economia, nas políticas públicas, nos direitos sociais, na democracia". O discurso de Manuel Alegre no comício de Coimbra foi, como não podia deixar de ser, do contra. Uma intervenção recheada de referências ideológicas, como poucas têm sido nesta campanha eleitoral. O histórico socialista lembrou ter sido "muitas vezes cabeça-de-lista por Coimbra". "Desta vez, não sou por vontade própria", recordou, referindo-se ao facto de, pela primeira vez em 35 anos, não integrar as listas de deputados do PS e disso ter resultado também do facto de discordar da orientação política que José Sócrates impôs a várias áreas da governação durante esta legislatura. "A esquerda possível" Alegre nunca teve uma palavra de particular simpatia para com a actual direcção do PS, ao longo dos 12 minutos em que interveio. Deixou claro que o que o moveu a juntar-se a Sócrates neste momento de campanha eleitoral foi tão-só "o essencial: derrubar a direita". E mesmo no final, quando apelou ao voto em José Sócrates, fê-lo como quem escolhe... o mal menor: "Entre Manuela Ferreira Leite e José Sócrates eu escolho, sem ambiguidades, José Sócrates. Entre o PS e o PSD eu estou, como não podia deixar de ser, com o meu partido". "Portugal não precisa do regresso da direita. Precisa de um Governo de esquerda, da esquerda possível", explicou o histórico socialista, numa subtil referência ao facto de o PS de Sócrates não coincidir totalmente com o que ele entende serem os verdadeiros valores da esquerda. Prosseguindo os 'recados', Alegre pediu ainda "um Governo que seja também capaz de se renovar, de repensar, de ser ele próprio factor de mudança, de não se esquecer que o poder não é um fim em si mesmo, é um meio para servir as pessoas". A diferença que faz um cravo vermelho O Serviço Nacional de Saúde - que desde ontem à noite, em Braga, tem vindo a ser um dos temas mais referidos - foi ainda o pretexto para Manuel Alegre elencar as diferenças, "as muitas", que existem entre PS e PSD. "No programa do PSD não há uma referência ao SNS e essa omissão é em si mesma um programa político", disse Alegre, qualificando o SNS como "a medida socialmente mais avançada da nossa democracia", "a medida mais socialista" que o PS tomou. O SNS, prosseguiu, "é a maior diferença entre PS e PSD. Mas há muitas mais", afirmou, elencando a defesa so investimento público e do papel do Estado nas políticas sociais, as leis da paridade, do divórcio e da Interrupção Voluntária da Gravidez, a visão aberta ao mundo, "o cravo vermelho na lapela nas comemorações oficiais do 25 de Abril". Para concluir: "O mundo não precisa de mais direita no poder. Foi a direita que provocou a crise que estamos a viver à escala mundial".

Alegre pede um Governo "de esquerda. A esquerda possível" Cristina Figueiredo 21:42 Sábado, 19 de setembro de 2009 Manuel Alegre discursou ao princípio da noite no pavilhão da Académica, depois de Ana Jorge e antes de José Sócrates. Disse estar ali para "apoiar o PS no essencial: derrubar a direita" e ajudar a eleger "um Governo de esquerda. A esquerda possível". Contra a direita neoliberal; contra aqueles que querem "um Governo que rasgue as políticas sociais e transforme o Estado mínimo num Estado máximo para os poderosos"; contra "a regressão na economia, nas políticas públicas, nos direitos sociais, na democracia". O discurso de Manuel Alegre no comício de Coimbra foi, como não podia deixar de ser, do contra. Uma intervenção recheada de referências ideológicas, como poucas têm sido nesta campanha eleitoral. O histórico socialista lembrou ter sido "muitas vezes cabeça-de-lista por Coimbra". "Desta vez, não sou por vontade própria", recordou, referindo-se ao facto de, pela primeira vez em 35 anos, não integrar as listas de deputados do PS e disso ter resultado também do facto de discordar da orientação política que José Sócrates impôs a várias áreas da governação durante esta legislatura. "A esquerda possível" Alegre nunca teve uma palavra de particular simpatia para com a actual direcção do PS, ao longo dos 12 minutos em que interveio. Deixou claro que o que o moveu a juntar-se a Sócrates neste momento de campanha eleitoral foi tão-só "o essencial: derrubar a direita". E mesmo no final, quando apelou ao voto em José Sócrates, fê-lo como quem escolhe... o mal menor: "Entre Manuela Ferreira Leite e José Sócrates eu escolho, sem ambiguidades, José Sócrates. Entre o PS e o PSD eu estou, como não podia deixar de ser, com o meu partido". "Portugal não precisa do regresso da direita. Precisa de um Governo de esquerda, da esquerda possível", explicou o histórico socialista, numa subtil referência ao facto de o PS de Sócrates não coincidir totalmente com o que ele entende serem os verdadeiros valores da esquerda. Prosseguindo os 'recados', Alegre pediu ainda "um Governo que seja também capaz de se renovar, de repensar, de ser ele próprio factor de mudança, de não se esquecer que o poder não é um fim em si mesmo, é um meio para servir as pessoas". A diferença que faz um cravo vermelho O Serviço Nacional de Saúde - que desde ontem à noite, em Braga, tem vindo a ser um dos temas mais referidos - foi ainda o pretexto para Manuel Alegre elencar as diferenças, "as muitas", que existem entre PS e PSD. "No programa do PSD não há uma referência ao SNS e essa omissão é em si mesma um programa político", disse Alegre, qualificando o SNS como "a medida socialmente mais avançada da nossa democracia", "a medida mais socialista" que o PS tomou. O SNS, prosseguiu, "é a maior diferença entre PS e PSD. Mas há muitas mais", afirmou, elencando a defesa so investimento público e do papel do Estado nas políticas sociais, as leis da paridade, do divórcio e da Interrupção Voluntária da Gravidez, a visão aberta ao mundo, "o cravo vermelho na lapela nas comemorações oficiais do 25 de Abril". Para concluir: "O mundo não precisa de mais direita no poder. Foi a direita que provocou a crise que estamos a viver à escala mundial".

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