o tempo das cerejas*: Bento XVI e os 50 anos do Cristo-Rei

20-05-2011
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Ingrato, mal informadoou igual a si próprio Mais com indignação do que com surpresa, da leitura da notícia do Público de hoje retiro a conclusão que não foi de responsáveis da Igreja Católica Portuguesa mas sim do Papa Bento XVI que, sobre a cerimónia comemorativa dos 50 anos do Cristo-Rei em Almada, foram lançadas velhas e bafientas palavras de intolerância e agressão ideológica.Com efeito, sobre a mensagem lida de Bento XVI (draft do Cardeal Saraiva Martins ?), leio no Público que «A celebração eucarística abriu com a leitura de uma carta do Papa Bento XVI a lembrar as razões por que o monumento foi construído: "Pela paz e pela prosperidade em que se encontrava a sua nação, face ao avanço da doutrina comunista no mundo, da predominância da guerra civil na vizinha Espanha, [...] contra o ateísmo".É dificil em tão poucas palavras revelar tanta coisa de impróprio, de belicoso e chocante. Desde a visão salazarista sobre a nossa «paz e prosperidade» até à referência à guerra civil de Espanha (que terminou 20 anos antes da inauguração do monumento), até ao combate ao comunismo que, como todos sabemos foi quem, durante 48 anos, oprimiu, prendeu, torturou e assassinou portugueses e não Salazar e o regime fascista que, de braço dado com o Cardeal Cerejeira, tão bem instrumentalizaram a inauguração do monumento.Além do mais, pelos vistos, ninguém disse a Bento XVI que as cerimónias iam decorrer num concelho que, por força do voto popular e desde 1976, é ininterruptamente governado por comunistas e que comunista é a actual Presidente da Câmara (e suponho que também crente e escrevo suponho porque é antiquissima regra no PCP nada se perguntar a ninguêm sobre as suas convicções religiosas) que, a meu ver, justa e acertadamente prestou uma significativa colaboração às cerimónias de ontem.Tudo visto, ficamos uma vez mais a saber quem realmente pratica a tolerância e quem não perde a oportunidade de ressuscitar a sua velha intolerância. E, por mim, desconfio seriamente que nunca ninguêm disse a Bento XVI que em Portugal houve um «pormaior» chamado 25 de Abril de 1974.


Ingrato, mal informadoou igual a si próprio Mais com indignação do que com surpresa, da leitura da notícia do Público de hoje retiro a conclusão que não foi de responsáveis da Igreja Católica Portuguesa mas sim do Papa Bento XVI que, sobre a cerimónia comemorativa dos 50 anos do Cristo-Rei em Almada, foram lançadas velhas e bafientas palavras de intolerância e agressão ideológica.Com efeito, sobre a mensagem lida de Bento XVI (draft do Cardeal Saraiva Martins ?), leio no Público que «A celebração eucarística abriu com a leitura de uma carta do Papa Bento XVI a lembrar as razões por que o monumento foi construído: "Pela paz e pela prosperidade em que se encontrava a sua nação, face ao avanço da doutrina comunista no mundo, da predominância da guerra civil na vizinha Espanha, [...] contra o ateísmo".É dificil em tão poucas palavras revelar tanta coisa de impróprio, de belicoso e chocante. Desde a visão salazarista sobre a nossa «paz e prosperidade» até à referência à guerra civil de Espanha (que terminou 20 anos antes da inauguração do monumento), até ao combate ao comunismo que, como todos sabemos foi quem, durante 48 anos, oprimiu, prendeu, torturou e assassinou portugueses e não Salazar e o regime fascista que, de braço dado com o Cardeal Cerejeira, tão bem instrumentalizaram a inauguração do monumento.Além do mais, pelos vistos, ninguém disse a Bento XVI que as cerimónias iam decorrer num concelho que, por força do voto popular e desde 1976, é ininterruptamente governado por comunistas e que comunista é a actual Presidente da Câmara (e suponho que também crente e escrevo suponho porque é antiquissima regra no PCP nada se perguntar a ninguêm sobre as suas convicções religiosas) que, a meu ver, justa e acertadamente prestou uma significativa colaboração às cerimónias de ontem.Tudo visto, ficamos uma vez mais a saber quem realmente pratica a tolerância e quem não perde a oportunidade de ressuscitar a sua velha intolerância. E, por mim, desconfio seriamente que nunca ninguêm disse a Bento XVI que em Portugal houve um «pormaior» chamado 25 de Abril de 1974.

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