o tempo das cerejas*: A cassete de V.P.V. (Correia Guedes)

23-01-2011
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O homem sem emenda Provavelmente reconfortado pela «autoridade» de ter sido o autor de um «famoso» (não por boas razões) «ensaio» sobre o 25 de Abril publicado no DN em 2004 ( e que, na época, julgo ter espatifado com apenas 284 palavras - ler aqui), Vasco Pulido Valente escreve hoje no Público que «Foi por isso que o 25 de Abril teve tanto de teatral. Consciente ou inconscientemente, as figuras do drama ou do melodrama, copiavam uma tradição. A chegada de Álvaro Cunhal com o discurso em cima da chaimite copiava a chegada de Lenine à estação da Finlândia. O cerco da Assembleia copiava o cerco à Convenção. (...) De resto, não se pode em rigor chamar ao Abril de Abril uma «revolução». Em sentido técnico, o 25 de Abril não passou de um pronunciamento militar».Feita a citação, só me resta acrescentar duas coisas: a primeira é que, quanto a «Cunhal e a chaimite» e quanto ao «cerco da Assembleia, já pus os pontos nos is aqui e aqui e ninguém piou; a segunda é que pelo menos os comunistas nunca chamaram ao acto libertador do dia 25 de Abril uma «revolução» mas sim um «levantamento militar» que, sendo seguido depois por um vasto e impressionante levantamento e intervenção populares, deram então corpo ao exaltante e acidentado processo de uma revolução popular, militar e democrática que se pode considerar ter durado até ao 25 de Novembro de 1975.Mas estejemos descansados: ensimesmado nas suas dogmáticas certezas e afundado num visão folhetinesca da história contemporânea, para o ano e que vem e para os outros, Vasco Pulido Valente lá voltará a escrever o que já escreveu cem vezes, sem que ninguém classifique isso de cassete.


O homem sem emenda Provavelmente reconfortado pela «autoridade» de ter sido o autor de um «famoso» (não por boas razões) «ensaio» sobre o 25 de Abril publicado no DN em 2004 ( e que, na época, julgo ter espatifado com apenas 284 palavras - ler aqui), Vasco Pulido Valente escreve hoje no Público que «Foi por isso que o 25 de Abril teve tanto de teatral. Consciente ou inconscientemente, as figuras do drama ou do melodrama, copiavam uma tradição. A chegada de Álvaro Cunhal com o discurso em cima da chaimite copiava a chegada de Lenine à estação da Finlândia. O cerco da Assembleia copiava o cerco à Convenção. (...) De resto, não se pode em rigor chamar ao Abril de Abril uma «revolução». Em sentido técnico, o 25 de Abril não passou de um pronunciamento militar».Feita a citação, só me resta acrescentar duas coisas: a primeira é que, quanto a «Cunhal e a chaimite» e quanto ao «cerco da Assembleia, já pus os pontos nos is aqui e aqui e ninguém piou; a segunda é que pelo menos os comunistas nunca chamaram ao acto libertador do dia 25 de Abril uma «revolução» mas sim um «levantamento militar» que, sendo seguido depois por um vasto e impressionante levantamento e intervenção populares, deram então corpo ao exaltante e acidentado processo de uma revolução popular, militar e democrática que se pode considerar ter durado até ao 25 de Novembro de 1975.Mas estejemos descansados: ensimesmado nas suas dogmáticas certezas e afundado num visão folhetinesca da história contemporânea, para o ano e que vem e para os outros, Vasco Pulido Valente lá voltará a escrever o que já escreveu cem vezes, sem que ninguém classifique isso de cassete.

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