“Para Portugal, especificamente, são péssimas notícias”, disse à agência Lusa a deputada Ana Drago, sublinhando que o Banco Central Europeu (BCE) decidiu “só intervir no mercado secundário da dívida soberana de países que não estejam sob programas de ajustamento, de intervenção, e portanto, que tenham acesso ao mercado”.
Como Portugal “está fora dos mercados até, eventualmente, Setembro de 2013”, isso “significa que Portugal fica excluído de qualquer intervenção e de qualquer auxílio por parte do Banco Central Europeu”, sublinhou, acrescentando que, dada a “situação de recessão” da economia, é provável que nem dentro de um ano Portugal consiga voltar aos mercados.
“Isto cria uma situação de ciclo vicioso. Portugal tem problemas de colocação de divida pública nos mercados financeiros e por isso é-lhe aplicado este programa da ‘troika’ com estes efeitos recessivos. O que significa que não consegue regressar aos mercados e não tem a intervenção e a ajuda do BCE. E portanto é uma coisa que não resolve nenhum dos problemas do contexto português”, afirmou Ana Drago.
“Não temos a ajuda e a intervenção do BCE que permita melhora as condições de colocação de divida pública de modo a poder regressar aos mercados e porque não estamos nos mercados não temos a ajuda do BCE. Há um aqui um ciclo vicioso que na situação portuguesa é particularmente trágica”, sintetizou.
Ana Drago acrescentou não saber “o que vai acontecer à dívida portuguesa”, mas sublinhou que “claramente” com as medidas de “austeridade que têm vindo a ser impostas” e que “têm tido efeitos recessivos e têm tido o efeito de agravar a situação da divida”, só “dificilmente” Portugal conseguirá voltar aos mercados em Setembro de 2013.
“E portanto aquilo que poderia ser uma fundamental, que era a intervenção do BCE através do mercado secundário, não vai acontecer”, sublinhou.
A deputada do Bloco de Esquerda lamentou ainda que “se mantenha esta situação paradoxal que é o BCE emprestar aos bancos e ao mercado financeiro que causaram esta crise a taxas reduzidíssimas de 1% mas não auxiliar os povos e os estados democráticos que pertencem à união monetária do euro”.
“Não são boas decisões e, para o caso português, são particularmente preocupantes para o futuro”, afirmou.
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“Para Portugal, especificamente, são péssimas notícias”, disse à agência Lusa a deputada Ana Drago, sublinhando que o Banco Central Europeu (BCE) decidiu “só intervir no mercado secundário da dívida soberana de países que não estejam sob programas de ajustamento, de intervenção, e portanto, que tenham acesso ao mercado”.
Como Portugal “está fora dos mercados até, eventualmente, Setembro de 2013”, isso “significa que Portugal fica excluído de qualquer intervenção e de qualquer auxílio por parte do Banco Central Europeu”, sublinhou, acrescentando que, dada a “situação de recessão” da economia, é provável que nem dentro de um ano Portugal consiga voltar aos mercados.
“Isto cria uma situação de ciclo vicioso. Portugal tem problemas de colocação de divida pública nos mercados financeiros e por isso é-lhe aplicado este programa da ‘troika’ com estes efeitos recessivos. O que significa que não consegue regressar aos mercados e não tem a intervenção e a ajuda do BCE. E portanto é uma coisa que não resolve nenhum dos problemas do contexto português”, afirmou Ana Drago.
“Não temos a ajuda e a intervenção do BCE que permita melhora as condições de colocação de divida pública de modo a poder regressar aos mercados e porque não estamos nos mercados não temos a ajuda do BCE. Há um aqui um ciclo vicioso que na situação portuguesa é particularmente trágica”, sintetizou.
Ana Drago acrescentou não saber “o que vai acontecer à dívida portuguesa”, mas sublinhou que “claramente” com as medidas de “austeridade que têm vindo a ser impostas” e que “têm tido efeitos recessivos e têm tido o efeito de agravar a situação da divida”, só “dificilmente” Portugal conseguirá voltar aos mercados em Setembro de 2013.
“E portanto aquilo que poderia ser uma fundamental, que era a intervenção do BCE através do mercado secundário, não vai acontecer”, sublinhou.
A deputada do Bloco de Esquerda lamentou ainda que “se mantenha esta situação paradoxal que é o BCE emprestar aos bancos e ao mercado financeiro que causaram esta crise a taxas reduzidíssimas de 1% mas não auxiliar os povos e os estados democráticos que pertencem à união monetária do euro”.
“Não são boas decisões e, para o caso português, são particularmente preocupantes para o futuro”, afirmou.