XimPi

23-12-2009
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"Canção para Luanda"A pergunta no arno marna boca de todos nós:- Luanda onde está?Silêncio nas ruasSilêncio nas bocasSilêncio nos olhos- Xémana Rosa peixeiraresponde?-ManoNão pode respondertem de vendercorrer a cidadese quer comer!"Olá almoço, olá almoçoeeematona calapauji ferrera ji ferrereee"- E vocêmana Maria quintandeiravendendo maboquesos seios-maboquegritando, saltandoos pés percorrendocaminhos vermelhosde todos os dias?"maboque, m'boquinha boadoce docinha"- Manonão pode respondero tempo é pequenopara vender!Zefa mulatao corpo vendidobaton nos lábiosos brincos de latasorriabrindo o seu corpo- seu corpo cubata!Seu corpo vendidoviajadode noite e de dia.- Luanda onde está?Mana Zefa mulatao corpo cubataos brincos de latavai-se deitarcom quem lhe pagar- precisa comer!- Mano dos jornaisLuanda onde está?As casa antigaso barro vermelhoas nossas cantigastractor derrubou?Meninos das ruascacambulasquigosasbrincadeiras minhas e tuasasfalto matou?- ManosRosa peixeiraquitandeira Mariavocê tambémZefa mulatados brincos de lata- Luanda onde está?Sorrindoas quindas no chãolaranjas e peixemaboque docinhoa esperança nos olhosa certeza nas mãosmana Rosa peixeiraquitandeira MariaZefa mulata- os panos pintadosgarridos, caidosmostraram o coração:- Luanda está aqui!Luandino VieiraPseudónimo literário do escritor angolano José Vieira Mateus da Graça que nasceu na Lagoa do Furadouro (Vila Nova de Ourém, Portugal, a 4 de Maio de [[1935}}. Tornou-se cidadão angolano por combater ao lado do MPLA contra o domínio português naquela colónia e por ter contribuindo para a criação da República Popular de Angola. . Foi preso pela PIDE, em 1959, acusado de ligações ao movimento independentista (Processo dos 50), tendo sido libertado pouco tempo depois. Em 1961, a Sociedade Portuguesa de Autores, então presidida por Manuel da Fonseca, decide atribuir-lhe o Prémio Castelo Branco, pela sua obra Luuanda. Tal acção fez com a PIDE/DGS levasse a cabo uma acção de "desmantelamento" da SPA. Nesse mesmo ano, voltaria a ser detido sendo condenado a 14 anos de prisão. Cumpriu a pena no Tarrafal, em Cabo Verde. Regressou a Portugal em 1972 em liberdade condicional e com residência fixa em Lisboa. Em 1975, com a Independência regressou a Angola onde ficou até 1992. Com o fiasco das primeiras eleições livres e com o recomeço de uma nova guerra civil decide regressar a Portugal e isola-se de tudo e de todas na herdade de um amigo no Minho, onde se torna agricultor. Vencedor do Prémio Camões 2006, o maior galardão literário para a língua portuguesa, que recusou "por motivos íntimos e pessoais" segundo o que alegou num comunicado de imprensa. Contudo sabe-se por entrevistas dadas sobretudo ao JL, (Jornal de Letras Artes & Ideias), que não aceitou o prémio por se considerar um escritor morto e que como tal o Prémio deveria ser entregue a alguém que continuasse a produzir. Tal facto veio-se alterar pois já havia rumores que Luandino Vieira estava a preparar uma nova obra, que iria sair a lume em 2006.FONTE: Wikipedia


"Canção para Luanda"A pergunta no arno marna boca de todos nós:- Luanda onde está?Silêncio nas ruasSilêncio nas bocasSilêncio nos olhos- Xémana Rosa peixeiraresponde?-ManoNão pode respondertem de vendercorrer a cidadese quer comer!"Olá almoço, olá almoçoeeematona calapauji ferrera ji ferrereee"- E vocêmana Maria quintandeiravendendo maboquesos seios-maboquegritando, saltandoos pés percorrendocaminhos vermelhosde todos os dias?"maboque, m'boquinha boadoce docinha"- Manonão pode respondero tempo é pequenopara vender!Zefa mulatao corpo vendidobaton nos lábiosos brincos de latasorriabrindo o seu corpo- seu corpo cubata!Seu corpo vendidoviajadode noite e de dia.- Luanda onde está?Mana Zefa mulatao corpo cubataos brincos de latavai-se deitarcom quem lhe pagar- precisa comer!- Mano dos jornaisLuanda onde está?As casa antigaso barro vermelhoas nossas cantigastractor derrubou?Meninos das ruascacambulasquigosasbrincadeiras minhas e tuasasfalto matou?- ManosRosa peixeiraquitandeira Mariavocê tambémZefa mulatados brincos de lata- Luanda onde está?Sorrindoas quindas no chãolaranjas e peixemaboque docinhoa esperança nos olhosa certeza nas mãosmana Rosa peixeiraquitandeira MariaZefa mulata- os panos pintadosgarridos, caidosmostraram o coração:- Luanda está aqui!Luandino VieiraPseudónimo literário do escritor angolano José Vieira Mateus da Graça que nasceu na Lagoa do Furadouro (Vila Nova de Ourém, Portugal, a 4 de Maio de [[1935}}. Tornou-se cidadão angolano por combater ao lado do MPLA contra o domínio português naquela colónia e por ter contribuindo para a criação da República Popular de Angola. . Foi preso pela PIDE, em 1959, acusado de ligações ao movimento independentista (Processo dos 50), tendo sido libertado pouco tempo depois. Em 1961, a Sociedade Portuguesa de Autores, então presidida por Manuel da Fonseca, decide atribuir-lhe o Prémio Castelo Branco, pela sua obra Luuanda. Tal acção fez com a PIDE/DGS levasse a cabo uma acção de "desmantelamento" da SPA. Nesse mesmo ano, voltaria a ser detido sendo condenado a 14 anos de prisão. Cumpriu a pena no Tarrafal, em Cabo Verde. Regressou a Portugal em 1972 em liberdade condicional e com residência fixa em Lisboa. Em 1975, com a Independência regressou a Angola onde ficou até 1992. Com o fiasco das primeiras eleições livres e com o recomeço de uma nova guerra civil decide regressar a Portugal e isola-se de tudo e de todas na herdade de um amigo no Minho, onde se torna agricultor. Vencedor do Prémio Camões 2006, o maior galardão literário para a língua portuguesa, que recusou "por motivos íntimos e pessoais" segundo o que alegou num comunicado de imprensa. Contudo sabe-se por entrevistas dadas sobretudo ao JL, (Jornal de Letras Artes & Ideias), que não aceitou o prémio por se considerar um escritor morto e que como tal o Prémio deveria ser entregue a alguém que continuasse a produzir. Tal facto veio-se alterar pois já havia rumores que Luandino Vieira estava a preparar uma nova obra, que iria sair a lume em 2006.FONTE: Wikipedia

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