CANHOTICES: Em busca dos renovadores perdidos

22-12-2009
marcar artigo


A comunicação social anda muito desgostosa. A cerca de um mês do congresso do PCP não há "sangue"!- e não é por falta de esforço...andam desesperadamente em busca de histórias escabrosas.Depois da novela da "piscadela" de olho ao Bloco, da novela Agostinho Lopes, seguiu-se hoje o episódio Octávio Teixeira e a sua entrevista ao Rádio Clube Português e amplificada pelo Expresso e afins. Inclusive no site do Bloco de Esquerda.Em primeiro lugar esclareça-se: 1 - as Teses estão neste momento em discussão ( num amplo debate por todo o país, procurando todos os militantes do Partido.)2 - Os militantes do Partido têm voz para poderem discordar das teses no seu conjunto ou parcialmente. Aliás dada a extensão do documento que é público ( algo próprio de um partido que se afirma na concepção e na prática com Paredes de Vidro) é perfeitamente natural que num ponto ou noutro haja militantes que apontem discordâncias - podendo inclusive apresentar ao congresso propostas de alteração ( independentemente de virem a ser ou não delegados do congresso). Esta regra vale para todos os militantes, independentemente das responsabilidades assumidas no passado ou no presente e portanto vale igualmente para o militante Octávio Teixeira. Mas afinal o que afirmou Octávio Teixeira, que tanto escândalo levantou:"Nunca a Coreia do Norte foi considerada pelo PCP como um país socialista e não vejo razão nenhuma para alterar essa posição". A minha interpretação pessoal é que o PCP nas teses mantém esta concepção. Por mim interpreto-o assim. Por mim assino por baixo, neste ponto as teses e subscrevo a opinião de Octávio Teixeira - sem espinhas!!! Analisemos as teses:Os jornais ( e até já o primeiro ministro o fez) têm citado frequentemente o seguinte parágrafo das teses: "Importante realidade do quadro internacional, nomeadamente pelo seu papel de resistência à «nova ordem» imperialista, são os países que definem como orientação e objectivo a construção duma sociedade socialista - Cuba, China, Vietname, Laos e R.D.P. da Coreia" .~ Acontece que neste mesmo ponto das teses ( 1.3.14. ) o Partido Comunista Português sublinha: "Independentemente das avaliações diferenciadas em relação aos caminhos e às características destes processos, e das interrogações e inquietações que nos possam suscitar, face à concepção programática própria do PCP de socialismo para Portugal, mas entendendo que não há modelos nem vias únicas para a construção da nova sociedade liberta da exploração do homem pelo homem, o PCP considera de fundamental importância reconhecer e assegurar o direito dos povos destes países a decidir livremente sobre o seu próprio caminho. É esse o seu interesse e o interesse da causa do progresso social e da paz em todo o mundo. " O que as teses do Partido neste ponto pretendem realçar é que todos os países que afirmem como orientação a construção de uma sociedade socialista são imediatamente alvos de ataque do Império Americano, como se coubesse aos EUA esse magnífico e exultante papel de indicar aos povos do mundo o seu caminho. Ler uma parte do texto sem ler o restante e daí pretender concluir alguma coisa não é de todo um bom método de análise.Mas este não é o local para discutir as teses do PCP! Assumo-o e jamais tomarei aqui qualquer opinião até ao Congresso. Abri esta excepção apenas e só para destacar a esta ânsia da Comunicação Social em busca de qualquer coisinha com sangue no PCP.Enquanto os jornais continuam a discutir estas novelas, os militantes do PCP, distinguem e honram o seu partido como um partido militantemente diferente de todos: onde em centenas de reuniões, por todo o país se debate livremente, em todos os níveis, em todas as organizações, as ideias, as causas as convicções e as nossas práticas.Confesso: Não consigo conceber a discussão das teses fora deste contexto militante.Quando se chegar ao fim de novembro, ao Campo Pequeno, o essencial do Congresso está feito. Porque o Partido Comunista Português foi, é e será, sempre, aquilo que os seus militantes quiserem que seja!É assim que se faz um grande Congresso.É assim que se afirma um grande Partido!


A comunicação social anda muito desgostosa. A cerca de um mês do congresso do PCP não há "sangue"!- e não é por falta de esforço...andam desesperadamente em busca de histórias escabrosas.Depois da novela da "piscadela" de olho ao Bloco, da novela Agostinho Lopes, seguiu-se hoje o episódio Octávio Teixeira e a sua entrevista ao Rádio Clube Português e amplificada pelo Expresso e afins. Inclusive no site do Bloco de Esquerda.Em primeiro lugar esclareça-se: 1 - as Teses estão neste momento em discussão ( num amplo debate por todo o país, procurando todos os militantes do Partido.)2 - Os militantes do Partido têm voz para poderem discordar das teses no seu conjunto ou parcialmente. Aliás dada a extensão do documento que é público ( algo próprio de um partido que se afirma na concepção e na prática com Paredes de Vidro) é perfeitamente natural que num ponto ou noutro haja militantes que apontem discordâncias - podendo inclusive apresentar ao congresso propostas de alteração ( independentemente de virem a ser ou não delegados do congresso). Esta regra vale para todos os militantes, independentemente das responsabilidades assumidas no passado ou no presente e portanto vale igualmente para o militante Octávio Teixeira. Mas afinal o que afirmou Octávio Teixeira, que tanto escândalo levantou:"Nunca a Coreia do Norte foi considerada pelo PCP como um país socialista e não vejo razão nenhuma para alterar essa posição". A minha interpretação pessoal é que o PCP nas teses mantém esta concepção. Por mim interpreto-o assim. Por mim assino por baixo, neste ponto as teses e subscrevo a opinião de Octávio Teixeira - sem espinhas!!! Analisemos as teses:Os jornais ( e até já o primeiro ministro o fez) têm citado frequentemente o seguinte parágrafo das teses: "Importante realidade do quadro internacional, nomeadamente pelo seu papel de resistência à «nova ordem» imperialista, são os países que definem como orientação e objectivo a construção duma sociedade socialista - Cuba, China, Vietname, Laos e R.D.P. da Coreia" .~ Acontece que neste mesmo ponto das teses ( 1.3.14. ) o Partido Comunista Português sublinha: "Independentemente das avaliações diferenciadas em relação aos caminhos e às características destes processos, e das interrogações e inquietações que nos possam suscitar, face à concepção programática própria do PCP de socialismo para Portugal, mas entendendo que não há modelos nem vias únicas para a construção da nova sociedade liberta da exploração do homem pelo homem, o PCP considera de fundamental importância reconhecer e assegurar o direito dos povos destes países a decidir livremente sobre o seu próprio caminho. É esse o seu interesse e o interesse da causa do progresso social e da paz em todo o mundo. " O que as teses do Partido neste ponto pretendem realçar é que todos os países que afirmem como orientação a construção de uma sociedade socialista são imediatamente alvos de ataque do Império Americano, como se coubesse aos EUA esse magnífico e exultante papel de indicar aos povos do mundo o seu caminho. Ler uma parte do texto sem ler o restante e daí pretender concluir alguma coisa não é de todo um bom método de análise.Mas este não é o local para discutir as teses do PCP! Assumo-o e jamais tomarei aqui qualquer opinião até ao Congresso. Abri esta excepção apenas e só para destacar a esta ânsia da Comunicação Social em busca de qualquer coisinha com sangue no PCP.Enquanto os jornais continuam a discutir estas novelas, os militantes do PCP, distinguem e honram o seu partido como um partido militantemente diferente de todos: onde em centenas de reuniões, por todo o país se debate livremente, em todos os níveis, em todas as organizações, as ideias, as causas as convicções e as nossas práticas.Confesso: Não consigo conceber a discussão das teses fora deste contexto militante.Quando se chegar ao fim de novembro, ao Campo Pequeno, o essencial do Congresso está feito. Porque o Partido Comunista Português foi, é e será, sempre, aquilo que os seus militantes quiserem que seja!É assim que se faz um grande Congresso.É assim que se afirma um grande Partido!

marcar artigo