O Pastelinho: As eleições

03-08-2010
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Para evitar grandes testamentos - é sempre assim, eu escrevo uma vez por semana 230 posts e depois vou-me embora - vou tentar ser o mais sintético e prático possível na minha opinião sobre as eleições de passado domingo.Mais +PS - É o único que pode falar em grande vitória, porque foi o único que a teve, a grande vitória. Ganhou com maioria absoluta e atingiu todos os seus objectivos. Mas não deixo de notar que um partido essencial na história e com uma presença activa na nossa democracia só tenha conseguido a maioria absoluta agora, e com José Sócrates (!!), quando não a conseguiu com Mário Soares e António Guterres. Teve-a em circunstâncias absolutamente exepecionais, não é todos os dias que o primeiro-ministro é Pedro Santana Lopes com um governo pior que péssimo. Que isso seja bem entendido pelo PS, quer o contexto, quer as circunstâncias em que teve esta vitória. E que o PS perceba que a esquerda não vai parar, não vai esmorcer, vai estar atenta e não vai deixar que maiorias absolutas adormeçam o país numa espécie de letargia intelectual e social. Dos nomes que já se ouviram para o novo governo, há dois que enchem o olho (Freitas do Amaral e Sobrinho Simões), espero que seja um sinal que este vai ser um governo nivelado por cima, em qualidade e vontade. Considero também importante e fico contente com os resultados socialistas em Viseu e sobretudo, na Madeira, região para a qual chamo a particular atenção. O que se tem vindo a passar na Madeira é muito interessante e animador. Estaremos a assistir à queda de um anjo chamado Alberto João?CDU - Ganhou votos, ganhou eleitores, ganhou deputados. Inflectiu a tendência, tida por muitos como irreversível. Foi a vitória, em meu entender, de um modo de fazer política diferente. Perdeu um deputado em Setúbal que seria importante para marcar mais a diferença em relação ao Bloco, por um erro estratégico clamoroso, que foi colocar Francisco "o Delfim" Lopes como número 1, em vez da já mítica Odete Santos. Um deputado que faria toda a diferença. No entanto, voltou a eleger Agostinho Lopes em Braga -justíssimo, ele que fez um trabalho a todos os títulos notável no Parlamento - e elegeu outro deputado em Lisboa e outro no Porto. Jerónimo foi a cara duma campanha séria e verdadeira que teve lógicamente o meu voto.BE - Se com a CDU venceu um modo de fazer política, com o BE vence outro. Vence a política telegénica, o sound-byte puro. Merece os meus parabéns porque se tornou uma força nacional, com uma base de apoio não diria forte, mas ampla. Roubou claramente votos ao PSD. Ganha sobretudo, Franscico Louçã. Se os cérebros do Bloco são Luis Fazenda e Miguel Portas, Louçã é a alma. Tribuno brilhante -a demagogia não lhe retira essa qualidade- conquistou, com o seu discurso, (foi ele e mais nínguem) o espaço que o Bloco nunca teve. Com o Pedro questiona, será o PRD do século XXI?Jorge Sampaio - Jorge Sampaio não provou ter razão. Provou sim não ter razão quando conduziu Santana Lopes ao governo. Quem provou ter razão foram os portugueses que se indignaram com esta decisão e que lutaram para que o povo português se pudesse expressar da forma mais legítima e democrática possível sobre o futuro do país: nas urnas. Ainda assim, o seu mea culpa merece uma evidência positiva, porque foi tudo menos uma decisão fácil. Sabia que se ia colocar no centro dos insultos gratuitos e de ataques políticos rastejantes, mas teve a coragem de voltar atrás.Menos -Santana - Estava escrito nas estrelas que Santana Lopes e o PSD iam ter uma derrota histórica. Assim o foi. Santana foi vítima dele próprio, da sua megalomania, do seu ego, e sobretudo, da sua perfeita incompetência para governar seja o que for, quando mais um país. Atenção ao novo PSD que pode aparecer em breve. É um adversário que não se deve subestimar.Portas - Pediu tudo e tudo falhou. Ambicioso sem sustentação prática para essa ambição -viram-se os resultado - foi vítima de um discurso demasiado cansativo e estruturado -e pouco estruturante - que fez com que a máscara caísse. Saiu e deixou o seu partido literalmente orfão. O PP, sem Portas, é uma incógnita absoluta.PNR - 9365 foi o número de voto que os neofascistas tiveram. Se fossem dois, já seria mau. As ligações cada vez mais evidentes entre o PNR e novos grupos violentos neonazis que emergem em Portugal com uma facilidade incrível, tem que ser posta a nú e tem que ser feita um reflexão muito séria e tomada de medidas muito urgentes para travar este fenómeno.MCGPS: foi um testamento à mesma. paciência.


Para evitar grandes testamentos - é sempre assim, eu escrevo uma vez por semana 230 posts e depois vou-me embora - vou tentar ser o mais sintético e prático possível na minha opinião sobre as eleições de passado domingo.Mais +PS - É o único que pode falar em grande vitória, porque foi o único que a teve, a grande vitória. Ganhou com maioria absoluta e atingiu todos os seus objectivos. Mas não deixo de notar que um partido essencial na história e com uma presença activa na nossa democracia só tenha conseguido a maioria absoluta agora, e com José Sócrates (!!), quando não a conseguiu com Mário Soares e António Guterres. Teve-a em circunstâncias absolutamente exepecionais, não é todos os dias que o primeiro-ministro é Pedro Santana Lopes com um governo pior que péssimo. Que isso seja bem entendido pelo PS, quer o contexto, quer as circunstâncias em que teve esta vitória. E que o PS perceba que a esquerda não vai parar, não vai esmorcer, vai estar atenta e não vai deixar que maiorias absolutas adormeçam o país numa espécie de letargia intelectual e social. Dos nomes que já se ouviram para o novo governo, há dois que enchem o olho (Freitas do Amaral e Sobrinho Simões), espero que seja um sinal que este vai ser um governo nivelado por cima, em qualidade e vontade. Considero também importante e fico contente com os resultados socialistas em Viseu e sobretudo, na Madeira, região para a qual chamo a particular atenção. O que se tem vindo a passar na Madeira é muito interessante e animador. Estaremos a assistir à queda de um anjo chamado Alberto João?CDU - Ganhou votos, ganhou eleitores, ganhou deputados. Inflectiu a tendência, tida por muitos como irreversível. Foi a vitória, em meu entender, de um modo de fazer política diferente. Perdeu um deputado em Setúbal que seria importante para marcar mais a diferença em relação ao Bloco, por um erro estratégico clamoroso, que foi colocar Francisco "o Delfim" Lopes como número 1, em vez da já mítica Odete Santos. Um deputado que faria toda a diferença. No entanto, voltou a eleger Agostinho Lopes em Braga -justíssimo, ele que fez um trabalho a todos os títulos notável no Parlamento - e elegeu outro deputado em Lisboa e outro no Porto. Jerónimo foi a cara duma campanha séria e verdadeira que teve lógicamente o meu voto.BE - Se com a CDU venceu um modo de fazer política, com o BE vence outro. Vence a política telegénica, o sound-byte puro. Merece os meus parabéns porque se tornou uma força nacional, com uma base de apoio não diria forte, mas ampla. Roubou claramente votos ao PSD. Ganha sobretudo, Franscico Louçã. Se os cérebros do Bloco são Luis Fazenda e Miguel Portas, Louçã é a alma. Tribuno brilhante -a demagogia não lhe retira essa qualidade- conquistou, com o seu discurso, (foi ele e mais nínguem) o espaço que o Bloco nunca teve. Com o Pedro questiona, será o PRD do século XXI?Jorge Sampaio - Jorge Sampaio não provou ter razão. Provou sim não ter razão quando conduziu Santana Lopes ao governo. Quem provou ter razão foram os portugueses que se indignaram com esta decisão e que lutaram para que o povo português se pudesse expressar da forma mais legítima e democrática possível sobre o futuro do país: nas urnas. Ainda assim, o seu mea culpa merece uma evidência positiva, porque foi tudo menos uma decisão fácil. Sabia que se ia colocar no centro dos insultos gratuitos e de ataques políticos rastejantes, mas teve a coragem de voltar atrás.Menos -Santana - Estava escrito nas estrelas que Santana Lopes e o PSD iam ter uma derrota histórica. Assim o foi. Santana foi vítima dele próprio, da sua megalomania, do seu ego, e sobretudo, da sua perfeita incompetência para governar seja o que for, quando mais um país. Atenção ao novo PSD que pode aparecer em breve. É um adversário que não se deve subestimar.Portas - Pediu tudo e tudo falhou. Ambicioso sem sustentação prática para essa ambição -viram-se os resultado - foi vítima de um discurso demasiado cansativo e estruturado -e pouco estruturante - que fez com que a máscara caísse. Saiu e deixou o seu partido literalmente orfão. O PP, sem Portas, é uma incógnita absoluta.PNR - 9365 foi o número de voto que os neofascistas tiveram. Se fossem dois, já seria mau. As ligações cada vez mais evidentes entre o PNR e novos grupos violentos neonazis que emergem em Portugal com uma facilidade incrível, tem que ser posta a nú e tem que ser feita um reflexão muito séria e tomada de medidas muito urgentes para travar este fenómeno.MCGPS: foi um testamento à mesma. paciência.

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