PCP acusa Governo de não assumir responsabilidade pelo estado das florestas

07-08-2010
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PCP acusa Governo de não assumir responsabilidade pelo estado das florestas

Sic, há 2 dias

"Quando os principais responsáveis, ministro e secretário de Estado da Administração Interna, perante o crescer do número de ocorrências e área ardida, da dimensão e duração de alguns incêndios florestais, voltam a invocar as condições meteorológicas adversas e os incendiários, estamos perante a fuga a assumir a responsabilidade política pela causa essencial e central dos incêndios, o estado da floresta portuguesa", afirmou Agostinho Lopes, em conferência de imprensa, em Lisboa.

Para este membro do Comité Central do PCP, "os constrangimentos e restrições orçamentais" também justificam a atual situação, como "a total ausência de investimentos do PRODER" nas florestas, "o forte e cego condicionamento financeiro" dos serviços do Estado para a floresta, "os desvios" do Fundo Florestal Permanente ou a "ausência" de um papel ativo das Zonas de Intervenção Florestal.

Ao nível dos meios de combate aos incêndios, o PCP reconhece melhorias, mas, no entanto, aponta "carências" de vigilantes e viaturas nas áreas protegidas e "atrasos" no reequipamento de viaturas dos bombeiros, além de referir que bombeiros e serviços municipais de proteção civil continuam fora do SIRESP (Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal).

"Consideramos que as questões centrais são do ponto de vista da floresta portuguesa e aqui a evolução foi zero ou quase zero. Se algumas questões não tiverem resolução rápida, poderemos entrar numa situação mais grave do que a atual. E há constragimentos orçamentais que impedem investimentos", alertou, referindo-se também aos Ministérios da Agricultura e do Ambiente.

"Vamos acompanhar a evolução da situação e no ínicio da legislatura vamos procurar que estas questões e atrasos na resposta aos problemas estruturais da floresta tenham outra presença, porque determinarão uma evolução segura e consolidada de proteção da floresta portuguesa", acrescentou o deputado do PCP, rejeitando a hipótese de convocar a Comissão Permanente da Assembleia da República.

Sobre a falta de meios, Agostinho Lopes deu o exemplo do Parque Natural do Douro Internacional, o qual esteve, segundo disse, "todo o ano de 2009 sem um veículo de primeira intervenção e sem um vigilante da natureza".

Já no Parque Nacional do Gerês, segundo o deputado comunista, "dez viaturas todo o terreno estiveram recentemente todas avariadas e um dos tratores que trabalhava na abertura do caminho deixou de ser utilizado por falta de dinheiro para o gasóleo".

"Isto parece ridículo, mas é a situação vivida em muitas destas áreas. Basta falar com técnicos e funcionários. Isto resulta inevitavelmente de uma política de restrições orçamentais", acusou.

(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)

Lusa

PCP acusa Governo de não assumir responsabilidade pelo estado das florestas

Sic, há 2 dias

"Quando os principais responsáveis, ministro e secretário de Estado da Administração Interna, perante o crescer do número de ocorrências e área ardida, da dimensão e duração de alguns incêndios florestais, voltam a invocar as condições meteorológicas adversas e os incendiários, estamos perante a fuga a assumir a responsabilidade política pela causa essencial e central dos incêndios, o estado da floresta portuguesa", afirmou Agostinho Lopes, em conferência de imprensa, em Lisboa.

Para este membro do Comité Central do PCP, "os constrangimentos e restrições orçamentais" também justificam a atual situação, como "a total ausência de investimentos do PRODER" nas florestas, "o forte e cego condicionamento financeiro" dos serviços do Estado para a floresta, "os desvios" do Fundo Florestal Permanente ou a "ausência" de um papel ativo das Zonas de Intervenção Florestal.

Ao nível dos meios de combate aos incêndios, o PCP reconhece melhorias, mas, no entanto, aponta "carências" de vigilantes e viaturas nas áreas protegidas e "atrasos" no reequipamento de viaturas dos bombeiros, além de referir que bombeiros e serviços municipais de proteção civil continuam fora do SIRESP (Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal).

"Consideramos que as questões centrais são do ponto de vista da floresta portuguesa e aqui a evolução foi zero ou quase zero. Se algumas questões não tiverem resolução rápida, poderemos entrar numa situação mais grave do que a atual. E há constragimentos orçamentais que impedem investimentos", alertou, referindo-se também aos Ministérios da Agricultura e do Ambiente.

"Vamos acompanhar a evolução da situação e no ínicio da legislatura vamos procurar que estas questões e atrasos na resposta aos problemas estruturais da floresta tenham outra presença, porque determinarão uma evolução segura e consolidada de proteção da floresta portuguesa", acrescentou o deputado do PCP, rejeitando a hipótese de convocar a Comissão Permanente da Assembleia da República.

Sobre a falta de meios, Agostinho Lopes deu o exemplo do Parque Natural do Douro Internacional, o qual esteve, segundo disse, "todo o ano de 2009 sem um veículo de primeira intervenção e sem um vigilante da natureza".

Já no Parque Nacional do Gerês, segundo o deputado comunista, "dez viaturas todo o terreno estiveram recentemente todas avariadas e um dos tratores que trabalhava na abertura do caminho deixou de ser utilizado por falta de dinheiro para o gasóleo".

"Isto parece ridículo, mas é a situação vivida em muitas destas áreas. Basta falar com técnicos e funcionários. Isto resulta inevitavelmente de uma política de restrições orçamentais", acusou.

(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)

Lusa

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