Director artístico do Teatro Aveirense demite-se por "total falta de condições" orçamentais

23-10-2010
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Pedro Jordão fala numa intervenção financeira "urgente". Tutela diz que houve "incapacidade para mobilizar equipa" do teatro

O director artístico do Teatro Aveirense, Pedro Jordão, invocou "total falta de condições desde Agosto" para se demitir do cargo. Num comunicado tornado público anteontem à noite, o arquitecto nomeado para o cargo em Dezembro de 2009 queixa-se, entre outras coisas, de que "a tutela não assumiu qualquer posição" relativamente a 2011, sendo exemplo disso o facto de não ter recebido "qualquer informação concreta quanto ao orçamento disponível".

Em resultado, "qualquer planeamento tem sido desde há muito impossível". Os cortes comprometeram parte da programação anunciada em Setembro, quando Pedro Jordão notou, numa conferência de imprensa, que o teatro tinha aumentado em 10 por cento o número de espectadores entre o primeiro semestre de 2009 e o mesmo período de 2010. "O cancelamento de [a peça] Hedda, dos Artistas Unidos, deveu-se à situação financeira do Teatro Aveirense", confirmou agora Pedro Jordão ao PÚBLICO. O espectáculo estava previsto para 29 de Outubro. O teatro vive uma situação de "défice crónico", enfatizou, sendo uma intervenção financeira da tutela de "carácter urgente".

A situação não é totalmente nova neste teatro - inicialmente apresentado como exemplo do modelo a seguir pelos restantes cineteatros -, mas a redução em metade dos apoios canalizados para o Aveirense em 2010 pela Direcção-Geral das Artes (DGA) resultou como "agravante" de um problema que já existia com "os avultados valores em dívida" pela Câmara Municipal de Aveiro (CMA) e que ultrapassam os 250 mil euros. O corte do subsídio da DGA, esse, foi de 75 mil euros relativamente a 2009, esclareceu o próprio por email.

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Além disso, Pedro Jordão notou que "em circunstâncias normais, independentemente da aprovação oficial do orçamento [do Teatro Aveirense, estipulado pela CMA], que deveria acontecer por esta altura, a tutela devia ter informado a direcção do teatro do orçamento disponível para 2011 no máximo até ao início de Setembro". E concluiu: "Mas até hoje não sei com que valores o Teatro Aveirense será gerido."

A tutela, no caso do Aveirense, não é o Ministério da Cultura que é entidade de apoio, mas sim o Conselho de Administração do teatro e a Câmara Municipal de Aveiro (CMA). Maria da Luz Nolasco, presidente do Conselho de Administração do Teatro Aveirense e vereadora da CMA, não aceita as justificações apresentadas por Pedro Jordão para a sua decisão, e fala antes numa "incapacidade para mobilizar a qualificada equipa de pessoas que forma o actual universo do Teatro Aveirense" por parte do director artístico demissionário.

Numa entrevista ao PÚBLICO em Junho, a ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, afirmava que uma das suas apostas seria "conseguir criar uma teia de estruturas com capacidade financeira" assente, em particular, na rede de teatros e cineteatros. com Maria José Santana

Pedro Jordão fala numa intervenção financeira "urgente". Tutela diz que houve "incapacidade para mobilizar equipa" do teatro

O director artístico do Teatro Aveirense, Pedro Jordão, invocou "total falta de condições desde Agosto" para se demitir do cargo. Num comunicado tornado público anteontem à noite, o arquitecto nomeado para o cargo em Dezembro de 2009 queixa-se, entre outras coisas, de que "a tutela não assumiu qualquer posição" relativamente a 2011, sendo exemplo disso o facto de não ter recebido "qualquer informação concreta quanto ao orçamento disponível".

Em resultado, "qualquer planeamento tem sido desde há muito impossível". Os cortes comprometeram parte da programação anunciada em Setembro, quando Pedro Jordão notou, numa conferência de imprensa, que o teatro tinha aumentado em 10 por cento o número de espectadores entre o primeiro semestre de 2009 e o mesmo período de 2010. "O cancelamento de [a peça] Hedda, dos Artistas Unidos, deveu-se à situação financeira do Teatro Aveirense", confirmou agora Pedro Jordão ao PÚBLICO. O espectáculo estava previsto para 29 de Outubro. O teatro vive uma situação de "défice crónico", enfatizou, sendo uma intervenção financeira da tutela de "carácter urgente".

A situação não é totalmente nova neste teatro - inicialmente apresentado como exemplo do modelo a seguir pelos restantes cineteatros -, mas a redução em metade dos apoios canalizados para o Aveirense em 2010 pela Direcção-Geral das Artes (DGA) resultou como "agravante" de um problema que já existia com "os avultados valores em dívida" pela Câmara Municipal de Aveiro (CMA) e que ultrapassam os 250 mil euros. O corte do subsídio da DGA, esse, foi de 75 mil euros relativamente a 2009, esclareceu o próprio por email.

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Além disso, Pedro Jordão notou que "em circunstâncias normais, independentemente da aprovação oficial do orçamento [do Teatro Aveirense, estipulado pela CMA], que deveria acontecer por esta altura, a tutela devia ter informado a direcção do teatro do orçamento disponível para 2011 no máximo até ao início de Setembro". E concluiu: "Mas até hoje não sei com que valores o Teatro Aveirense será gerido."

A tutela, no caso do Aveirense, não é o Ministério da Cultura que é entidade de apoio, mas sim o Conselho de Administração do teatro e a Câmara Municipal de Aveiro (CMA). Maria da Luz Nolasco, presidente do Conselho de Administração do Teatro Aveirense e vereadora da CMA, não aceita as justificações apresentadas por Pedro Jordão para a sua decisão, e fala antes numa "incapacidade para mobilizar a qualificada equipa de pessoas que forma o actual universo do Teatro Aveirense" por parte do director artístico demissionário.

Numa entrevista ao PÚBLICO em Junho, a ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, afirmava que uma das suas apostas seria "conseguir criar uma teia de estruturas com capacidade financeira" assente, em particular, na rede de teatros e cineteatros. com Maria José Santana

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