Mobilidade especial falhou devido ao conservadorismo dos quadros do Estado

23-10-2010
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Lançar uma nova versão do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE) é reconhecer que o PRACE I falhou?

Não. Creio que é o reconhecimento de que o PRACE foi uma experiência com resultados positivos. Mas, como em tudo, estas mudanças e reformas nunca são trabalho acabado.

Chegou a dizer que era a maior reforma dos últimos 30 anos.

Sim, continuo a dizê-lo. Nas actuais circunstâncias, é mais um sinal que teremos de dar. O nosso compromisso de redução do défice e de melhorar o funcionamento da administração pública (AP) é forte. Muito embora se possa dizer que, no cômputo geral, não é a medida com maior impacto, tem um significado forte de envolvimento dos ministérios e das administrações na busca de outros padrões de eficiência.

O autor do PRACE afirmou que uma nova reestruturação não seria necessária, se se tivesse cumprido o programa de 2006.

Gostaria de não comentar as afirmações do professor João Bilhim por razões de respeito pessoal.

Não ficou desiludido com o processo de mobilidade especial?

Confesso que esperava ter um pouco mais do aquilo que tivemos em termos de efeito de mobilidade. Por outro lado, temia ter menos do que tivemos. Conseguimos resultados que nunca antes foram conseguidos. Mas o facto de não se ter conseguido algo mais do aquilo que se registou denota uma cultura da nossa AP e dos quadros superiores que não é ainda uma cultura de gestão por objectivos e inspirada na natureza empresarial. É uma cultura em muitos aspectos de cariz conservador, que acabou por se reflectir nos resultados.

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Estas medidas de redução da despesa não representam também um falhanço dos controladores financeiros?

Não creio que seja um falhanço. Cumpriram um papel muito importante em 2005, 2006 e 2007. De alguma forma, os serviços - e depois também as delegações da Direcção-Geral do Orçamento - incorporaram um pouco aquilo que era o apport do controlador. Penso que agora, de uma forma geral, não se justificará a sua continuação, embora isso fique ao critério dos respectivos ministros. Como movimento geral em todos os ministérios acho que neste momento não tem a relevância que teve nos anos em que foi criado.

Lançar uma nova versão do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE) é reconhecer que o PRACE I falhou?

Não. Creio que é o reconhecimento de que o PRACE foi uma experiência com resultados positivos. Mas, como em tudo, estas mudanças e reformas nunca são trabalho acabado.

Chegou a dizer que era a maior reforma dos últimos 30 anos.

Sim, continuo a dizê-lo. Nas actuais circunstâncias, é mais um sinal que teremos de dar. O nosso compromisso de redução do défice e de melhorar o funcionamento da administração pública (AP) é forte. Muito embora se possa dizer que, no cômputo geral, não é a medida com maior impacto, tem um significado forte de envolvimento dos ministérios e das administrações na busca de outros padrões de eficiência.

O autor do PRACE afirmou que uma nova reestruturação não seria necessária, se se tivesse cumprido o programa de 2006.

Gostaria de não comentar as afirmações do professor João Bilhim por razões de respeito pessoal.

Não ficou desiludido com o processo de mobilidade especial?

Confesso que esperava ter um pouco mais do aquilo que tivemos em termos de efeito de mobilidade. Por outro lado, temia ter menos do que tivemos. Conseguimos resultados que nunca antes foram conseguidos. Mas o facto de não se ter conseguido algo mais do aquilo que se registou denota uma cultura da nossa AP e dos quadros superiores que não é ainda uma cultura de gestão por objectivos e inspirada na natureza empresarial. É uma cultura em muitos aspectos de cariz conservador, que acabou por se reflectir nos resultados.

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Estas medidas de redução da despesa não representam também um falhanço dos controladores financeiros?

Não creio que seja um falhanço. Cumpriram um papel muito importante em 2005, 2006 e 2007. De alguma forma, os serviços - e depois também as delegações da Direcção-Geral do Orçamento - incorporaram um pouco aquilo que era o apport do controlador. Penso que agora, de uma forma geral, não se justificará a sua continuação, embora isso fique ao critério dos respectivos ministros. Como movimento geral em todos os ministérios acho que neste momento não tem a relevância que teve nos anos em que foi criado.

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