Câmara Corporativa: O cônsul da Rússia em Portugal na vitória dos Ayatollah

28-12-2009
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Dos recuperados da vida (e são muitos), há casos muito curiosos:Couto dos Santos foi membro do Governo entre 1985 e 1995. Hoje é cônsul da Rússia em Portugal, ou seja, trata dos interesses dos russos no nosso país.João de Deus Pinheiro não ficará para a história como ministro ou como comissário europeu. Pelo menos dos bons. Ficará para a história como um bon-vivant, um exemplo dos mais claros do político que sacrifica as obrigações e o trabalho pelo lazer ou seja lá o que for. Tem, pelo menos, um bom handicap no golf.Já Pacheco Pereira é a vitória dos Ayatollah. O grande doutrinador, o ex-comunista que tem o poder de lançar fatwa`s para dentro do partido.Dizia Pacheco em Junho: "É para mim incompreensível que alguém que discorda profundamente de uma direcção partidária (já não digo de uma política, porque aí é tudo muito maleável) queira ser deputado em representação dessa maneira de fazer política que abomina" e parece que a ideia pegou. Miguel Relvas com fina ironia relativamente a uma declaração embaraçada da Dr.ª Manuela veio ontem dizer que, contrariamente a outros, não terá nenhuma dúvida em votar no seu partido de sempre em Setembro.É certo que Pacheco não colhe o mínimo apoio dentro do PSD, embora haja muita gente do PSD que gosta de louras. Pelo sim, pelo não, quando Luís Filipe Menezes fez o trocadilho, o filósofo da Marmeleira lá atacou o mensageiro: "surpreende-me que um jornal que se pretende sério escolha uma frase insultuosa para título, e isso é de sua responsabilidade. Sucede que, na quarta-feira passada, o i tinha-me pedido uma entrevista de fundo. Por consideração com a Maria João Avillez que ma pediu, dei a entrevista, estando presente uma equipa de televisão e um fotógrafo do jornal. Mas enganei-me quanto à seriedade do jornal a que dei a entrevista, pelo que, a não haver um pedido de desculpas pela afronta, não autorizo a sua publicação." Este é o mesmo Pacheco Pereira que ficou tristemente célebre por ter tentado limitar radicalmente a circulação dos jornalistas pela Assembleia da República quando era líder parlamentar. Sabe-se lá o que eles iriam ouvir!Num outro plano, é muito significativo que o cabeça de lista por Viana do Castelo seja José Eduardo Martins. Eis um deputado que deu nas vistas, que teve muito mais do que 15 segundos de glória e, mesmo assim, não teve a elevação de pedir desculpa. Todos se lembram da forma alterada como dirigiu repetidos insultos ao deputado Afonso Candal e, não contente, reintroduziu o argumento político: "se queres conversar vem cá para fora". José Eduardo Martins deu mostras da sua aprimorada educação da primeira fila do Grupo Parlamentar do PSD e foi apanhado por todas as câmaras de televisão mas, ainda assim, deve ter tido nota positiva na avaliação feita por Paulo Rangel. Não nos esqueçamos que Eduardo Martins em sessão parlamentar anterior tinha repetidamente gritado "palhaço", gesticulando freneticamente enquanto decorria um debate parlamentar com o primeiro-ministro. A ex-ministra da Educação vem agora premiar este aluno tão exemplar porque poderá precisar das suas apreciadas manifestações na próxima legislatura. Mas será que em Viana alguém se identifica que esta forma troglodita de fazer política?Manuel Monteiro alertou imediatamente para o facto de muitos dos candidatos a deputados do PSD estarem neste momento a receber uma reforma de deputados. Está bem que devemos dar dignidade aos reformados, mas obrigar a voltar ao activo senhores de provecta idade como João de Deus Pinheiro ou Couto do Santos é um escândalo. Pelo menos para os portugueses.A única notícia boa da noite para o PSD é a declaração de Pedro Pinto de que o programa eleitoral seria próprio para domésticas. Está certo, porque o tempo não está para selvagens.

Dos recuperados da vida (e são muitos), há casos muito curiosos:Couto dos Santos foi membro do Governo entre 1985 e 1995. Hoje é cônsul da Rússia em Portugal, ou seja, trata dos interesses dos russos no nosso país.João de Deus Pinheiro não ficará para a história como ministro ou como comissário europeu. Pelo menos dos bons. Ficará para a história como um bon-vivant, um exemplo dos mais claros do político que sacrifica as obrigações e o trabalho pelo lazer ou seja lá o que for. Tem, pelo menos, um bom handicap no golf.Já Pacheco Pereira é a vitória dos Ayatollah. O grande doutrinador, o ex-comunista que tem o poder de lançar fatwa`s para dentro do partido.Dizia Pacheco em Junho: "É para mim incompreensível que alguém que discorda profundamente de uma direcção partidária (já não digo de uma política, porque aí é tudo muito maleável) queira ser deputado em representação dessa maneira de fazer política que abomina" e parece que a ideia pegou. Miguel Relvas com fina ironia relativamente a uma declaração embaraçada da Dr.ª Manuela veio ontem dizer que, contrariamente a outros, não terá nenhuma dúvida em votar no seu partido de sempre em Setembro.É certo que Pacheco não colhe o mínimo apoio dentro do PSD, embora haja muita gente do PSD que gosta de louras. Pelo sim, pelo não, quando Luís Filipe Menezes fez o trocadilho, o filósofo da Marmeleira lá atacou o mensageiro: "surpreende-me que um jornal que se pretende sério escolha uma frase insultuosa para título, e isso é de sua responsabilidade. Sucede que, na quarta-feira passada, o i tinha-me pedido uma entrevista de fundo. Por consideração com a Maria João Avillez que ma pediu, dei a entrevista, estando presente uma equipa de televisão e um fotógrafo do jornal. Mas enganei-me quanto à seriedade do jornal a que dei a entrevista, pelo que, a não haver um pedido de desculpas pela afronta, não autorizo a sua publicação." Este é o mesmo Pacheco Pereira que ficou tristemente célebre por ter tentado limitar radicalmente a circulação dos jornalistas pela Assembleia da República quando era líder parlamentar. Sabe-se lá o que eles iriam ouvir!Num outro plano, é muito significativo que o cabeça de lista por Viana do Castelo seja José Eduardo Martins. Eis um deputado que deu nas vistas, que teve muito mais do que 15 segundos de glória e, mesmo assim, não teve a elevação de pedir desculpa. Todos se lembram da forma alterada como dirigiu repetidos insultos ao deputado Afonso Candal e, não contente, reintroduziu o argumento político: "se queres conversar vem cá para fora". José Eduardo Martins deu mostras da sua aprimorada educação da primeira fila do Grupo Parlamentar do PSD e foi apanhado por todas as câmaras de televisão mas, ainda assim, deve ter tido nota positiva na avaliação feita por Paulo Rangel. Não nos esqueçamos que Eduardo Martins em sessão parlamentar anterior tinha repetidamente gritado "palhaço", gesticulando freneticamente enquanto decorria um debate parlamentar com o primeiro-ministro. A ex-ministra da Educação vem agora premiar este aluno tão exemplar porque poderá precisar das suas apreciadas manifestações na próxima legislatura. Mas será que em Viana alguém se identifica que esta forma troglodita de fazer política?Manuel Monteiro alertou imediatamente para o facto de muitos dos candidatos a deputados do PSD estarem neste momento a receber uma reforma de deputados. Está bem que devemos dar dignidade aos reformados, mas obrigar a voltar ao activo senhores de provecta idade como João de Deus Pinheiro ou Couto do Santos é um escândalo. Pelo menos para os portugueses.A única notícia boa da noite para o PSD é a declaração de Pedro Pinto de que o programa eleitoral seria próprio para domésticas. Está certo, porque o tempo não está para selvagens.

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