Presidente dos Estaleiros de Viana demite-se ao fim de apenas cinco meses no cargo

23-11-2010
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O responsável executivo não alegou razões, mas tudo indica que houve divergências com o líder da administração

O presidente executivo dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), almirante Vítor de Brito, renunciou ao cargo que ocupava há pouco mais de cinco meses. Divergências com o presidente do conselho de administração, Carlos Veiga Anjos, poderão estar na origem da decisão.

A carta de renúncia de Vítor de Brito foi enviada a 15 de Outubro a Carlos Veiga Anjos, mas só anteontem, ao final da tarde, é que foi comunicada aos trabalhadores da empresa, através de circular interna. Neste documento, a administração agradece "a excelência" da colaboração ao longo dos últimos cinco meses e deseja "as maiores felicidades pessoais e profissionais" a Vítor de Brito.

A saída do almirante irá consumar-se no final deste mês, mas ainda não é ventilado o nome de seu sucessor.

O almirante Vítor Gonçalves de Brito, ex-administrador do Arsenal do Alfeite, foi eleito em Julho e era apontado como o nome forte para o comando da empresa de Viana - pela sua experiência e pelo facto de representar a Marinha, actualmente o grande cliente da empresa.

Segundo fontes da empresa, não são conhecidos os motivos para esta saída, tal como confirmou o próprio presidente do conselho de administração ao mencionar que a carta de renúncia "não apontava qualquer razão".

No entanto, apurou o PÚBLICO, na origem da ruptura poderá ter estado o "clima de conflito e tensão" entre os dois homens fortes da administração e o conteúdo do plano de reestruturação que deverá ser entregue ao Governo até final do ano. A reorganização da empresa poderá passar pela redução do número de postos de trabalho, hipótese admitida pelo próprio presidente do conselho de administração. Ainda em Outubro, Veiga Anjos reconhecia não estar "em condições de poder assegurar a manutenção de todos os postos de trabalho".

Nesta altura, os ENVC dão emprego a cerca de 760 pessoas e enfrentam uma grave crise financeira por falta de encomendas. As contas de 2009 fecharam com um prejuízo de 22,2 milhões de euros e com um passivo acumulado de 137 milhões.

Com a saída do almirante Vítor Gonçalves de Brito o conselho executivo fica reduzido ao economista José Luís Serra, ex-presidente da Câmara de Valença, e ao engenheiro naval Francisco Gallardo Duran.

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Sem funções executivas, para além de Carlos Veiga Anjos, antigo administrador da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (Moçambique), está o engenheiro naval Óscar Mota.

Para além da encomenda da Marinha, no valor de 500 milhões de euros, para a construção de 13 embarcações, os ENVC esperam em breve ver concretizado o pagamento da primeira prestação por parte da empresa Petróleos de Venezuela para a construção de dois navios asfalteiros, no valor de 130 milhões de euros. Um contrato que o próprio presidente Hugo Chavéz veio celebrar à empresa. Assim que esteja assegurado o financiamento, arrancará a elaboração do projecto para que dentro de um ano a construção dos navios possa avançar.

Relativamente à possível aquisição do navio Atlântida, o ferry-boat encomendado pelo Governo dos Açores, por quase 50 milhões de euros, mas que acabou por ser rejeitado, os ENVC ainda aguardam resposta. O contrato com a Hellenic Seaways, para a construção de dois ferries, orçados em cerca de 120 milhões de euros, não está fora de questão, mas o armador grego continua a desenvolver contactos com a banca para garantir financiamento.

O responsável executivo não alegou razões, mas tudo indica que houve divergências com o líder da administração

O presidente executivo dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), almirante Vítor de Brito, renunciou ao cargo que ocupava há pouco mais de cinco meses. Divergências com o presidente do conselho de administração, Carlos Veiga Anjos, poderão estar na origem da decisão.

A carta de renúncia de Vítor de Brito foi enviada a 15 de Outubro a Carlos Veiga Anjos, mas só anteontem, ao final da tarde, é que foi comunicada aos trabalhadores da empresa, através de circular interna. Neste documento, a administração agradece "a excelência" da colaboração ao longo dos últimos cinco meses e deseja "as maiores felicidades pessoais e profissionais" a Vítor de Brito.

A saída do almirante irá consumar-se no final deste mês, mas ainda não é ventilado o nome de seu sucessor.

O almirante Vítor Gonçalves de Brito, ex-administrador do Arsenal do Alfeite, foi eleito em Julho e era apontado como o nome forte para o comando da empresa de Viana - pela sua experiência e pelo facto de representar a Marinha, actualmente o grande cliente da empresa.

Segundo fontes da empresa, não são conhecidos os motivos para esta saída, tal como confirmou o próprio presidente do conselho de administração ao mencionar que a carta de renúncia "não apontava qualquer razão".

No entanto, apurou o PÚBLICO, na origem da ruptura poderá ter estado o "clima de conflito e tensão" entre os dois homens fortes da administração e o conteúdo do plano de reestruturação que deverá ser entregue ao Governo até final do ano. A reorganização da empresa poderá passar pela redução do número de postos de trabalho, hipótese admitida pelo próprio presidente do conselho de administração. Ainda em Outubro, Veiga Anjos reconhecia não estar "em condições de poder assegurar a manutenção de todos os postos de trabalho".

Nesta altura, os ENVC dão emprego a cerca de 760 pessoas e enfrentam uma grave crise financeira por falta de encomendas. As contas de 2009 fecharam com um prejuízo de 22,2 milhões de euros e com um passivo acumulado de 137 milhões.

Com a saída do almirante Vítor Gonçalves de Brito o conselho executivo fica reduzido ao economista José Luís Serra, ex-presidente da Câmara de Valença, e ao engenheiro naval Francisco Gallardo Duran.

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Para além da encomenda da Marinha, no valor de 500 milhões de euros, para a construção de 13 embarcações, os ENVC esperam em breve ver concretizado o pagamento da primeira prestação por parte da empresa Petróleos de Venezuela para a construção de dois navios asfalteiros, no valor de 130 milhões de euros. Um contrato que o próprio presidente Hugo Chavéz veio celebrar à empresa. Assim que esteja assegurado o financiamento, arrancará a elaboração do projecto para que dentro de um ano a construção dos navios possa avançar.

Relativamente à possível aquisição do navio Atlântida, o ferry-boat encomendado pelo Governo dos Açores, por quase 50 milhões de euros, mas que acabou por ser rejeitado, os ENVC ainda aguardam resposta. O contrato com a Hellenic Seaways, para a construção de dois ferries, orçados em cerca de 120 milhões de euros, não está fora de questão, mas o armador grego continua a desenvolver contactos com a banca para garantir financiamento.

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