Quando saiu de Guantánamo, em Fevereiro de 2009, Binyam Mohamed acusou de imediato os serviços secretos britânicos de cumplicidade na tortura a que foi sujeito. Antes, chegou a escrever ao primeiro-ministro José Sócrates, pedindo-lhe ajuda: o etíope com residência no Reino Unido foi transportado para Cuba num voo que parou nas Lajes. Mohamed foi preso no Paquistão em 2002. Em seguida, foi levado para Marrocos e torturado durante 18 meses: foi espancado, fizeram-lhe incisões no peito com um bisturi e cortes no pénis com uma lâmina. Depois esteve no Afeganistão e voltou a ser torturado. Na sua primeira audiência militar, já em Guantánamo, em 2006, fez piadas sobre Donald Rumsfeld e Colin Powell e empunhou um cartaz onde escrevera "comissão fraudulenta", conseguindo demonstrar isso mesmo e fazendo rir os jornalistas. "Quem passou por situações-limite, tem uma visão mais clara das coisas", disse ao PÚBLICO Stafford Smith sobre Mohamed, numa entrevista a propósito da publicação do seu livro Guantánamo. O processo de Mohamed contra as autoridades está na génese da decisão de pagamento de compensações anunciada por Londres. S.L.
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Quando saiu de Guantánamo, em Fevereiro de 2009, Binyam Mohamed acusou de imediato os serviços secretos britânicos de cumplicidade na tortura a que foi sujeito. Antes, chegou a escrever ao primeiro-ministro José Sócrates, pedindo-lhe ajuda: o etíope com residência no Reino Unido foi transportado para Cuba num voo que parou nas Lajes. Mohamed foi preso no Paquistão em 2002. Em seguida, foi levado para Marrocos e torturado durante 18 meses: foi espancado, fizeram-lhe incisões no peito com um bisturi e cortes no pénis com uma lâmina. Depois esteve no Afeganistão e voltou a ser torturado. Na sua primeira audiência militar, já em Guantánamo, em 2006, fez piadas sobre Donald Rumsfeld e Colin Powell e empunhou um cartaz onde escrevera "comissão fraudulenta", conseguindo demonstrar isso mesmo e fazendo rir os jornalistas. "Quem passou por situações-limite, tem uma visão mais clara das coisas", disse ao PÚBLICO Stafford Smith sobre Mohamed, numa entrevista a propósito da publicação do seu livro Guantánamo. O processo de Mohamed contra as autoridades está na génese da decisão de pagamento de compensações anunciada por Londres. S.L.
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