Notas de Aveiro: Entrevista de Carlos Candal ao JN

21-01-2011
marcar artigo


Entrevista de Carlos Candal ao JN, disponível aqui"Será chocante Regina Bastos na presidência"Prestes a acabar o segundo mandato como presidente da Assembleia Municipal de Aveiro, eleito pelo PS, Carlos Candal, 67 anos, com um passado de combatente antifascista e um dos fundadores do Partido Socialista, defende que Alberto Souto, ao perder a Câmara de Aveiro, foi "vítima de um injustiça histórica".A derrota de Alberto Souto é uma derrota ou uma injustiça histórica?É uma injustiça histórica, porque Souto foi um excelente presidente de Câmara em termos de obra. Em oito anos fez-se muito mais obra, desenvolvimento e fomento do que nos mandatos de Girão Pereira e Celso Santos.No seu entender o que é que falhou?Uma conjugação de diversas circunstâncias, como as dificuldades financeiras da Câmara (endividamento do estádio, cuja construção foi aprovada por unanimidade, portanto, o erro não foi só dele, e sempre pensei que houvesse mais dinheiro do poder central, até porque o Governo, em IVA, recebeu mais do que deu para o estádio); excesso de honestidade ao não querer contrair um empréstimo para pagar as dívidas e a ideia que se criou que privilegiava as freguesias urbanas, quando é verdade que a nível de infra-estruturas deixou o concelho com o saneamento completo. Depois, Souto tem no seu estilo pessoal um cheirinho de aristocrático, não é homem para bacalhoadas e matanças de porco. Há ainda financiamentos e subsídios do Governo atrasados, as reformas do poder central estão a afectar muitas pessoas e, depois, na campanha, admito que a presença de Girão Pereira, que ainda tem muito prestígio, tenha levado a equívocos.Ele não aceita o lugar de vereador.Compreendo e digo que está a ser sério. Poderia fingir estar lá dois meses e depois ir embora.Souto acabou politicamente?Não sei, mas penso que não. Não concorrerá mais à Câmara, mas tem possibilidades de ter um futuro político como deputado na Assembleia da República ou no Parlamento Europeu ou, ainda, como membro do Governo, apesar de a época não ser boa para isso.E o futuro do PS em Aveiro?Agora vamos ter quatro anos de coligação e depois vamos ver. Os dois partidos da coligação, PSD e CDS, não funcionam bem, não têm amizade. Isto foi uma aliança calculista. Vamos ver. De qualquer maneira, o PS está na luta, já que somos um partido de combate. Daqui a quatro anos vamos ver como está a Câmara. Não vamos é buscar ninguém a Estarreja, porque isso eu não consinto.Quem tem o PS em Aveiro para suceder a Souto?Há muita gente nova, homens e mulheres com qualidade, embora isso não chegue, é preciso notoriedade. Mas esse aspecto também se trabalha. Não vou citar nomes porque poderia ser injusto.Vai ocupar o seu lugar na Assembleia?Vou experimentar e ver como me dou, até porque a minha vida pessoal é muito complicada. Mas não me caem os parentes na lama. Já fiz mandatos na oposição.O que lhe parece a nova Assembleia Municipal?Espero que a Regina Bastos não assuma a presidência. Seria uma ofensa grave aos aveirenses. A Assembleia deve ser presidida por um aveirense com muito mérito e respeitável, e não porque quem não nasceu, não estudou, não viveu e nem trabalha em Aveiro. É realmente algo de surrealista. Não estou a tirar mérito e inteligência a Regina Bastos. Estou apenas a dizer isto não é nem tem nada a ver com Aveiro. É uma comissária política, uma espécie de tutora que vem chefiar-nos. Acho isso chocante.


Entrevista de Carlos Candal ao JN, disponível aqui"Será chocante Regina Bastos na presidência"Prestes a acabar o segundo mandato como presidente da Assembleia Municipal de Aveiro, eleito pelo PS, Carlos Candal, 67 anos, com um passado de combatente antifascista e um dos fundadores do Partido Socialista, defende que Alberto Souto, ao perder a Câmara de Aveiro, foi "vítima de um injustiça histórica".A derrota de Alberto Souto é uma derrota ou uma injustiça histórica?É uma injustiça histórica, porque Souto foi um excelente presidente de Câmara em termos de obra. Em oito anos fez-se muito mais obra, desenvolvimento e fomento do que nos mandatos de Girão Pereira e Celso Santos.No seu entender o que é que falhou?Uma conjugação de diversas circunstâncias, como as dificuldades financeiras da Câmara (endividamento do estádio, cuja construção foi aprovada por unanimidade, portanto, o erro não foi só dele, e sempre pensei que houvesse mais dinheiro do poder central, até porque o Governo, em IVA, recebeu mais do que deu para o estádio); excesso de honestidade ao não querer contrair um empréstimo para pagar as dívidas e a ideia que se criou que privilegiava as freguesias urbanas, quando é verdade que a nível de infra-estruturas deixou o concelho com o saneamento completo. Depois, Souto tem no seu estilo pessoal um cheirinho de aristocrático, não é homem para bacalhoadas e matanças de porco. Há ainda financiamentos e subsídios do Governo atrasados, as reformas do poder central estão a afectar muitas pessoas e, depois, na campanha, admito que a presença de Girão Pereira, que ainda tem muito prestígio, tenha levado a equívocos.Ele não aceita o lugar de vereador.Compreendo e digo que está a ser sério. Poderia fingir estar lá dois meses e depois ir embora.Souto acabou politicamente?Não sei, mas penso que não. Não concorrerá mais à Câmara, mas tem possibilidades de ter um futuro político como deputado na Assembleia da República ou no Parlamento Europeu ou, ainda, como membro do Governo, apesar de a época não ser boa para isso.E o futuro do PS em Aveiro?Agora vamos ter quatro anos de coligação e depois vamos ver. Os dois partidos da coligação, PSD e CDS, não funcionam bem, não têm amizade. Isto foi uma aliança calculista. Vamos ver. De qualquer maneira, o PS está na luta, já que somos um partido de combate. Daqui a quatro anos vamos ver como está a Câmara. Não vamos é buscar ninguém a Estarreja, porque isso eu não consinto.Quem tem o PS em Aveiro para suceder a Souto?Há muita gente nova, homens e mulheres com qualidade, embora isso não chegue, é preciso notoriedade. Mas esse aspecto também se trabalha. Não vou citar nomes porque poderia ser injusto.Vai ocupar o seu lugar na Assembleia?Vou experimentar e ver como me dou, até porque a minha vida pessoal é muito complicada. Mas não me caem os parentes na lama. Já fiz mandatos na oposição.O que lhe parece a nova Assembleia Municipal?Espero que a Regina Bastos não assuma a presidência. Seria uma ofensa grave aos aveirenses. A Assembleia deve ser presidida por um aveirense com muito mérito e respeitável, e não porque quem não nasceu, não estudou, não viveu e nem trabalha em Aveiro. É realmente algo de surrealista. Não estou a tirar mérito e inteligência a Regina Bastos. Estou apenas a dizer isto não é nem tem nada a ver com Aveiro. É uma comissária política, uma espécie de tutora que vem chefiar-nos. Acho isso chocante.

marcar artigo