A barbearia do senhor Luís: O toca–e-foge

20-05-2011
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Tantas vezes diz Pedro – vem lá o lobo – que, no dia em que o canídeo lhe comer as ovelhas, ninguém prestará atenção.Andava ainda Deus a planear a vinda de um dos membros da Santíssima Trindade para daí a quatrocentos anos e já Esopo avisava.Passos Coelho é como o pastor mas, nos tempos modernos, arrisca-se a ser comido com o rebanho que apascenta.Pedro usa a técnica do toca-e-foge que consiste em mandar avisos do que pretende fazer para que, no futuro, possa dizer que já tinha avisado. Como sabe que o lhe vai na cabeça só receberá votos se os portugueses já estiverem ao nível do masoquismo puro, apressa-se a desdizer, a interpretar e a contrariar tudo aquilo que acabou de afirmar. A sua antecessora também era assim mas tinha interpretadores encartados para suavizar os propósitos, coisa que Coelho não consegue, uma vez que Relvas – essa espécie de caterpillar do PSD – ainda é mais radical do que ele próprio e o homem que telepaticamente fez o acordo troiko enquanto aguardava na São Caetano que lhe ligassem, foi largar bojardas para Copacabana.O toca–e-foge de Pedro, cansa, descredibiliza e banaliza. E, mesmo sabendo que o lobo lhe ronda o rebanho, o seu grito de alerta é tão repetido e já tantas vezes fez pegar em armas para enfrentar o falso alarme que cada vez alerta menos.Nota para melhor esclarecimento:O lobo a que me refiro não tem cerdas russas na cabeça. Esse, aliás, não é um lobo mas sim uma raposa.Refiro-me ao outro, ao lobo-do-mar da lavoura, o da dentadura branca, habituado aos periscópios.Na forja:A fábula da raposa e do lobo. Em breve disponível no quiosque de São Bento. LNT[0.176/2011]


Tantas vezes diz Pedro – vem lá o lobo – que, no dia em que o canídeo lhe comer as ovelhas, ninguém prestará atenção.Andava ainda Deus a planear a vinda de um dos membros da Santíssima Trindade para daí a quatrocentos anos e já Esopo avisava.Passos Coelho é como o pastor mas, nos tempos modernos, arrisca-se a ser comido com o rebanho que apascenta.Pedro usa a técnica do toca-e-foge que consiste em mandar avisos do que pretende fazer para que, no futuro, possa dizer que já tinha avisado. Como sabe que o lhe vai na cabeça só receberá votos se os portugueses já estiverem ao nível do masoquismo puro, apressa-se a desdizer, a interpretar e a contrariar tudo aquilo que acabou de afirmar. A sua antecessora também era assim mas tinha interpretadores encartados para suavizar os propósitos, coisa que Coelho não consegue, uma vez que Relvas – essa espécie de caterpillar do PSD – ainda é mais radical do que ele próprio e o homem que telepaticamente fez o acordo troiko enquanto aguardava na São Caetano que lhe ligassem, foi largar bojardas para Copacabana.O toca–e-foge de Pedro, cansa, descredibiliza e banaliza. E, mesmo sabendo que o lobo lhe ronda o rebanho, o seu grito de alerta é tão repetido e já tantas vezes fez pegar em armas para enfrentar o falso alarme que cada vez alerta menos.Nota para melhor esclarecimento:O lobo a que me refiro não tem cerdas russas na cabeça. Esse, aliás, não é um lobo mas sim uma raposa.Refiro-me ao outro, ao lobo-do-mar da lavoura, o da dentadura branca, habituado aos periscópios.Na forja:A fábula da raposa e do lobo. Em breve disponível no quiosque de São Bento. LNT[0.176/2011]

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