Almanaque Republicano: ANTÓNIO AURÉLIO DA COSTA FERREIRA

01-07-2011
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Nasceu no Funchal, no dia 18 de Janeiro de 1879, filho de Francisco Joaquim da Costa Ferreira e de Teolinda Augusta de Freitas.Realizou os primeiros estudos na cidade do Funchal, seguindo depois para Coimbra, onde cursa Filosofia, tendo concluído a licenciatura em 1899. De imediato, inicia curso de Medicina que conclui em 1905. Nos dois anos seguintes vive em França, onde estagia. Regressando a Portugal em 1907 inicia actividade como professor de Liceu (1907-1910), ocupou ainda o cargo de juíz dos árbitro avindores (1910-1911). Como era um republicano histórico, designação dada ao republicanos que existiam antes da implantação da República, foi nomeado para director da Casa Pia de Lisboa, mais tarde torna-se Provedor da Assistência Pública. Desempenhou funções como vogal do Conselho Superior de Instrução Pública e professor na Escola Normal Primária de Lisboa, destacou-se como naturalista do Museu Bocage.Foi um dos responsáveis pela fundação da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia. Em 1922, foi incumbido de realizar uma visita de trabalho a Moçambique, por convite de Brito Camacho, quando chegou a esta antiga colónia portuguesa, acabou por se suicidar no dia 15 de Julho de 1922, em Lourenço Marques.Na vida política, começou por fazer parte entre 1908 e 1911, como vereador da Câmara Municipal de Lisboa. Foi eleito deputado republicano, por Setúbal, em 1910. Após a cisão do Partido Republicano, segue o partido liderado por António José de Almeida. Foi chamado a exercer as funções de Ministro do Fomento, entre 1912 e 1913, no governo liderado por Duarte Leite. Durante a 1ª Guerra Mundial foi mobilizado e esteve na vida militar até atingir a patente de major. Foi eleito novamente deputado por Lisboa, em 1919 e em 1921, pelo distrito de Aveiro. Neste ano seria novamente chamado a exercer a função de ministro, desta vez com a pasta do Trabalho, no Ministério que resultou da tentiva revolucionária de 19 de Outubro de 1921.Pertenceu à Maçonaria, tendo desempenhado o cargo de venerável da Loja Solidariedade, de Lisboa.Dizia Forjaz Sampaio em 1930:A República perdeu um sábio e um servidor devotado. Eu perdi um amigo. Todos os dias se perde alguma coisa. Da sua vida ficou o exemplo. Da sua passagem remanesce a sua obra onde à tona, o seu formoso espírito vive para a ciência. [p. 152]Bibliografia da sua autoria, ver aqui e ainda:- Arythmies grippales, Sep. La Clinique Infantile, Paris, 1900.- O que é a Antropologia, Lisboa, 1908.- O anthropologista Ferraz de Macedo : apontamentos para a história da sua vida e da sua obra, Typ. A Editora,Lisboa, 1908.- O Povo Português sob o ponto de vista antropológico, Lisboa, 1909.- Situação demographica do paiz sob o ponto de vista do vigor da raça... , Livraria Ferin, Lisboa, 1910.- O ensino das sciencias physico-naturaes na escola primaria portuguêsa, Sep. Revista de Educação, vol. 1, nº 1, Coimbra, 1911.- Alguns Elementos para a História dos Serviços da Provedoria da Assistência Pública de Lisboa, Lisboa, 1912.- Domingos Antonio de Sequeira e a Casa Pia de Lisboa, [s.l., s.n., 1912]- A Cegueira de Camões, Sep. Medicina Contemporânea, s.l., s.n., 1913.- Alguns documentos concernentes à minha passagem pelo Ministério do Fomento, Tip. Casa Portuguesa, Lisboa, 1914.- A Casa Pia e o ensino de farmácia em Portugal, [s.n.], Lisboa, 1914. - N'outros tempos, [pref. Forjaz Sampaio], Livraria Neves, Coimbra, 1914.- Cirurgiões Portugueses em Inglaterra no século XVIII, Sep. Medicina Contemporânea, s.l., s.n., 1916.- Subsidio para a história da obstetricia em Portugal, Sep. Medicina Contemporânea, Lisboa, 1916. - Gimnástica - escola de moral e de civismo, Sep. da Rev. de Educação Geral e Técnica, Tip. Casa Portuguesa, Lisboa, 1917.- Algumas lições de Psicologia e Pedologia, Lisboa, 1921.- Antropologia Pedagógica, Lisboa, 1921.- Afonso de Albuquerque : notas antropológicas, Sep. Arquivos de Medicina Legal, [s.n.], Lisboa, 1922.- Casa Pia de Lisboa : em comemoração do centenário da independência do Brasil, Casa Pia de Lisboa, Lisboa, 1922. - Perturbações da Linguagem Gráfica dos Gagos, Lisboa, 1922. Sobre António Aurélio da Costa Ferreira existem já diferentes estudos, entre os quais destacamos:- Pereira, José Augusto de Oliveira, O pensamento e a acção educativa de António Aurélio da Costa Ferreira, Coimbra, 1995 [tese de mestrado].- Pereira, José Augusto Oliveira; Ferreira, António Gomes, co-autor, António Aurélio da Costa Ferreira : um educador na primeira república, Casa Pia, Lisboa, 1999. Bibliografia consultada:- Lisboa, Eugénio (coord.), Dicionário Cronológico de Autores Portugueses,vol III, Publicações Europa-América, Mem Martins, 1994, p. 219-220.- Marques, A. H. de Oliveira, Dicionário de Maçonaria Portuguesa, vol. I, Editorial Delta, Lisboa, 1986, col. 570-571.- Marques, A. H. de Oliveira (coord.), Parlamentares e Ministros da 1ª República (1910-1926), col. Parlamento, Edições Afrontamento/Assembleia da República, Porto/Lisboa,2000, p. 209-210.- Sampaio, Albino Forjaz de, Homens de Letras, Livraria Guimarães, Lisboa, 1930, p. 145-153.A.A.B.M.


Nasceu no Funchal, no dia 18 de Janeiro de 1879, filho de Francisco Joaquim da Costa Ferreira e de Teolinda Augusta de Freitas.Realizou os primeiros estudos na cidade do Funchal, seguindo depois para Coimbra, onde cursa Filosofia, tendo concluído a licenciatura em 1899. De imediato, inicia curso de Medicina que conclui em 1905. Nos dois anos seguintes vive em França, onde estagia. Regressando a Portugal em 1907 inicia actividade como professor de Liceu (1907-1910), ocupou ainda o cargo de juíz dos árbitro avindores (1910-1911). Como era um republicano histórico, designação dada ao republicanos que existiam antes da implantação da República, foi nomeado para director da Casa Pia de Lisboa, mais tarde torna-se Provedor da Assistência Pública. Desempenhou funções como vogal do Conselho Superior de Instrução Pública e professor na Escola Normal Primária de Lisboa, destacou-se como naturalista do Museu Bocage.Foi um dos responsáveis pela fundação da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia. Em 1922, foi incumbido de realizar uma visita de trabalho a Moçambique, por convite de Brito Camacho, quando chegou a esta antiga colónia portuguesa, acabou por se suicidar no dia 15 de Julho de 1922, em Lourenço Marques.Na vida política, começou por fazer parte entre 1908 e 1911, como vereador da Câmara Municipal de Lisboa. Foi eleito deputado republicano, por Setúbal, em 1910. Após a cisão do Partido Republicano, segue o partido liderado por António José de Almeida. Foi chamado a exercer as funções de Ministro do Fomento, entre 1912 e 1913, no governo liderado por Duarte Leite. Durante a 1ª Guerra Mundial foi mobilizado e esteve na vida militar até atingir a patente de major. Foi eleito novamente deputado por Lisboa, em 1919 e em 1921, pelo distrito de Aveiro. Neste ano seria novamente chamado a exercer a função de ministro, desta vez com a pasta do Trabalho, no Ministério que resultou da tentiva revolucionária de 19 de Outubro de 1921.Pertenceu à Maçonaria, tendo desempenhado o cargo de venerável da Loja Solidariedade, de Lisboa.Dizia Forjaz Sampaio em 1930:A República perdeu um sábio e um servidor devotado. Eu perdi um amigo. Todos os dias se perde alguma coisa. Da sua vida ficou o exemplo. Da sua passagem remanesce a sua obra onde à tona, o seu formoso espírito vive para a ciência. [p. 152]Bibliografia da sua autoria, ver aqui e ainda:- Arythmies grippales, Sep. La Clinique Infantile, Paris, 1900.- O que é a Antropologia, Lisboa, 1908.- O anthropologista Ferraz de Macedo : apontamentos para a história da sua vida e da sua obra, Typ. A Editora,Lisboa, 1908.- O Povo Português sob o ponto de vista antropológico, Lisboa, 1909.- Situação demographica do paiz sob o ponto de vista do vigor da raça... , Livraria Ferin, Lisboa, 1910.- O ensino das sciencias physico-naturaes na escola primaria portuguêsa, Sep. Revista de Educação, vol. 1, nº 1, Coimbra, 1911.- Alguns Elementos para a História dos Serviços da Provedoria da Assistência Pública de Lisboa, Lisboa, 1912.- Domingos Antonio de Sequeira e a Casa Pia de Lisboa, [s.l., s.n., 1912]- A Cegueira de Camões, Sep. Medicina Contemporânea, s.l., s.n., 1913.- Alguns documentos concernentes à minha passagem pelo Ministério do Fomento, Tip. Casa Portuguesa, Lisboa, 1914.- A Casa Pia e o ensino de farmácia em Portugal, [s.n.], Lisboa, 1914. - N'outros tempos, [pref. Forjaz Sampaio], Livraria Neves, Coimbra, 1914.- Cirurgiões Portugueses em Inglaterra no século XVIII, Sep. Medicina Contemporânea, s.l., s.n., 1916.- Subsidio para a história da obstetricia em Portugal, Sep. Medicina Contemporânea, Lisboa, 1916. - Gimnástica - escola de moral e de civismo, Sep. da Rev. de Educação Geral e Técnica, Tip. Casa Portuguesa, Lisboa, 1917.- Algumas lições de Psicologia e Pedologia, Lisboa, 1921.- Antropologia Pedagógica, Lisboa, 1921.- Afonso de Albuquerque : notas antropológicas, Sep. Arquivos de Medicina Legal, [s.n.], Lisboa, 1922.- Casa Pia de Lisboa : em comemoração do centenário da independência do Brasil, Casa Pia de Lisboa, Lisboa, 1922. - Perturbações da Linguagem Gráfica dos Gagos, Lisboa, 1922. Sobre António Aurélio da Costa Ferreira existem já diferentes estudos, entre os quais destacamos:- Pereira, José Augusto de Oliveira, O pensamento e a acção educativa de António Aurélio da Costa Ferreira, Coimbra, 1995 [tese de mestrado].- Pereira, José Augusto Oliveira; Ferreira, António Gomes, co-autor, António Aurélio da Costa Ferreira : um educador na primeira república, Casa Pia, Lisboa, 1999. Bibliografia consultada:- Lisboa, Eugénio (coord.), Dicionário Cronológico de Autores Portugueses,vol III, Publicações Europa-América, Mem Martins, 1994, p. 219-220.- Marques, A. H. de Oliveira, Dicionário de Maçonaria Portuguesa, vol. I, Editorial Delta, Lisboa, 1986, col. 570-571.- Marques, A. H. de Oliveira (coord.), Parlamentares e Ministros da 1ª República (1910-1926), col. Parlamento, Edições Afrontamento/Assembleia da República, Porto/Lisboa,2000, p. 209-210.- Sampaio, Albino Forjaz de, Homens de Letras, Livraria Guimarães, Lisboa, 1930, p. 145-153.A.A.B.M.

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