Nuno de Matos: Alto Minho Artigo 29-05-2006

23-12-2009
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Quem será? Durante os últimos anos temos assistido, por vezes sem nos darmos conta, a uma guerra surda dentro do CDS limiano. Por um lado Gaspar Martins, por outro Abel Baptista. Durante alguns anos foram estes os homens que secundaram Daniel Campelo quer no partido, quer no executivo camarário.Gaspar Martins foi/é sem dúvida o homem do terreno de Campelo. Foi ele que fez Campelo ao “apresenta-lo” às freguesias. Se outro ponto não houvesse em comum entre as diversas festas nas 51 freguesias do concelho pelo menos um existia, a presença de Gaspar Martins em todas elas. Apesar do peso dentro do aparelho, Martins sabe que foi precisamente este que lhe roubou qualquer hipótese de pensar chegar ao mais alto lugar do município, a presidência da Câmara.Abel Baptista, pelo contrário, foi conquistando o seu lugar no partido paulatinamente. Como nessa conquista enfrentou várias vezes o “bulldozer” do CDS, várias foram as sequelas daí resultantes. Nas últimas eleições autárquicas, ao encabeçar a lista do CDS à Assembleia Municipal, teve a oposição pública da Juventude Popular que fez um apelo ao boicote à lista. O resultado foi o aumento dos votos também na Assembleia para o CDS… Há coisas que perpassam os interesses partidários.Com a sua surpreendente eleição para a Assembleia da Republica, Baptista conseguiu o que não tinha conseguido ao ser eleito líder da distrital. Ganhou espaço próprio. Com esta eleição quebrou as amarras que o prendiam ao CDS limiano, logo, a Campelo.Daniel Capelo já assumiu em várias entrevistas que este é o seu último mandato. Assim sendo, e como de longe se prepara uma candidatura autárquica, apenas duas pessoas do CDS o podem fazer: o actual vice-presidente da Câmara, Victor Mendes, e Abel Baptista. Gaspar não ficaria nada contente se viesse a ser o último. Será que Campelo terá que se candidatar mais uma vez? Pois é, o PS outra vez Bem pode o PS limiano gritar que tem ideias, que tudo está bem, que tem um rumo e que os cidadãos são a prioridade. O PS limiano tem pelo menos três problemas sérios em mãos.Por um lado não consegue justificar a saída do seu líder e vereador Montenegro Fiúza, de uma forma plausível, ao eleitorado. As explicações podem ser muitas, pode-se até evocar, por exemplo, o trabalho de equipa, mas o PS sabe bem que uma boa percentagem dos votos que teve nas autárquicas foi o resultando de uma imagem muito personalizada do seu cabeça de lista à Câmara Municipal. Nada justifica o defraudar das expectativas dos eleitores e, neste caso, o PS de Montenegro defraudou.Outro problema é consequência do primeiro. O actual líder assumiu-se como sendo a prazo, disposto a sair caso o anterior queira voltar. Esta foi uma tentativa de desculpabilização, uma tentativa de demonstrar que no PS não importa a liderança, mas sim o colectivo. O pior é que, em qualquer partido, a liderança é fundamental para o colectivo. É preciso dar exemplos? O PS não se apercebe desta realidade e ao afirmar que é um líder a prazo, Jorge Silva, demonstrou que o PS não é a alternativa ao CDS na Câmara Municipal. Um líder não o pode ser nem a prazo nem apenas em época de eleições.O terceiro problema do PS é a sua atitude um pouco, digamos, “estalinista” no que concerne à opinião contrária. Bem sei que irão dizer: quem não se sente não é filho de boa gente e coisa e tal. Mas como pode o PS querer que as suas ideias sejam tidas em conta, quando não admite sequer que estas sejam criticadas? É lamentável verificar que qualquer artigo de opinião que vise o PS seja logo acusado de todos os epítetos por parte do “staff” socialista. As acusações feitas ao director deste jornal são o reflexo disso mesmo. Mas então o PS ou os seus membros não escrevem em quase todos os números do Alto Minho? Para não ficar de fora das citações dos dizeres populares, costuma-se dizer que as atitudes ficam com quem as toma.Já agora, que é feito da juventude socialista? Volta lá para o estio aquando das próximas eleições autárquicas. Com certeza…


Quem será? Durante os últimos anos temos assistido, por vezes sem nos darmos conta, a uma guerra surda dentro do CDS limiano. Por um lado Gaspar Martins, por outro Abel Baptista. Durante alguns anos foram estes os homens que secundaram Daniel Campelo quer no partido, quer no executivo camarário.Gaspar Martins foi/é sem dúvida o homem do terreno de Campelo. Foi ele que fez Campelo ao “apresenta-lo” às freguesias. Se outro ponto não houvesse em comum entre as diversas festas nas 51 freguesias do concelho pelo menos um existia, a presença de Gaspar Martins em todas elas. Apesar do peso dentro do aparelho, Martins sabe que foi precisamente este que lhe roubou qualquer hipótese de pensar chegar ao mais alto lugar do município, a presidência da Câmara.Abel Baptista, pelo contrário, foi conquistando o seu lugar no partido paulatinamente. Como nessa conquista enfrentou várias vezes o “bulldozer” do CDS, várias foram as sequelas daí resultantes. Nas últimas eleições autárquicas, ao encabeçar a lista do CDS à Assembleia Municipal, teve a oposição pública da Juventude Popular que fez um apelo ao boicote à lista. O resultado foi o aumento dos votos também na Assembleia para o CDS… Há coisas que perpassam os interesses partidários.Com a sua surpreendente eleição para a Assembleia da Republica, Baptista conseguiu o que não tinha conseguido ao ser eleito líder da distrital. Ganhou espaço próprio. Com esta eleição quebrou as amarras que o prendiam ao CDS limiano, logo, a Campelo.Daniel Capelo já assumiu em várias entrevistas que este é o seu último mandato. Assim sendo, e como de longe se prepara uma candidatura autárquica, apenas duas pessoas do CDS o podem fazer: o actual vice-presidente da Câmara, Victor Mendes, e Abel Baptista. Gaspar não ficaria nada contente se viesse a ser o último. Será que Campelo terá que se candidatar mais uma vez? Pois é, o PS outra vez Bem pode o PS limiano gritar que tem ideias, que tudo está bem, que tem um rumo e que os cidadãos são a prioridade. O PS limiano tem pelo menos três problemas sérios em mãos.Por um lado não consegue justificar a saída do seu líder e vereador Montenegro Fiúza, de uma forma plausível, ao eleitorado. As explicações podem ser muitas, pode-se até evocar, por exemplo, o trabalho de equipa, mas o PS sabe bem que uma boa percentagem dos votos que teve nas autárquicas foi o resultando de uma imagem muito personalizada do seu cabeça de lista à Câmara Municipal. Nada justifica o defraudar das expectativas dos eleitores e, neste caso, o PS de Montenegro defraudou.Outro problema é consequência do primeiro. O actual líder assumiu-se como sendo a prazo, disposto a sair caso o anterior queira voltar. Esta foi uma tentativa de desculpabilização, uma tentativa de demonstrar que no PS não importa a liderança, mas sim o colectivo. O pior é que, em qualquer partido, a liderança é fundamental para o colectivo. É preciso dar exemplos? O PS não se apercebe desta realidade e ao afirmar que é um líder a prazo, Jorge Silva, demonstrou que o PS não é a alternativa ao CDS na Câmara Municipal. Um líder não o pode ser nem a prazo nem apenas em época de eleições.O terceiro problema do PS é a sua atitude um pouco, digamos, “estalinista” no que concerne à opinião contrária. Bem sei que irão dizer: quem não se sente não é filho de boa gente e coisa e tal. Mas como pode o PS querer que as suas ideias sejam tidas em conta, quando não admite sequer que estas sejam criticadas? É lamentável verificar que qualquer artigo de opinião que vise o PS seja logo acusado de todos os epítetos por parte do “staff” socialista. As acusações feitas ao director deste jornal são o reflexo disso mesmo. Mas então o PS ou os seus membros não escrevem em quase todos os números do Alto Minho? Para não ficar de fora das citações dos dizeres populares, costuma-se dizer que as atitudes ficam com quem as toma.Já agora, que é feito da juventude socialista? Volta lá para o estio aquando das próximas eleições autárquicas. Com certeza…

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