As cotadas nacionais que mais supreenderam na ‘earnings season’

29-05-2015
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As cotadas nacionais que mais supreenderam na ‘earnings season’

15 Mai 2015 Rui Barroso

rui.barroso@economico.pt

Até ao momento, as empresas do PSI 20 conseguiram duplicar os lucros no arranque de 2015. Conheça as cotadas que mais surpreenderam pela positiva os analistas e o mercado.

Foi uma entrada em 2015 a todo o vapor. As 14 cotadas do PSI 20 que já apresentaram resultados conseguiram duplicar os lucros no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano anterior. Conseguiram lucros acumulados de 826,7 milhões, o que compara com os 415,6 milhões obtidos no primeiro trimestre de 2014.

O ritmo da subida dos resultados foi superior ao esperado pelos analistas, com praticamente todas as cotadas a pulverizarem a média das estimativas dos analistas sondados pela Reuters. Apesar disso, alguns desses números acima do esperado foram conseguidos à custa de efeitos não recorrentes. Um dos exemplos é o BCP, que lucrou mais 60% do que o esperado pelos analistas, devido a ganhos com venda de dívida pública. Ainda assim, os resultados levaram a que dois bancos de investimento, o JPMorgan e o BNPParibas, aumentassem o preço-alvo para as acções. O sector bancário passou de prejuízos a lucros, ajudando às contas da bolsa nacional. BCP, BPI e Banif lucraram, em termos acumulados, 108 milhões de euros. No ano passado tiveram prejuízos de 185,2 milhões.

Mas não foi apenas a banca a surpreender. Isso mesmo fica reflectido no número de revisões em alta das avaliações das acções feitas pelos analistas após as empresas terem apresentado resultados. No rescaldo das contas, houve 27 revisões em alta de preços-alvo e nenhum corte de avaliação, segundo os dados coligidos pela Bloomberg.Antes da época de apresentação de resultados se iniciar, a 27 de Abril, a média dos preços-alvo dos analistas para as cotadas do PSI 20, ponderada pelo peso de cada uma no índice, apontava para um cotação de 6.462 pontos do índice, segundo dados da Bloomberg. Actualmente esse valor é de 6,709 pontos, uma revisão em alta de 3,8%. Este indicador está 8,9% acima da cotação actual do PSI20.

Jerónimo Martins e Galp foram as que mais encorajaram os analistas

A Jerónimo Martins e a Galp foram as cotadas que beneficiaram de mais revisões em alta após mostrarem as contas ao mercado. Os títulos da retalhista conseguiram oito revisões em alta dos preços-alvo desde que a dona do Pingo Doce apresentou resultados, a 29 de Abril. HSBC, Morgan Stanley, BESI e Natixis foram alguns dos bancos de investimento a melhorar as estimativas. A retalhista lucrou 64,8 milhões de euros, mais 11,7% que o esperado pelos analistas. Conseguiu aumentar o resultado líquido em quase 4% face ao primeiro trimestre de 2014. OHSBCsalientou que além dos resultados terem saído acima do esperado, os dados da margem de lucro, um dos factores que mais pressão tem colocado à empresa, deram garantias de que os objectivos traçados pela empresa sejam atingidos. As acções ganham mais de 7% desde a apresentação de resultados.

Já a petrolífera, apesar de não ter superado as estimativas dos analistas sondados pela Reuters, deu indicações positivas. Alguns bancos de investimento salientaram o desempenho forte do segmento de refinação e distribuição, que permitiram compensar as preocupações sobre a produção no Brasil. "Este modelo de negócio integrado está a provar ser uma vantagem-chave no actual ambiente", referiram os analistas do Barclays numa nota aos investidores. Contas feitas, as acções da petrolífera beneficiaram de sete revisões positivas desde que a empresa apresentou resultados, a 27 de Abril. Credit Suisse, Santander, BPI, Nomura e Jefferies foram algumas das entidades a melhorar as avaliações. Apesar destas revisões, os títulos ficam-se por um ganho ligeiro de 0,17% desde a divulgação dos resultados.

ANOS foi outra das cotadas a surpreender o mercado. Apesar de ter mostrado, a 6 de Maio, uma quebra de 8% do lucro para 23,2 milhões de euros, os resultados foram melhores que o antecipado. Saíram 23% acima do esperado pelos analistas citados pela Reuters. Isso levou a que as acções tivessem sido revistas em alta por três bancos de investimento (RBC, BESI e New Street Research). Os analistas do BESI destacaram que as tendências operacionais mostradas pela operadora apontam para um bom desempenho no resto do ano e as acções ganham quase 4% desde que os números foram conhecidos.

Também a EDPRenováveis conseguiu superar a fasquia colocada pelos analistas. Lucrou 70 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, mais 6% que no período homólogo e 7,7% acima da média das estimativas dos analistas. Desde que mostrou os números, a 6 de Maio, as acções da eólica tiveram cinco revisões em alta, por parte de bancos de investimento como o BPI, o Natixis e o Morgan Stanley, por exemplo. Os analistas do BPI salientaram pela positiva a diversificação geográfica da empresa, principalmente no mercado dos EUA que permitiu que os resultados beneficiassem com a subida do dólar. Desde que a eólica apresentou resultados, as acções avançam 8,5%.

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15 Mai 2015 Rui Barroso

rui.barroso@economico.pt

Até ao momento, as empresas do PSI 20 conseguiram duplicar os lucros no arranque de 2015. Conheça as cotadas que mais surpreenderam pela positiva os analistas e o mercado.

Foi uma entrada em 2015 a todo o vapor. As 14 cotadas do PSI 20 que já apresentaram resultados conseguiram duplicar os lucros no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano anterior. Conseguiram lucros acumulados de 826,7 milhões, o que compara com os 415,6 milhões obtidos no primeiro trimestre de 2014.

O ritmo da subida dos resultados foi superior ao esperado pelos analistas, com praticamente todas as cotadas a pulverizarem a média das estimativas dos analistas sondados pela Reuters. Apesar disso, alguns desses números acima do esperado foram conseguidos à custa de efeitos não recorrentes. Um dos exemplos é o BCP, que lucrou mais 60% do que o esperado pelos analistas, devido a ganhos com venda de dívida pública. Ainda assim, os resultados levaram a que dois bancos de investimento, o JPMorgan e o BNPParibas, aumentassem o preço-alvo para as acções. O sector bancário passou de prejuízos a lucros, ajudando às contas da bolsa nacional. BCP, BPI e Banif lucraram, em termos acumulados, 108 milhões de euros. No ano passado tiveram prejuízos de 185,2 milhões.

Mas não foi apenas a banca a surpreender. Isso mesmo fica reflectido no número de revisões em alta das avaliações das acções feitas pelos analistas após as empresas terem apresentado resultados. No rescaldo das contas, houve 27 revisões em alta de preços-alvo e nenhum corte de avaliação, segundo os dados coligidos pela Bloomberg.Antes da época de apresentação de resultados se iniciar, a 27 de Abril, a média dos preços-alvo dos analistas para as cotadas do PSI 20, ponderada pelo peso de cada uma no índice, apontava para um cotação de 6.462 pontos do índice, segundo dados da Bloomberg. Actualmente esse valor é de 6,709 pontos, uma revisão em alta de 3,8%. Este indicador está 8,9% acima da cotação actual do PSI20.

Jerónimo Martins e Galp foram as que mais encorajaram os analistas

A Jerónimo Martins e a Galp foram as cotadas que beneficiaram de mais revisões em alta após mostrarem as contas ao mercado. Os títulos da retalhista conseguiram oito revisões em alta dos preços-alvo desde que a dona do Pingo Doce apresentou resultados, a 29 de Abril. HSBC, Morgan Stanley, BESI e Natixis foram alguns dos bancos de investimento a melhorar as estimativas. A retalhista lucrou 64,8 milhões de euros, mais 11,7% que o esperado pelos analistas. Conseguiu aumentar o resultado líquido em quase 4% face ao primeiro trimestre de 2014. OHSBCsalientou que além dos resultados terem saído acima do esperado, os dados da margem de lucro, um dos factores que mais pressão tem colocado à empresa, deram garantias de que os objectivos traçados pela empresa sejam atingidos. As acções ganham mais de 7% desde a apresentação de resultados.

Já a petrolífera, apesar de não ter superado as estimativas dos analistas sondados pela Reuters, deu indicações positivas. Alguns bancos de investimento salientaram o desempenho forte do segmento de refinação e distribuição, que permitiram compensar as preocupações sobre a produção no Brasil. "Este modelo de negócio integrado está a provar ser uma vantagem-chave no actual ambiente", referiram os analistas do Barclays numa nota aos investidores. Contas feitas, as acções da petrolífera beneficiaram de sete revisões positivas desde que a empresa apresentou resultados, a 27 de Abril. Credit Suisse, Santander, BPI, Nomura e Jefferies foram algumas das entidades a melhorar as avaliações. Apesar destas revisões, os títulos ficam-se por um ganho ligeiro de 0,17% desde a divulgação dos resultados.

ANOS foi outra das cotadas a surpreender o mercado. Apesar de ter mostrado, a 6 de Maio, uma quebra de 8% do lucro para 23,2 milhões de euros, os resultados foram melhores que o antecipado. Saíram 23% acima do esperado pelos analistas citados pela Reuters. Isso levou a que as acções tivessem sido revistas em alta por três bancos de investimento (RBC, BESI e New Street Research). Os analistas do BESI destacaram que as tendências operacionais mostradas pela operadora apontam para um bom desempenho no resto do ano e as acções ganham quase 4% desde que os números foram conhecidos.

Também a EDPRenováveis conseguiu superar a fasquia colocada pelos analistas. Lucrou 70 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, mais 6% que no período homólogo e 7,7% acima da média das estimativas dos analistas. Desde que mostrou os números, a 6 de Maio, as acções da eólica tiveram cinco revisões em alta, por parte de bancos de investimento como o BPI, o Natixis e o Morgan Stanley, por exemplo. Os analistas do BPI salientaram pela positiva a diversificação geográfica da empresa, principalmente no mercado dos EUA que permitiu que os resultados beneficiassem com a subida do dólar. Desde que a eólica apresentou resultados, as acções avançam 8,5%.

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