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Garantia mútua já viabilizou 20,7 mil milhões de investimentos
00:05 António Freitas de Sousa e Sónia Santos Pereira
São quatro as Sociedades de garantia mútua: Norgarante, Lisgarante, Garval e Agrogarante.
O sistema de garantia mútua tem, em Portugal, 20 anos. Lançado na altura em que Mira Amaral era ministro da Indústria, o sistema, inicialmente público, é hoje maioritariamente privado e gerido numa lógica empresarial privada.
A SPGM - Sociedade de Investimento, foi criada em 1994 por iniciativa do IAPMEI e dos principais bancos no sistema financeiro, com o objectivo central de "instituir um sistema mutualista que permitisse às pequenas e médias empresas portuguesas aceder ao crédito em condições mais vantajosas", segundo a própria instituição.
Com esse intuito, surgiu a sociedade piloto "com a missão de testar junto do mercado o interesse deste produto, através da realização de operações de garantia e outros serviços às PME, em moldes semelhantes aos das futuras Sociedades de Garantia Mútua (SGM)".
Provada a utilidade do novo instrumento financeiro, a SPGM passou a desempenhar funções mais próprias de uma sociedade ‘holding' e foram sendo criadas as sociedades operacionais, "aquelas que, no terreno, interagem com as empresas". Actualmente, são quatro as SGM: Norgarante, Lisgarante, Garval e Agrogarante. "A SPGM participa no capital social de todas elas e a todas presta diversos serviços, através de um centro de serviços partilhados".
A Agrogarante está vocacionada para o apoio à agricultura, à agroindústria, às pescas e à floresta. As restantes têm uma lógica de actuação transversal, apoiando indústrias transformadoras, comércio, serviços, construção, turismo, transportes, etc.. "São estas quatro SGM quem comercialmente trabalha o produto e presta as garantias no mercado. São instituições de crédito privadas, mutualistas, detidas por quase 80 mil PME. Emitem garantias aos bancos e a outras entidades, em favor das empresas ou de pessoas individuais (como é o caso dos estudantes do ensino superior), no sentido de facilitar o seu acesso ao crédito".
Como uma espécie de ‘chapéu' de todo o sistema é determinante o Fundo de Contragarantia Mútuo (FCGM), gerido pela SPGM. "Trata-se do mecanismo de contragarantia, sem o qual a solvabilidade do sistema estaria em risco, uma vez que, sempre que uma SGM paga uma garantia ao seu legítimo beneficiário, vai imediatamente recuperar parte da perda (entre 50% e 80% da garantia paga) junto de tal fundo".
Em termos históricos, nestes 20 anos o montante agregado das garantias emitidas "superam os 9,2 mil milhões de euros, para uma carteira viva que actualmente ultrapassa os 2,85 mil milhões de euros". Desde Setembro de 1994 e até final do primeiro trimestre deste ano, o sistema já apoiou quase 80 mil empresas. Foram emitidas 176.219 garantias, "proporcionando às empresas que delas beneficiaram um volume de financiamentos que ultrapassa, no acumulado, 20,3 mil milhões de euros". Com esse montante garantido, as PME mutualistas investiram mais de 20,7 mil milhões de euros, criando e/ou mantendo mais de 1,23 milhões de postos de trabalho.
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Garantia mútua já viabilizou 20,7 mil milhões de investimentos
00:05 António Freitas de Sousa e Sónia Santos Pereira
São quatro as Sociedades de garantia mútua: Norgarante, Lisgarante, Garval e Agrogarante.
O sistema de garantia mútua tem, em Portugal, 20 anos. Lançado na altura em que Mira Amaral era ministro da Indústria, o sistema, inicialmente público, é hoje maioritariamente privado e gerido numa lógica empresarial privada.
A SPGM - Sociedade de Investimento, foi criada em 1994 por iniciativa do IAPMEI e dos principais bancos no sistema financeiro, com o objectivo central de "instituir um sistema mutualista que permitisse às pequenas e médias empresas portuguesas aceder ao crédito em condições mais vantajosas", segundo a própria instituição.
Com esse intuito, surgiu a sociedade piloto "com a missão de testar junto do mercado o interesse deste produto, através da realização de operações de garantia e outros serviços às PME, em moldes semelhantes aos das futuras Sociedades de Garantia Mútua (SGM)".
Provada a utilidade do novo instrumento financeiro, a SPGM passou a desempenhar funções mais próprias de uma sociedade ‘holding' e foram sendo criadas as sociedades operacionais, "aquelas que, no terreno, interagem com as empresas". Actualmente, são quatro as SGM: Norgarante, Lisgarante, Garval e Agrogarante. "A SPGM participa no capital social de todas elas e a todas presta diversos serviços, através de um centro de serviços partilhados".
A Agrogarante está vocacionada para o apoio à agricultura, à agroindústria, às pescas e à floresta. As restantes têm uma lógica de actuação transversal, apoiando indústrias transformadoras, comércio, serviços, construção, turismo, transportes, etc.. "São estas quatro SGM quem comercialmente trabalha o produto e presta as garantias no mercado. São instituições de crédito privadas, mutualistas, detidas por quase 80 mil PME. Emitem garantias aos bancos e a outras entidades, em favor das empresas ou de pessoas individuais (como é o caso dos estudantes do ensino superior), no sentido de facilitar o seu acesso ao crédito".
Como uma espécie de ‘chapéu' de todo o sistema é determinante o Fundo de Contragarantia Mútuo (FCGM), gerido pela SPGM. "Trata-se do mecanismo de contragarantia, sem o qual a solvabilidade do sistema estaria em risco, uma vez que, sempre que uma SGM paga uma garantia ao seu legítimo beneficiário, vai imediatamente recuperar parte da perda (entre 50% e 80% da garantia paga) junto de tal fundo".
Em termos históricos, nestes 20 anos o montante agregado das garantias emitidas "superam os 9,2 mil milhões de euros, para uma carteira viva que actualmente ultrapassa os 2,85 mil milhões de euros". Desde Setembro de 1994 e até final do primeiro trimestre deste ano, o sistema já apoiou quase 80 mil empresas. Foram emitidas 176.219 garantias, "proporcionando às empresas que delas beneficiaram um volume de financiamentos que ultrapassa, no acumulado, 20,3 mil milhões de euros". Com esse montante garantido, as PME mutualistas investiram mais de 20,7 mil milhões de euros, criando e/ou mantendo mais de 1,23 milhões de postos de trabalho.