EUA retiram Cuba da lista de apoiantes de terrorismo

29-05-2015
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EUA retiram Cuba da lista de apoiantes de terrorismo

16:13 Alexandre Frade Batista

alexandre.batista@economico.pt

A medida já tinha sido anunciada por Obama em Abril. Hoje cumpriram-se os 45 dias em que o Congresso poderia ter anunciado a sua oposição. Não o fez, e assim terminaram 33 anos de Cuba no lado do "eixo do mal".

O Departamento de Estado norte-americano retirou Cuba da lista de países promotores de terrorismo, medida simbólica que implica mais um passo na normalização de relações diplomáticas entre os dois países, 54 anos após os EUA terem cortado a ligação.

Cuba está na lista dos estados promotores do terrorismo, ao lado de países como o Irão, desde 1982, quando Ronald Reagan assim o determinou. Eram os tempos da Guerra Fria, de uma União Soviética ameaçadora, e o país de Fidel Castro era acusado de apoiar e armar insurgentes de esquerda na América Latina e África.

Duas décadas depois, George W. Bush cunhou a expressão "eixo do mal", deixando Cuba nesse grupo. Agora, Obama, apoiando-se na conclusão da sua administração de que Cuba já não está a apoiar grupos terroristas internacionais como os bascos da ETA, decidiu pôr fim a essa associação.

O fim da relação entre Cuba e terrorismo foi noticiada nesta sexta-feira em comunicado, seguindo-se a um período de 45 dias passados desde o anúncio do presidente americano neste sentido, efectuado a 14 de Abril. Não tendo havido objecção da parte do Congresso, a medida passou.

"Ainda que os EUA tenham preocupações significativas e desentendimentos face a uma vasta gama de acções e políticas de Cuba, isto cai fora dos critérios relevantes para a rescisão da designação de Estado Promotor do Terrorismo", indica Jeff Rathke, porta-voz do Departamento de Estado.

As duas nações pretendem reabrir as embaixadas em Havana e Washington logo que sejam resolvidos os pontos de desunião, incluindo as exigências dos EUA para liberdade de movimentos para os seus diplomatas, e, por outro lado, as preocupações dos responsáveis cubanos acerca dos programas de democracia americanos, que Havana diz minarem o seu governo.

Verificado o entendimento, Obama informará o Congresso sobre a intenção de instalar um representante na capital da ilha dos irmãos Castro. Será depois necessário escolher um embaixador e esperar pela aprovação.

O secretário de Estado John Kerry salientou que a medida não significa a assumpção de que entre os EUA e Cuba deixou de haver questões por resolver, designadamente relativas a direitos humanos.

Após o anúncio de normalização de relações por Obama e Raul Castro, o governo de Havana já tinha dito que qualquer avanço no sentido diplomático teria de ser precedido do fim da inclusão do país na lista de apoiantes do terrorismo.

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16:13 Alexandre Frade Batista

alexandre.batista@economico.pt

A medida já tinha sido anunciada por Obama em Abril. Hoje cumpriram-se os 45 dias em que o Congresso poderia ter anunciado a sua oposição. Não o fez, e assim terminaram 33 anos de Cuba no lado do "eixo do mal".

O Departamento de Estado norte-americano retirou Cuba da lista de países promotores de terrorismo, medida simbólica que implica mais um passo na normalização de relações diplomáticas entre os dois países, 54 anos após os EUA terem cortado a ligação.

Cuba está na lista dos estados promotores do terrorismo, ao lado de países como o Irão, desde 1982, quando Ronald Reagan assim o determinou. Eram os tempos da Guerra Fria, de uma União Soviética ameaçadora, e o país de Fidel Castro era acusado de apoiar e armar insurgentes de esquerda na América Latina e África.

Duas décadas depois, George W. Bush cunhou a expressão "eixo do mal", deixando Cuba nesse grupo. Agora, Obama, apoiando-se na conclusão da sua administração de que Cuba já não está a apoiar grupos terroristas internacionais como os bascos da ETA, decidiu pôr fim a essa associação.

O fim da relação entre Cuba e terrorismo foi noticiada nesta sexta-feira em comunicado, seguindo-se a um período de 45 dias passados desde o anúncio do presidente americano neste sentido, efectuado a 14 de Abril. Não tendo havido objecção da parte do Congresso, a medida passou.

"Ainda que os EUA tenham preocupações significativas e desentendimentos face a uma vasta gama de acções e políticas de Cuba, isto cai fora dos critérios relevantes para a rescisão da designação de Estado Promotor do Terrorismo", indica Jeff Rathke, porta-voz do Departamento de Estado.

As duas nações pretendem reabrir as embaixadas em Havana e Washington logo que sejam resolvidos os pontos de desunião, incluindo as exigências dos EUA para liberdade de movimentos para os seus diplomatas, e, por outro lado, as preocupações dos responsáveis cubanos acerca dos programas de democracia americanos, que Havana diz minarem o seu governo.

Verificado o entendimento, Obama informará o Congresso sobre a intenção de instalar um representante na capital da ilha dos irmãos Castro. Será depois necessário escolher um embaixador e esperar pela aprovação.

O secretário de Estado John Kerry salientou que a medida não significa a assumpção de que entre os EUA e Cuba deixou de haver questões por resolver, designadamente relativas a direitos humanos.

Após o anúncio de normalização de relações por Obama e Raul Castro, o governo de Havana já tinha dito que qualquer avanço no sentido diplomático teria de ser precedido do fim da inclusão do país na lista de apoiantes do terrorismo.

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