Pais Antunes só trocou breves ideias com Centeno

29-05-2015
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Pais Antunes só trocou breves ideias com Centeno

00:05 Marta Moitinho Oliveira e Inês David Bastos

A colaboração de Centeno nas “Ideias para Portugal” causou surpresa no PS.

O documento apresentado pela Câmara do Comércio e Indústria Portuguesa, liderada por Bruno Bobone, provocou ontem surpresa no PS, por associar o nome de Mário Centeno (que coordenou o programa económico socialista) a algumas propostas da área da Segurança Social que os socialistas rejeitam. Pais Antunes, que coordenou as medidas na área da Segurança Social, assume a inteira responsabilidade pelo conteúdo do documento e afirma que comunicou à associação que apenas "trocou ideias" com as pessoas que escolheu ouvir. Entre elas, Mário Centeno.

Luís Pais Antunes, ex-secretário de Estado de um governo do PSD, foi o coordenador para a área da Segurança Social. No ‘draft' final que enviou para a associação de Bruno Bobone, o ex-governante explicou que o teor das páginas com as propostas era da sua "exclusiva responsabilidade", sendo injusto atribuí-las àqueles com quem, "brevemente", trocou ideias sobre os temas em causa. Na lista de personalidades ouvidas, que constava do ‘draft', aparecia o nome de Mário Centeno, entre outros. Uma das medidas que é sugerida no documento é o corte de pensões em pagamento, uma ideia que o PS rejeita em absoluto.

No entanto, o parágrafo onde Pais Antunes explica a metodologia de trabalho não consta da versão final do documento a que o Diário Económico teve acesso. A Câmara de Comércio e Indústria optou por colocar apenas uma lista dos nomes das pessoas ouvidas em cada área, explicou Pais Antunes ao Diário Económico.

"Houve um enorme mal entendido", defende o ex-governante, acrescentando que almoçou apenas "duas vezes" com MárioCenteno e falaram ao telefone mais umas duas vezes. "Nem lhe comuniquei o texto final" que foi enviado para a Câmara do Comércio e Indústria.

Odocumento não aborda apenas a Segurança Social, deixa também ideias ao Governo que sair das eleições deste ano para a Administração Pública, uma área coordenada por Sofia Galvão, ex-secretária de Estado no governo de Santana Lopes. Uma das sugestões mais fortes é "continuar e aprofundar o processo de privatização do que for privatizável" no sector empresarial do Estado.

A ex-governante volta a pôr em cima da mesa a discussão sobre as funções do Estado. Os peritos defendem a "geração de um consenso mais alargado sobre as funções nucleares do Estado, elencando claramente as funções de soberania, de prestação social e de regulação essenciais ao seu funcionamento".

No que toca à definição das funções do Estado, Sofia Galvão apresenta mesmo uma proposta mais concreta: a prestação de serviços nas áreas da saúde, ensino e Segurança Social pode ser externalizada, "sem quebra dos valores da equidade e da justiça".

No documento, são propostos cortes estruturais da despesa corrente primária nos próximos anos, apesar da austeridade imposta durante o programa da ‘troika'. Entre elas está a aceleração das aposentações.

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Pais Antunes só trocou breves ideias com Centeno

00:05 Marta Moitinho Oliveira e Inês David Bastos

A colaboração de Centeno nas “Ideias para Portugal” causou surpresa no PS.

O documento apresentado pela Câmara do Comércio e Indústria Portuguesa, liderada por Bruno Bobone, provocou ontem surpresa no PS, por associar o nome de Mário Centeno (que coordenou o programa económico socialista) a algumas propostas da área da Segurança Social que os socialistas rejeitam. Pais Antunes, que coordenou as medidas na área da Segurança Social, assume a inteira responsabilidade pelo conteúdo do documento e afirma que comunicou à associação que apenas "trocou ideias" com as pessoas que escolheu ouvir. Entre elas, Mário Centeno.

Luís Pais Antunes, ex-secretário de Estado de um governo do PSD, foi o coordenador para a área da Segurança Social. No ‘draft' final que enviou para a associação de Bruno Bobone, o ex-governante explicou que o teor das páginas com as propostas era da sua "exclusiva responsabilidade", sendo injusto atribuí-las àqueles com quem, "brevemente", trocou ideias sobre os temas em causa. Na lista de personalidades ouvidas, que constava do ‘draft', aparecia o nome de Mário Centeno, entre outros. Uma das medidas que é sugerida no documento é o corte de pensões em pagamento, uma ideia que o PS rejeita em absoluto.

No entanto, o parágrafo onde Pais Antunes explica a metodologia de trabalho não consta da versão final do documento a que o Diário Económico teve acesso. A Câmara de Comércio e Indústria optou por colocar apenas uma lista dos nomes das pessoas ouvidas em cada área, explicou Pais Antunes ao Diário Económico.

"Houve um enorme mal entendido", defende o ex-governante, acrescentando que almoçou apenas "duas vezes" com MárioCenteno e falaram ao telefone mais umas duas vezes. "Nem lhe comuniquei o texto final" que foi enviado para a Câmara do Comércio e Indústria.

Odocumento não aborda apenas a Segurança Social, deixa também ideias ao Governo que sair das eleições deste ano para a Administração Pública, uma área coordenada por Sofia Galvão, ex-secretária de Estado no governo de Santana Lopes. Uma das sugestões mais fortes é "continuar e aprofundar o processo de privatização do que for privatizável" no sector empresarial do Estado.

A ex-governante volta a pôr em cima da mesa a discussão sobre as funções do Estado. Os peritos defendem a "geração de um consenso mais alargado sobre as funções nucleares do Estado, elencando claramente as funções de soberania, de prestação social e de regulação essenciais ao seu funcionamento".

No que toca à definição das funções do Estado, Sofia Galvão apresenta mesmo uma proposta mais concreta: a prestação de serviços nas áreas da saúde, ensino e Segurança Social pode ser externalizada, "sem quebra dos valores da equidade e da justiça".

No documento, são propostos cortes estruturais da despesa corrente primária nos próximos anos, apesar da austeridade imposta durante o programa da ‘troika'. Entre elas está a aceleração das aposentações.

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