Oferta pela ES Saúde está em linha com a média das OPA do sector

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Empresas/Finanças
25 Ago 2014

Oferta pela ES Saúde está em linha com a média das OPA do sector
Rui Barroso
rui.barroso@economico.pt
25 Ago 2014

Avaliação feita pelos mexicanos em relação ao lucro, receitas, EBITDA e activo acompanha a tendência do sector.
A proposta de 4,30 euros por acção feita pelos mexicanos da Ángeles avalia a empresa liderada por Isabel Vaz em 410 milhões de euros. Apesar dos títulos nunca terem atingido aqueles valores antes da oferta, a relação entre o valor proposto e alguns indicadores-chave da ES Saúde, como o EBITDA e as receitas, mostram que a oferta é ligeiramente inferior à média dos negócios que ocorrerem no sector. Já em relação ao lucro e aos activos da Espírito Santo Saúde a oferta dos mexicanos aparenta ser mais generosa que os três negócios deste sector feitos na Europa nos últimos 12 meses e que envolveram valores acima de 100 milhões de euros.
 
O preço proposto pelo Grupo Ángeles é sete vezes superior ao lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) conseguido pela Espírito Santo Saúde no último ano. A média dos negócios feitos na Europa envolveu valores 7,79 vezes superior ao EBITDA das empresas adquiridas. No entanto, a compra da francesa Generale de Sante pela Ramsay Healthcare e pelo Credit Agricole Assurance, um negócio de 1,4 mil milhões de euros, foi feito a um múltiplo mais baixo.
Outro indicador que pode ser utilizado para avaliar a generosidade das operações é a relação entre o valor da oferta e das receitas. Também neste indicador o montante proposto pelo Grupo Ángeles é inferior à média europeia. Os 410 milhões de euros oferecidos são 1,1 vezes superiores às receitas obtidas pela ESSaúde em 2013. A média dos negócios realizados na Europa envolveram valores 1,5 vezes acima das receitas da empresa que foi adquirida.
Oferta acima da média em relação ao lucro e aos activos
O negócio de fusão entre a Korian e a francesa Medica SA, de 1,5 mil milhões de euros,foi o que envolveu múltiplos mais elevados. O valor da operação foi o dobro das receitas da Medica SA. Apesar do valor oferecido pelo Grupo Ángeles ser menos generoso que a média em relação ao EBITDA e às receitas, comparando com o resultado líquido os mexicanos estão a oferecer mais que nos negócios feitos no sector. O Grupo Ángeles avalia a Espírito Santo Saúde 29 vezes acima do lucro de 2013, o que compara com a média de 22 vezes a nível europeu. No entanto, a empresa liderada por Isabel Vaz tem mostrado um crescimento consistente dos resultados. No primeiro trimestre do ano, por exemplo, a ESSaúde duplicou o lucro em relação ao mesmo período do ano anterior.
Também em relação aos activos da ESSaúde, a oferta do Grupo Ángeles é mais generosa que a média europeia. Os mexicanos estão a oferecer um valor equivalente a 86% do activo da dona do Hospital da Luz. A média europeia fica-se pelos 79%. A transacção mais barata, segundo este indicador, foi a compra de uma participação na francesa Orpea por parte de um fundo de pensões canadiano por 320 milhões de euros.
Estes dados podem servir como um indicador sobre a generosidade da oferta. Mas a avaliação feita nestes negócios depende muito das estimativas para os resultados futuros e para o sentido estratégico destas operações. A amostra na Europa é pequena, dado o baixo número de negócios feitos, que envolvem sobretudo empresas francesas. As fusões e aquisições são muito mais frequentes no mercado de saúde nos EUA em que há um grande peso do sector privado, mas essas transacções não foram incluídas na análise dada a diferença no sector da saúde nos dois lados do Atlântico.
Acções continuam a negociar acima do preço da OPA
O mercado continua a avaliar a Espírito Santo Saúde acima dos 4,30 euros oferecidos pelo Grupo Ángeles. As acções até tiveram uma quebra na sessão de ontem, deslizando 0,78% para 4,32 euros. Mas transaccionam 0,5% acima do preço da OPA. A desvalorização, a primeira em nove sessões, ocorreu depois do DiárioEconómico ter avançado que um dos potenciais interessados na Espírito Santo Saúde, a Mello Saúde, poderia enfrentar maiores entraves por parte da Autoridade da Concorrência.
Além da Mello Saúde, também tem sido noticiado o interesse da Amil e dos fundos Apax e TPG. Caso decidam lançar uma OPA concorrente têm de oferecer mais 2% que os 4,30 euros propostos pelo Grupo Ángeles.
 

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Rui Barroso
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25 Ago 2014

Avaliação feita pelos mexicanos em relação ao lucro, receitas, EBITDA e activo acompanha a tendência do sector.
A proposta de 4,30 euros por acção feita pelos mexicanos da Ángeles avalia a empresa liderada por Isabel Vaz em 410 milhões de euros. Apesar dos títulos nunca terem atingido aqueles valores antes da oferta, a relação entre o valor proposto e alguns indicadores-chave da ES Saúde, como o EBITDA e as receitas, mostram que a oferta é ligeiramente inferior à média dos negócios que ocorrerem no sector. Já em relação ao lucro e aos activos da Espírito Santo Saúde a oferta dos mexicanos aparenta ser mais generosa que os três negócios deste sector feitos na Europa nos últimos 12 meses e que envolveram valores acima de 100 milhões de euros.
 
O preço proposto pelo Grupo Ángeles é sete vezes superior ao lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) conseguido pela Espírito Santo Saúde no último ano. A média dos negócios feitos na Europa envolveu valores 7,79 vezes superior ao EBITDA das empresas adquiridas. No entanto, a compra da francesa Generale de Sante pela Ramsay Healthcare e pelo Credit Agricole Assurance, um negócio de 1,4 mil milhões de euros, foi feito a um múltiplo mais baixo.
Outro indicador que pode ser utilizado para avaliar a generosidade das operações é a relação entre o valor da oferta e das receitas. Também neste indicador o montante proposto pelo Grupo Ángeles é inferior à média europeia. Os 410 milhões de euros oferecidos são 1,1 vezes superiores às receitas obtidas pela ESSaúde em 2013. A média dos negócios realizados na Europa envolveram valores 1,5 vezes acima das receitas da empresa que foi adquirida.
Oferta acima da média em relação ao lucro e aos activos
O negócio de fusão entre a Korian e a francesa Medica SA, de 1,5 mil milhões de euros,foi o que envolveu múltiplos mais elevados. O valor da operação foi o dobro das receitas da Medica SA. Apesar do valor oferecido pelo Grupo Ángeles ser menos generoso que a média em relação ao EBITDA e às receitas, comparando com o resultado líquido os mexicanos estão a oferecer mais que nos negócios feitos no sector. O Grupo Ángeles avalia a Espírito Santo Saúde 29 vezes acima do lucro de 2013, o que compara com a média de 22 vezes a nível europeu. No entanto, a empresa liderada por Isabel Vaz tem mostrado um crescimento consistente dos resultados. No primeiro trimestre do ano, por exemplo, a ESSaúde duplicou o lucro em relação ao mesmo período do ano anterior.
Também em relação aos activos da ESSaúde, a oferta do Grupo Ángeles é mais generosa que a média europeia. Os mexicanos estão a oferecer um valor equivalente a 86% do activo da dona do Hospital da Luz. A média europeia fica-se pelos 79%. A transacção mais barata, segundo este indicador, foi a compra de uma participação na francesa Orpea por parte de um fundo de pensões canadiano por 320 milhões de euros.
Estes dados podem servir como um indicador sobre a generosidade da oferta. Mas a avaliação feita nestes negócios depende muito das estimativas para os resultados futuros e para o sentido estratégico destas operações. A amostra na Europa é pequena, dado o baixo número de negócios feitos, que envolvem sobretudo empresas francesas. As fusões e aquisições são muito mais frequentes no mercado de saúde nos EUA em que há um grande peso do sector privado, mas essas transacções não foram incluídas na análise dada a diferença no sector da saúde nos dois lados do Atlântico.
Acções continuam a negociar acima do preço da OPA
O mercado continua a avaliar a Espírito Santo Saúde acima dos 4,30 euros oferecidos pelo Grupo Ángeles. As acções até tiveram uma quebra na sessão de ontem, deslizando 0,78% para 4,32 euros. Mas transaccionam 0,5% acima do preço da OPA. A desvalorização, a primeira em nove sessões, ocorreu depois do DiárioEconómico ter avançado que um dos potenciais interessados na Espírito Santo Saúde, a Mello Saúde, poderia enfrentar maiores entraves por parte da Autoridade da Concorrência.
Além da Mello Saúde, também tem sido noticiado o interesse da Amil e dos fundos Apax e TPG. Caso decidam lançar uma OPA concorrente têm de oferecer mais 2% que os 4,30 euros propostos pelo Grupo Ángeles.
 

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