Cavaco exige governo estável mesmo que seja de bloco central

24-07-2015
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O Presidente da República avisou ontem os partidos que é "inconcebível" que sejam incapazes de fazer uma coligação pós-eleitoral para formar um governo de maioria estável em nome do país.

A declaração de Cavaco Silva ao país, onde anunciou o dia 4 de Outubro para a realização das eleições legislativas, pode dividir-se em dois blocos. Por um lado, apelou aos portugueses para que votem neste dia de forma a que das eleições saia uma maioria estável. Um apelo ao voto útil, que, na opinião do politólogo António Costa Pinto (que falava na SIC) vai ser recebido "com um sorriso" pela coligação PSD/CDS. Mas, por outro, antecipando a possibilidade de nem a coligação, nem o PS conseguirem a maioria, como apontam as sondagens, Cavaco deixou claro o que quer.

Desde já, avisou que não serão "admissíveis" soluções governativas criadas à margem do Parlamento e do resultado das eleições. Que é como quem diz, não tomará a iniciativa de formar um Executivo de iniciativa presidencial. Esclarecido este ponto, o chefe de Estado avisou os partidos que "o país não pode dar-se ao luxo" de ter instabilidade política e exigiu entendimentos partidários pós-eleitorais "em nome dos grandes objectivos nacionais".

"Portugal precisa de um governo sólido, estável e duradoiro e isso compete inteiramente às forças políticas", frisou o Presidente, dando recorrentemente o exemplo de vários parceiros europeus que conseguiram sentar-se à mesa para criar coligações "de dois ou três partidos" de forma a garantir um apoio parlamentar maioritário. Aliás, por três vezes usou a expressão "coligação de dois ou três partidos". O que implicitamente pode remeter para uma coligação entre PSD, PS e CDS se for necessário para garantir um "governo com apoio parlamentar". É que, avisou Cavaco, sem esta maioria na Assembleia da República um governo "tem dificuldade em aprovar medidas e reformas" e o país vive num ambiente de crise política e sem saber a que momento pode cair o Executivo.

Nas condições em que Portugal se encontra, a recuperar de uma crise económica, Cavaco deixou bem claro que o "país não pode correr riscos". E se na maioria dos parceiros da União Europeia (23 em 28 Estados) os partidos conseguiram formar coligações alargadas, "não é concebível" que em Portugal "não sejam capazes". O Presidente deu mesmo o exemplo da Finlândia, onde das recentes eleições não resultou uma maioria para um partido, tendo-se formado uma coligação de três (incluindo um partido de extrema-direita). "Não há motivo para Portugal ser uma excepção, pelo contrário, é até um país da Europa onde a estabilidade política é mais necessária", vincou.

Para que possa criar-se espaço ao diálogo "e pontes" (relações PS e Governo sempre foram crispadas e António Costa até já rejeitou acordos pós-eleitorais com o PSD), o chefe de Estado pediu aos partidos que façam uma "campanha com elevação e serenidade, esclarecedora", sem "crispação e "agressividade verbal". A campanha, avisou, "não pode ser palco de agressões".

Sobre a escolha do dia 4 de Outubro e não 27 de Setembro (como preferiam PSD e PS), Cavaco nada disse, embora os partidos sempre tenham dito que não se opunham a que as eleições se realizassem no dia 4.

O Presidente da República avisou ontem os partidos que é "inconcebível" que sejam incapazes de fazer uma coligação pós-eleitoral para formar um governo de maioria estável em nome do país.

A declaração de Cavaco Silva ao país, onde anunciou o dia 4 de Outubro para a realização das eleições legislativas, pode dividir-se em dois blocos. Por um lado, apelou aos portugueses para que votem neste dia de forma a que das eleições saia uma maioria estável. Um apelo ao voto útil, que, na opinião do politólogo António Costa Pinto (que falava na SIC) vai ser recebido "com um sorriso" pela coligação PSD/CDS. Mas, por outro, antecipando a possibilidade de nem a coligação, nem o PS conseguirem a maioria, como apontam as sondagens, Cavaco deixou claro o que quer.

Desde já, avisou que não serão "admissíveis" soluções governativas criadas à margem do Parlamento e do resultado das eleições. Que é como quem diz, não tomará a iniciativa de formar um Executivo de iniciativa presidencial. Esclarecido este ponto, o chefe de Estado avisou os partidos que "o país não pode dar-se ao luxo" de ter instabilidade política e exigiu entendimentos partidários pós-eleitorais "em nome dos grandes objectivos nacionais".

"Portugal precisa de um governo sólido, estável e duradoiro e isso compete inteiramente às forças políticas", frisou o Presidente, dando recorrentemente o exemplo de vários parceiros europeus que conseguiram sentar-se à mesa para criar coligações "de dois ou três partidos" de forma a garantir um apoio parlamentar maioritário. Aliás, por três vezes usou a expressão "coligação de dois ou três partidos". O que implicitamente pode remeter para uma coligação entre PSD, PS e CDS se for necessário para garantir um "governo com apoio parlamentar". É que, avisou Cavaco, sem esta maioria na Assembleia da República um governo "tem dificuldade em aprovar medidas e reformas" e o país vive num ambiente de crise política e sem saber a que momento pode cair o Executivo.

Nas condições em que Portugal se encontra, a recuperar de uma crise económica, Cavaco deixou bem claro que o "país não pode correr riscos". E se na maioria dos parceiros da União Europeia (23 em 28 Estados) os partidos conseguiram formar coligações alargadas, "não é concebível" que em Portugal "não sejam capazes". O Presidente deu mesmo o exemplo da Finlândia, onde das recentes eleições não resultou uma maioria para um partido, tendo-se formado uma coligação de três (incluindo um partido de extrema-direita). "Não há motivo para Portugal ser uma excepção, pelo contrário, é até um país da Europa onde a estabilidade política é mais necessária", vincou.

Para que possa criar-se espaço ao diálogo "e pontes" (relações PS e Governo sempre foram crispadas e António Costa até já rejeitou acordos pós-eleitorais com o PSD), o chefe de Estado pediu aos partidos que façam uma "campanha com elevação e serenidade, esclarecedora", sem "crispação e "agressividade verbal". A campanha, avisou, "não pode ser palco de agressões".

Sobre a escolha do dia 4 de Outubro e não 27 de Setembro (como preferiam PSD e PS), Cavaco nada disse, embora os partidos sempre tenham dito que não se opunham a que as eleições se realizassem no dia 4.

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