Gestores preparam-se para maior volatilidade nas bolsas

13-09-2014
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Gestores preparam-se para maior volatilidade nas bolsas

Rui Barroso

rui.barroso@economico.pt

02 Set 2014

Os investidores reduziram a exposição a acções devido ao agravar das tensões geopolíticas e às perspectivas de subida dos juros.

Os gestores de algumas das maiores entidades de investimento mundiais estão a cortar a exposição a acções, segundo uma sondagem feita pela Reuters.Ao mesmo tempo reforçaram o investimento em classes de activos vistas como mais seguras, aumentando a proporção da carteira alocada em liquidez e obrigações.

Com algumas das bolsas mundiais a negociar perto de máximos históricos, os gestoras de activos optaram por realizar ganhos com alguns dos investimentos em acções. Até porque receiam que o adensar das tensões geopolíticas na Ucrânia, que os sinais modestos vindos da economia europeia e que a possibilidade da Reserva Federal dos EUAaumentar os juros possam vir a prejudicar o desempenho das bolsas.

Os gestores mundiais cortaram a exposição dos seus ‘portfolios' a acções de 52,5% do valor da carteira em Julho para 50,7% em Agosto, o valor mais baixo desde Maio. No caso dos gestores europeus, a redução da exposição às bolsas foi ainda mais notória. Cortaram a posição a esta classe de activos de 49% para 45,7%, a proporção mais baixa desde Setembro do ano passado.

"Tem de se ter consciência de que os riscos geopolíticos estão muito mais persistentes e que a incerteza sobre o ciclo económico aumentou recentemente na Europa e na China", referiu um responsável de investimento do INGcitado pela Reuters. Além destas preocupações, outros responsáveis de investimento mostraram preocupações sobre o início da subida das taxas de juro nos EUA. Apesar de ainda estarem em mínimos históricos, o que é positivo para as bolsas, os profissionais do mercado estão já a preparar-se para uma subida das taxas.

Os gestores mundiais estão a alocar uma maior proporção das suas carteiras de investimento a activos mais defensivos que as acções. É o caso das aplicações em liquidez, em obrigações, imobiliário e investimentos alternativos. No caso do dinheiro guardado na segurança de depósitos ou títulos de curto prazo a exposição subiu de 5,6% para 6%. Já o montante alocado em obrigações aumentou de 35,2% para 35,9% e em imobiliário a ponderação subiu de 2% para 2,2%.

Também os investimentos alternativos que, em teoria terão uma menor correlação com o desempenho das bolsas mundiais, foram uns dos activos mais procurados em Agosto por parte dos gestores de activos.Esta classe, que agrupa aplicações em matérias-primas, ‘private equity' e em ‘hedge funds', passou a representar 5,1% do total dos activos sob gestão. Em Julho a ponderação era de 4,8%.

A sondagem da Reuters abrangeu 48 responsáveis de investimento de gestoras de activos de todo o mundo.

Gestores preparam-se para maior volatilidade nas bolsas

Rui Barroso

rui.barroso@economico.pt

02 Set 2014

Os investidores reduziram a exposição a acções devido ao agravar das tensões geopolíticas e às perspectivas de subida dos juros.

Os gestores de algumas das maiores entidades de investimento mundiais estão a cortar a exposição a acções, segundo uma sondagem feita pela Reuters.Ao mesmo tempo reforçaram o investimento em classes de activos vistas como mais seguras, aumentando a proporção da carteira alocada em liquidez e obrigações.

Com algumas das bolsas mundiais a negociar perto de máximos históricos, os gestoras de activos optaram por realizar ganhos com alguns dos investimentos em acções. Até porque receiam que o adensar das tensões geopolíticas na Ucrânia, que os sinais modestos vindos da economia europeia e que a possibilidade da Reserva Federal dos EUAaumentar os juros possam vir a prejudicar o desempenho das bolsas.

Os gestores mundiais cortaram a exposição dos seus ‘portfolios' a acções de 52,5% do valor da carteira em Julho para 50,7% em Agosto, o valor mais baixo desde Maio. No caso dos gestores europeus, a redução da exposição às bolsas foi ainda mais notória. Cortaram a posição a esta classe de activos de 49% para 45,7%, a proporção mais baixa desde Setembro do ano passado.

"Tem de se ter consciência de que os riscos geopolíticos estão muito mais persistentes e que a incerteza sobre o ciclo económico aumentou recentemente na Europa e na China", referiu um responsável de investimento do INGcitado pela Reuters. Além destas preocupações, outros responsáveis de investimento mostraram preocupações sobre o início da subida das taxas de juro nos EUA. Apesar de ainda estarem em mínimos históricos, o que é positivo para as bolsas, os profissionais do mercado estão já a preparar-se para uma subida das taxas.

Os gestores mundiais estão a alocar uma maior proporção das suas carteiras de investimento a activos mais defensivos que as acções. É o caso das aplicações em liquidez, em obrigações, imobiliário e investimentos alternativos. No caso do dinheiro guardado na segurança de depósitos ou títulos de curto prazo a exposição subiu de 5,6% para 6%. Já o montante alocado em obrigações aumentou de 35,2% para 35,9% e em imobiliário a ponderação subiu de 2% para 2,2%.

Também os investimentos alternativos que, em teoria terão uma menor correlação com o desempenho das bolsas mundiais, foram uns dos activos mais procurados em Agosto por parte dos gestores de activos.Esta classe, que agrupa aplicações em matérias-primas, ‘private equity' e em ‘hedge funds', passou a representar 5,1% do total dos activos sob gestão. Em Julho a ponderação era de 4,8%.

A sondagem da Reuters abrangeu 48 responsáveis de investimento de gestoras de activos de todo o mundo.

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