A deputada do PEV, Heloísa Apolónia, exigiu hoje «informações cabais» do Governo, BCP, Banco de Portugal e embaixada norte-americana sobre a alegada disponibilidade daquele banco para canalizar para Washington informações sobre o sistema financeiro do Irão.
Adeputada ecologista considerou que «a gravidade da situação implica uma resposta mais proporcional» por parte do próprio banco, mas também do Governo, Banco de Portugal e embaixada dos EUA.
Para Heloísa Apolónia, são insuficientes as respostas prestadas até agora pelo Executivo de José Sócrates, «de dizer que não comenta ou que pura e simplesmente não é verdade».
«Se se comprovar a veracidade destas informações, o Governo deve pelo menos repudiar veementemente que uma instituição financeira portuguesa se tenha oferecido desta forma», disse a deputada do Partido Ecologista Os Verdes.
Os deputados ecologistas vão aguardar estes esclarecimentos «nos próximos dois ou três anos», admitindo, depois, interpelar directamente o Executivo, através de perguntas, exigindo esclarecimentos sobre se o Governo teve «conhecimento deste eventual negócio profundamente imoral e perfeitamente ilegal».
«O Governo não pode pura e simplesmente dizer que não comenta. Tem de comentar e perceber como é que o seu nome foi envolvido, ou então tem explicações muito sérias para dar aos portugueses», defendeu Heloísa Apolónia.
Quanto às restantes instituições, o PEV admite enviar cartas abertas a pedir esclarecimentos.
O jornal espanhol El País divulgou domingo vários telegramas da diplomacia norte-americana disponibilizados no site da Wikileaks sobre Portugal. Num dos telegramas é mencionada a disponibilidade do presidente do BCP, Santos Ferreira, para canalizar para Washington informações sobre o sistema financeiro do Irão.
Em comunicado, o banco português negou hoje as informações publicadas, garantindo que «a simples partilha de informação é, naturalmente, falsa e fantasiosa». Os telegramas dos diplomatas dos EUA mencionam o alegado conhecimento que o primeiro-ministro português tinha da operação, o que José Sócrates também negou em comunicado.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, negou hoje em Bruxelas ter tido conhecimento da alegada disponibilidade do BCP para canalizar para Washington informações sobre o sistema financeiro do Irão.
De acordo com o diário espanhol há ainda telegramas onde se afirma que Portugal permitiu aos Estados Unidos utilizar a base das Lajes, nos Açores, para repatriar detidos de Guantanamo.
Os mesmos documentos mencionam ainda opiniões da diplomacia americana sobre os chefes de Estado e de Governo portugueses, assim como sobre os líderes dos partidos da oposição.
Sol/Lusa
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A deputada do PEV, Heloísa Apolónia, exigiu hoje «informações cabais» do Governo, BCP, Banco de Portugal e embaixada norte-americana sobre a alegada disponibilidade daquele banco para canalizar para Washington informações sobre o sistema financeiro do Irão.
Adeputada ecologista considerou que «a gravidade da situação implica uma resposta mais proporcional» por parte do próprio banco, mas também do Governo, Banco de Portugal e embaixada dos EUA.
Para Heloísa Apolónia, são insuficientes as respostas prestadas até agora pelo Executivo de José Sócrates, «de dizer que não comenta ou que pura e simplesmente não é verdade».
«Se se comprovar a veracidade destas informações, o Governo deve pelo menos repudiar veementemente que uma instituição financeira portuguesa se tenha oferecido desta forma», disse a deputada do Partido Ecologista Os Verdes.
Os deputados ecologistas vão aguardar estes esclarecimentos «nos próximos dois ou três anos», admitindo, depois, interpelar directamente o Executivo, através de perguntas, exigindo esclarecimentos sobre se o Governo teve «conhecimento deste eventual negócio profundamente imoral e perfeitamente ilegal».
«O Governo não pode pura e simplesmente dizer que não comenta. Tem de comentar e perceber como é que o seu nome foi envolvido, ou então tem explicações muito sérias para dar aos portugueses», defendeu Heloísa Apolónia.
Quanto às restantes instituições, o PEV admite enviar cartas abertas a pedir esclarecimentos.
O jornal espanhol El País divulgou domingo vários telegramas da diplomacia norte-americana disponibilizados no site da Wikileaks sobre Portugal. Num dos telegramas é mencionada a disponibilidade do presidente do BCP, Santos Ferreira, para canalizar para Washington informações sobre o sistema financeiro do Irão.
Em comunicado, o banco português negou hoje as informações publicadas, garantindo que «a simples partilha de informação é, naturalmente, falsa e fantasiosa». Os telegramas dos diplomatas dos EUA mencionam o alegado conhecimento que o primeiro-ministro português tinha da operação, o que José Sócrates também negou em comunicado.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, negou hoje em Bruxelas ter tido conhecimento da alegada disponibilidade do BCP para canalizar para Washington informações sobre o sistema financeiro do Irão.
De acordo com o diário espanhol há ainda telegramas onde se afirma que Portugal permitiu aos Estados Unidos utilizar a base das Lajes, nos Açores, para repatriar detidos de Guantanamo.
Os mesmos documentos mencionam ainda opiniões da diplomacia americana sobre os chefes de Estado e de Governo portugueses, assim como sobre os líderes dos partidos da oposição.
Sol/Lusa