Vítor Constâncio diz que seria"normal" o país suspender grandes obras

07-05-2010
marcar artigo

A entrada de Vítor Constâncio no debate nacional em torno das grandes obras públicas aconteceu ontem, quando à saída do Palácio de Belém (onde tinha assistido à condecoração do presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet), foi questionado sobre se seria útil um adiamento das grandes obras previstas para os próximos anos. O ainda governador do Banco de Portugal respondeu, citado pela Lusa, que "acharia normal" que tal acontecesse, para logo salvaguardar que "essas escolhas competem ao Governo".

O importante para Constâncio, nesta fase, é que "se tem de reforçar o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) e reduzir mais o défice", afirmou. "E se isso implicar o adiamento de despesas para o futuro, com certeza que vai nessa direcção", disse.

Esta linha de pensamento do futuro vice-presidente do BCE já tinha ficado clara no discurso que tinha realizado na quarta-feira à noite num jantar de recepção aos membros do Conselho de Governadores do BCE que ontem se reuniu em Lisboa.

Aí, Constâncio assume que, para a economia portuguesa, o momento é agora de emergência, explicando que o processo gradual de ajustamento económico que o País vinha a realizar foi, com a crise financeira internacional e com os ataques do mercado a países da zona euro mais vulneráveis em termos de dívida pública, interrompido. E, por isso, afirma, o tempo tornou-se "num luxo". "Agora temos de fazer um ajustamento mais abrupto, rápido e severo", defende.

A conclusão sobre o que se deve fazer é imediata. "Podemos precisar de ponderar se o recentemente aprovado Programa de Estabilidade deve ser reforçado com a adopção de medidas logo à partida, que estavam apenas previstas para anos seguintes", disse aos seus colegas do BCE.

Constâncio deixou também um recado a quem tem vindo a fazer do protesto contra os mercados a sua principal estratégia contra a crise. "Como comandantes de um navio em dificuldades, não nos devemos queixar muito do mar onde temos de navegar", afirmou.

As afirmações de Constâncio mereceram reacções imediatas de todos os quadrantes políticos. Do lado do PS veio um dos comentários mais críticos. Francisco Assis, líder da bancada parlamentar, respondeu que, embora as opiniões tanto do presidente da República como de Vítor Constâncio sejam muito respeitáveis, "uma coisa é opinar, outra coisa é decidir".

Do lado da oposição, PSD e CDS aproveitaram a posição de Constâncio para reforçar a sua posição contra os grandes investimentos públicos. Miguel Macedo, do PSD, classificou as declarações do governador como um "um aviso sério ao Governo para que desça à terra". Pedro Mota Soares, do CDS, defendeu que "se até o dr. Constâncio neste momento tem dúvidas quanto às grandes obras públicas, o Governo deveria parar, pensar e reponderar".

Do lado do PCP e do BE, houve críticas a Constâncio. João Semedo, do BE, disse ver "sem surpresa" o governador do Banco de Portugal "alinhar com a direita mais conservadora". Honório Novo, do PCP, assinalou que "desde sempre Vítor Constâncio se tem pautado por posições de defesa de programas de estabilização e estagnação económica".

A entrada de Vítor Constâncio no debate nacional em torno das grandes obras públicas aconteceu ontem, quando à saída do Palácio de Belém (onde tinha assistido à condecoração do presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet), foi questionado sobre se seria útil um adiamento das grandes obras previstas para os próximos anos. O ainda governador do Banco de Portugal respondeu, citado pela Lusa, que "acharia normal" que tal acontecesse, para logo salvaguardar que "essas escolhas competem ao Governo".

O importante para Constâncio, nesta fase, é que "se tem de reforçar o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) e reduzir mais o défice", afirmou. "E se isso implicar o adiamento de despesas para o futuro, com certeza que vai nessa direcção", disse.

Esta linha de pensamento do futuro vice-presidente do BCE já tinha ficado clara no discurso que tinha realizado na quarta-feira à noite num jantar de recepção aos membros do Conselho de Governadores do BCE que ontem se reuniu em Lisboa.

Aí, Constâncio assume que, para a economia portuguesa, o momento é agora de emergência, explicando que o processo gradual de ajustamento económico que o País vinha a realizar foi, com a crise financeira internacional e com os ataques do mercado a países da zona euro mais vulneráveis em termos de dívida pública, interrompido. E, por isso, afirma, o tempo tornou-se "num luxo". "Agora temos de fazer um ajustamento mais abrupto, rápido e severo", defende.

A conclusão sobre o que se deve fazer é imediata. "Podemos precisar de ponderar se o recentemente aprovado Programa de Estabilidade deve ser reforçado com a adopção de medidas logo à partida, que estavam apenas previstas para anos seguintes", disse aos seus colegas do BCE.

Constâncio deixou também um recado a quem tem vindo a fazer do protesto contra os mercados a sua principal estratégia contra a crise. "Como comandantes de um navio em dificuldades, não nos devemos queixar muito do mar onde temos de navegar", afirmou.

As afirmações de Constâncio mereceram reacções imediatas de todos os quadrantes políticos. Do lado do PS veio um dos comentários mais críticos. Francisco Assis, líder da bancada parlamentar, respondeu que, embora as opiniões tanto do presidente da República como de Vítor Constâncio sejam muito respeitáveis, "uma coisa é opinar, outra coisa é decidir".

Do lado da oposição, PSD e CDS aproveitaram a posição de Constâncio para reforçar a sua posição contra os grandes investimentos públicos. Miguel Macedo, do PSD, classificou as declarações do governador como um "um aviso sério ao Governo para que desça à terra". Pedro Mota Soares, do CDS, defendeu que "se até o dr. Constâncio neste momento tem dúvidas quanto às grandes obras públicas, o Governo deveria parar, pensar e reponderar".

Do lado do PCP e do BE, houve críticas a Constâncio. João Semedo, do BE, disse ver "sem surpresa" o governador do Banco de Portugal "alinhar com a direita mais conservadora". Honório Novo, do PCP, assinalou que "desde sempre Vítor Constâncio se tem pautado por posições de defesa de programas de estabilização e estagnação económica".

marcar artigo