Detritus Toxicus: Vale a pena pensar nisto

15-10-2009
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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou ontem "as forças pró-não" no referendo do aborto de demagogia ao defenderem maior apoio à família, já que estiveram silenciosas quando a reforma do Código do Trabalho reduziu a licença de maternidade. "Onde estavam quando a reforma do Código do Trabalho promovida por Bagão Félix, ele próprio defensor do Não, veio reduzir a licença de maternidade e o carácter universal do abono? Não se ouviram os seus protestos", disse Jerónimo de Sousa. Falando em Aveiro num jantar do PCP para defender o "Sim" no referendo sobre o aborto, o secretário-geral daquele partido justificou que o PCP, embora considere que a Assembleia da República é o órgão de soberania que tem legitimidade para alterar a lei penal, "não podia ficar de fora de uma batalha que foi sempre sua". O líder do PCP salientou que Portugal é "dos pouquíssimos países europeus" que mantém a penalização do aborto, ignorando recomendações de organizações internacionais. Acusou, por isso, os partidários do "Não" de "fazerem da União Europeia o seu modelo quando estão em causa os seus interesses, de serem do pelotão da frente quando se refere aos seus negócios, mas estarem no carro-vassoura no que respeita aos direitos das mulheres e dos trabalhadores". "É mentira que o 'Sim' no referendo signifique o aborto livre, ou o aborto a pedido e sem motivo. O que está em causa não é se somos a favor ou contra o aborto, é se se mantém a possibilidade da pena de prisão até três anos para as mulheres, a devassa da sua vida íntima, as investigações e os julgamentos", argumentou. http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1283772&idCanal=27 Comentários de leitores: É lamentável que quem se oponha ao aborto também se oponha ao eumento dos direitos sociais de queme scolhe ter ul filho. Invariavelmente, e nem é preciso esconder, que os movimentos alegadamente pró-vida estão ligados aos sectores mais conservadores da sociedade protuguesa, mas também aqueles tradicionalmente mais ligados à direita, ao grande capital, à Igreja mais vetusta. Mas depois são também os mesmos que, quando integram listas partidárias, mais retiram direitos aos cidadãos, menos regalias sociais, menos apoio às famílias - o expoente máximo desta estirpe é o ex-ministro Bagão Félix. A isto só se pode dar um nome: falso moralismo, porque obrigam os seus concidadãos a ter filhos, mesmo que não tenhma condições económicas para os criar; reduzem os apoios sociais; reduzem a duração da licença de meternidade. Alías, acrescento aqui uma coisa: é graças a este neo-liberalismo serôdio, hipócrita, de sacristia que a taxa de natalidade vai diminuindo - quem se aventura e ter filhos se os seus patrões, que dizem orgulhosamente "não ao aborto", os podem despedir no dia seguinte?

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou ontem "as forças pró-não" no referendo do aborto de demagogia ao defenderem maior apoio à família, já que estiveram silenciosas quando a reforma do Código do Trabalho reduziu a licença de maternidade. "Onde estavam quando a reforma do Código do Trabalho promovida por Bagão Félix, ele próprio defensor do Não, veio reduzir a licença de maternidade e o carácter universal do abono? Não se ouviram os seus protestos", disse Jerónimo de Sousa. Falando em Aveiro num jantar do PCP para defender o "Sim" no referendo sobre o aborto, o secretário-geral daquele partido justificou que o PCP, embora considere que a Assembleia da República é o órgão de soberania que tem legitimidade para alterar a lei penal, "não podia ficar de fora de uma batalha que foi sempre sua". O líder do PCP salientou que Portugal é "dos pouquíssimos países europeus" que mantém a penalização do aborto, ignorando recomendações de organizações internacionais. Acusou, por isso, os partidários do "Não" de "fazerem da União Europeia o seu modelo quando estão em causa os seus interesses, de serem do pelotão da frente quando se refere aos seus negócios, mas estarem no carro-vassoura no que respeita aos direitos das mulheres e dos trabalhadores". "É mentira que o 'Sim' no referendo signifique o aborto livre, ou o aborto a pedido e sem motivo. O que está em causa não é se somos a favor ou contra o aborto, é se se mantém a possibilidade da pena de prisão até três anos para as mulheres, a devassa da sua vida íntima, as investigações e os julgamentos", argumentou. http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1283772&idCanal=27 Comentários de leitores: É lamentável que quem se oponha ao aborto também se oponha ao eumento dos direitos sociais de queme scolhe ter ul filho. Invariavelmente, e nem é preciso esconder, que os movimentos alegadamente pró-vida estão ligados aos sectores mais conservadores da sociedade protuguesa, mas também aqueles tradicionalmente mais ligados à direita, ao grande capital, à Igreja mais vetusta. Mas depois são também os mesmos que, quando integram listas partidárias, mais retiram direitos aos cidadãos, menos regalias sociais, menos apoio às famílias - o expoente máximo desta estirpe é o ex-ministro Bagão Félix. A isto só se pode dar um nome: falso moralismo, porque obrigam os seus concidadãos a ter filhos, mesmo que não tenhma condições económicas para os criar; reduzem os apoios sociais; reduzem a duração da licença de meternidade. Alías, acrescento aqui uma coisa: é graças a este neo-liberalismo serôdio, hipócrita, de sacristia que a taxa de natalidade vai diminuindo - quem se aventura e ter filhos se os seus patrões, que dizem orgulhosamente "não ao aborto", os podem despedir no dia seguinte?

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