A posição foi transmitida à agência Lusa por Jorge Pires, membro da Comissão Política do PCP, a partir dos mais recentes dados financeiros divulgados por três dos quatro maiores bancos nacionais: o BES, o BPI e o BCP.
Para Jorge Pires, os lucros alcançados “são verdadeiramente obscenos”, porque obtidos num quadro de “profunda crise económica e social, em que o endividamento das famílias e das pequenas empresas já ultrapassa o rendimento disponível”.
“Grande parte destes lucros foram obtidos à custa da exploração dos utentes dos serviços bancários, através do recurso a práticas como o aumento dos ‘spreads’, das taxas de juro e das comissões bancárias, que no conjunto de 2008 e 2009 -- dois anos de profunda crise -- atingiram os 4,8 mil milhões de euros”, apontou o membro da Comissão Política do PCP.
Na perspetiva de Jorge Pires, em termos de sistema, esta situação só será solucionada com “a nacionalização da banca e com uma política pública de crédito de apoio ao desenvolvimento”.
“Como ações imediatas, entre outras medidas, o Estado tem de impedir o aumento dos ‘spreads’ e definir valores máximos para as comissões bancárias”, sustentou.
Para Jorge Pires, “o anunciado aumento dos lucros do BPI e BES, respetivamente em 11,8 e 14,6 por cento, e a perspetiva de um aumento de lucros do BCP de 12,5 por cento constituem um verdadeiro escândalo nacional”.
Em comunicado, o PCP refere que “num momento em que os chamados testes de stress bancário concluem pela solidez das instituições financeiras, independentemente do papel que esses testes assumem no processo de rapina de recursos públicos, a banca mantém uma atitude marcada pela usura e a forçada extorsão dos rendimentos familiares e das pequenas e médias empresas por via do preço do crédito e das comissões cobradas”.
O PCP considera por isso que “os lucros agora anunciados confirmam a gravidade dos dados recentemente divulgados pela Associação Portuguesa de Bancos em relação ao ano de 2009, em que se confirma uma taxa efetiva de IRC na melhor das hipóteses abaixo dos 15 por cento e que pode ser, a confirmarem-se as perspetivas mais otimistas da banca, na ordem dos 5 por cento”.
“Num quadro em que o Governo, com o apoio do PSD, aplica restrições draconianas aos salários e às prestações sociais, e determina o aumento dos bens essenciais, seja através do aumento do IVA, seja da aceitação dos aumentos da energia e dos combustíveis, é gritante o contraste com os benefícios fiscais que se atribuem à banca e que permitem uma tão baixa tributação dos seus lucros”, acusam os comunistas.
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A posição foi transmitida à agência Lusa por Jorge Pires, membro da Comissão Política do PCP, a partir dos mais recentes dados financeiros divulgados por três dos quatro maiores bancos nacionais: o BES, o BPI e o BCP.
Para Jorge Pires, os lucros alcançados “são verdadeiramente obscenos”, porque obtidos num quadro de “profunda crise económica e social, em que o endividamento das famílias e das pequenas empresas já ultrapassa o rendimento disponível”.
“Grande parte destes lucros foram obtidos à custa da exploração dos utentes dos serviços bancários, através do recurso a práticas como o aumento dos ‘spreads’, das taxas de juro e das comissões bancárias, que no conjunto de 2008 e 2009 -- dois anos de profunda crise -- atingiram os 4,8 mil milhões de euros”, apontou o membro da Comissão Política do PCP.
Na perspetiva de Jorge Pires, em termos de sistema, esta situação só será solucionada com “a nacionalização da banca e com uma política pública de crédito de apoio ao desenvolvimento”.
“Como ações imediatas, entre outras medidas, o Estado tem de impedir o aumento dos ‘spreads’ e definir valores máximos para as comissões bancárias”, sustentou.
Para Jorge Pires, “o anunciado aumento dos lucros do BPI e BES, respetivamente em 11,8 e 14,6 por cento, e a perspetiva de um aumento de lucros do BCP de 12,5 por cento constituem um verdadeiro escândalo nacional”.
Em comunicado, o PCP refere que “num momento em que os chamados testes de stress bancário concluem pela solidez das instituições financeiras, independentemente do papel que esses testes assumem no processo de rapina de recursos públicos, a banca mantém uma atitude marcada pela usura e a forçada extorsão dos rendimentos familiares e das pequenas e médias empresas por via do preço do crédito e das comissões cobradas”.
O PCP considera por isso que “os lucros agora anunciados confirmam a gravidade dos dados recentemente divulgados pela Associação Portuguesa de Bancos em relação ao ano de 2009, em que se confirma uma taxa efetiva de IRC na melhor das hipóteses abaixo dos 15 por cento e que pode ser, a confirmarem-se as perspetivas mais otimistas da banca, na ordem dos 5 por cento”.
“Num quadro em que o Governo, com o apoio do PSD, aplica restrições draconianas aos salários e às prestações sociais, e determina o aumento dos bens essenciais, seja através do aumento do IVA, seja da aceitação dos aumentos da energia e dos combustíveis, é gritante o contraste com os benefícios fiscais que se atribuem à banca e que permitem uma tão baixa tributação dos seus lucros”, acusam os comunistas.