Escritos do Douro: O ESTRANHO CASO DE ANGÉLICA filmado na Régua

01-07-2011
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Um filme de Manoel de Oliveira realizado na cidade de Peso da Régua - Douro estreou hoje, 27 de Abril de 2011,  nos cinemas em Portugal.O Estranho Caso de Angélica é o projeto mais recente do cineasta-centenário-portuguêsManoel de Oliveira. Numa noite chuvosa vemos um homem desesperado para encontrar um fotografo perto das três da manhã, o escolhido é Isaac um jovem judeu que acabara de chegar na cidade e que perambula por ela atrás de fotos de um cotidiano esquecido.O roteiro dá corpo aos sentimentos de Isaac compondo imagens fantásticas com bom humor, ou seja, vertentes diferentes da sua usual filmografia. Todavia, para compensar essa leveza, o cineasta abusa de ambientes claustrofóbicos, monocromáticos, planos estáticos e semi-mortos, em especial na cena do funeral de Angélica.Sim, a Angélica do título não está viva, longe disso, ela está morta e Isaac deve fotográfa-la para que a mãe da moça tem uma última recordação. Logo ao chegar na casa da falecida, o fotografo esbarra com a irmã devota que o julga ao ouvir seu nome judaico.Isaac ignora o desconforto e se depara com algo, ou melhor, alguém que não pode ignorar: Angélica. A imagem captada por ele não sai de sua cabeça (ainda mais quando a fotografia sorri a ele) e é aí que a garota começa a participar do seu cotidiano, através de aparições – incluindo uma viagem pelos céus da cidade ao melhor estilo Mélies.Contudo, é inevitável para Oliveira não intercalar essa viagem de Isaac com as conversas daqueles que convivem com ele. Evitando um discurso direto o entre “Revelar” (alusão ao Apocalipse) fotos, citações bíblicas (as trombetas dos anjos, interpretação de sinais, etc) e metafísica – a matéria e a anti-matéria (corpo e espírito) – evidenciado pela quebra da poesia da imagem quando a poluição sonora invade os devaneios de Isaac.Suave e divertido, Manoel de Oliveira nos entrega um filme em homenagem a beleza eterna através de um exercício lúdico sobre  a morte, e – acima de tudo – poética. - In "Vida Ordinária"


Um filme de Manoel de Oliveira realizado na cidade de Peso da Régua - Douro estreou hoje, 27 de Abril de 2011,  nos cinemas em Portugal.O Estranho Caso de Angélica é o projeto mais recente do cineasta-centenário-portuguêsManoel de Oliveira. Numa noite chuvosa vemos um homem desesperado para encontrar um fotografo perto das três da manhã, o escolhido é Isaac um jovem judeu que acabara de chegar na cidade e que perambula por ela atrás de fotos de um cotidiano esquecido.O roteiro dá corpo aos sentimentos de Isaac compondo imagens fantásticas com bom humor, ou seja, vertentes diferentes da sua usual filmografia. Todavia, para compensar essa leveza, o cineasta abusa de ambientes claustrofóbicos, monocromáticos, planos estáticos e semi-mortos, em especial na cena do funeral de Angélica.Sim, a Angélica do título não está viva, longe disso, ela está morta e Isaac deve fotográfa-la para que a mãe da moça tem uma última recordação. Logo ao chegar na casa da falecida, o fotografo esbarra com a irmã devota que o julga ao ouvir seu nome judaico.Isaac ignora o desconforto e se depara com algo, ou melhor, alguém que não pode ignorar: Angélica. A imagem captada por ele não sai de sua cabeça (ainda mais quando a fotografia sorri a ele) e é aí que a garota começa a participar do seu cotidiano, através de aparições – incluindo uma viagem pelos céus da cidade ao melhor estilo Mélies.Contudo, é inevitável para Oliveira não intercalar essa viagem de Isaac com as conversas daqueles que convivem com ele. Evitando um discurso direto o entre “Revelar” (alusão ao Apocalipse) fotos, citações bíblicas (as trombetas dos anjos, interpretação de sinais, etc) e metafísica – a matéria e a anti-matéria (corpo e espírito) – evidenciado pela quebra da poesia da imagem quando a poluição sonora invade os devaneios de Isaac.Suave e divertido, Manoel de Oliveira nos entrega um filme em homenagem a beleza eterna através de um exercício lúdico sobre  a morte, e – acima de tudo – poética. - In "Vida Ordinária"

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