O Comunismo do Daniel Oliveira e do Carlos Vidal

27-12-2009
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Vinte anos depois da queda do Muro de Berlim, a utilização da palavra comunista por alguém que assim se identifique é problema que está para ficar. O primeiro problema é, desde logo, o da necessidade (ou não) da auto-identificação político-ideológica enquanto gesto necessário ao debate político-ideológico. Sobre isto, porém, e para já, chuto para canto - até porque esta é uma questão genérica, isto é, que se coloca a todas as tradições e correntes políticas. Centro-me, então, no problema concreto: alguém dizer-se comunista hoje. Ora, aqui chegados, curiosamente, encontramos uma espécie coincidência de opostos: por um lado, temos aqueles que, por se assumirem como comunistas, entendem ter um dever de fidelidade com o “Socialismo Real” – um gesto de fidelidade que, parece-me, mas ele saberá explicar-se melhor do que eu, é protagonizado, de quando em vez, pelo Carlos Vidal. Por outro lado, temos os que entendem que, porque o “Socialismo Real” deve ser rejeitado, a própria ideia comunista deverá ser rejeitada – nas palavras do Daniel Oliveira, o estalinismo está no “DNA” do comunismo. Ambas as posições esquecem algo que baralha os termos do debate: é que houve comunistas que morreram e foram assassinados por comunistas, sendo que, a esta luz, manter qualquer ideia de pura e simples fidelidade ou rejeição do passado soviético implicaria esquecer os “vencidos” da História. Quanto a mim, assumo-me como comunista, embora entenda que o problema genérico, que chutei para canto ali em cima, assole permanentemente a própria ideia de alguém assumir-se comunista. E isto é um problema mas é também uma solução. Comunista sem obsessão identitária, comunista mais da parte do comum do que do ista?

Vinte anos depois da queda do Muro de Berlim, a utilização da palavra comunista por alguém que assim se identifique é problema que está para ficar. O primeiro problema é, desde logo, o da necessidade (ou não) da auto-identificação político-ideológica enquanto gesto necessário ao debate político-ideológico. Sobre isto, porém, e para já, chuto para canto - até porque esta é uma questão genérica, isto é, que se coloca a todas as tradições e correntes políticas. Centro-me, então, no problema concreto: alguém dizer-se comunista hoje. Ora, aqui chegados, curiosamente, encontramos uma espécie coincidência de opostos: por um lado, temos aqueles que, por se assumirem como comunistas, entendem ter um dever de fidelidade com o “Socialismo Real” – um gesto de fidelidade que, parece-me, mas ele saberá explicar-se melhor do que eu, é protagonizado, de quando em vez, pelo Carlos Vidal. Por outro lado, temos os que entendem que, porque o “Socialismo Real” deve ser rejeitado, a própria ideia comunista deverá ser rejeitada – nas palavras do Daniel Oliveira, o estalinismo está no “DNA” do comunismo. Ambas as posições esquecem algo que baralha os termos do debate: é que houve comunistas que morreram e foram assassinados por comunistas, sendo que, a esta luz, manter qualquer ideia de pura e simples fidelidade ou rejeição do passado soviético implicaria esquecer os “vencidos” da História. Quanto a mim, assumo-me como comunista, embora entenda que o problema genérico, que chutei para canto ali em cima, assole permanentemente a própria ideia de alguém assumir-se comunista. E isto é um problema mas é também uma solução. Comunista sem obsessão identitária, comunista mais da parte do comum do que do ista?

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