O Grande Zoo: Fragmentos de abismo

19-12-2009
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Não é apenas no ribombar solene do parlamento que as oposições têm vindo a convergir com frequência crescente nos argumentos e propostas com que procuram arrasar o actual governo e desmilinguir o PS.Também na blogosfera, a alegada nova vaga dos comentadores mais dotados, sejam eles póstumos sinais de um salazarismo perdido ou discretos afloramentos de um errático radicalismo de esquerda, se alia expressamente em tudo o que derreie Sócrates e afunde o PS.Se rasparmos um pouco o verniz da notoriedade mediática e nos embrenharmos no vasto universo da gente comum que se exprime hora a hora no espaço cibernético, começamos a deparar com a mesma inesperada aliança.Num primeiro momento, apetece-me gritar para que a direcção do PS possa ouvir: é tempo de deixar de entregar postos de combate a soldadinhos de chumbo e aos almofadinhas de serviço. Não deixem o combate político entregue a especialistas de prateleira, a melífluos gestores de imaginárias carreiras. Estamos a entrar num tempo de luta política, a sério. Passou o tempo das vénias e salamaleques. Escolham para o ciclismo quem sabe andar de bicicleta. Regressem rapidamente ao essencial da nossa identidade política. Já perceberam que o neoliberalismo ruiu. Falta agora extraírem daí todas as lógicas consequências. Num segundo momento, contemplo com melancolia, as matilhas mediáticas que se acirram contra o governo e o PS, de raízes opostas , mas, conjunturalmente, cada vez mais consonantes e solidárias entre si. Se tiverem êxito e uma das duas partes agora associadas chegar ao poder, a outra vai para a cadeia. Uma névoa qualquer impede-as de ver isso.


Não é apenas no ribombar solene do parlamento que as oposições têm vindo a convergir com frequência crescente nos argumentos e propostas com que procuram arrasar o actual governo e desmilinguir o PS.Também na blogosfera, a alegada nova vaga dos comentadores mais dotados, sejam eles póstumos sinais de um salazarismo perdido ou discretos afloramentos de um errático radicalismo de esquerda, se alia expressamente em tudo o que derreie Sócrates e afunde o PS.Se rasparmos um pouco o verniz da notoriedade mediática e nos embrenharmos no vasto universo da gente comum que se exprime hora a hora no espaço cibernético, começamos a deparar com a mesma inesperada aliança.Num primeiro momento, apetece-me gritar para que a direcção do PS possa ouvir: é tempo de deixar de entregar postos de combate a soldadinhos de chumbo e aos almofadinhas de serviço. Não deixem o combate político entregue a especialistas de prateleira, a melífluos gestores de imaginárias carreiras. Estamos a entrar num tempo de luta política, a sério. Passou o tempo das vénias e salamaleques. Escolham para o ciclismo quem sabe andar de bicicleta. Regressem rapidamente ao essencial da nossa identidade política. Já perceberam que o neoliberalismo ruiu. Falta agora extraírem daí todas as lógicas consequências. Num segundo momento, contemplo com melancolia, as matilhas mediáticas que se acirram contra o governo e o PS, de raízes opostas , mas, conjunturalmente, cada vez mais consonantes e solidárias entre si. Se tiverem êxito e uma das duas partes agora associadas chegar ao poder, a outra vai para a cadeia. Uma névoa qualquer impede-as de ver isso.

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