Margens de erro: Legislativas. CESOP/Católica, 25-26 Abril, N=1244, Presencial.

29-05-2010
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PS: 41%PSD: 34%BE: 12%CDU: 7%CDS-PP: 2%OBN: 4%Mais detalhes aqui.Em grande medida, esta sondagem CESOP/Católica mostra continuidades com o estudo anterior (de Dezembro passado) e com outras sondagens de outros institutos. O PS continua a ser o partido com mais intenções de voto, como em todas as sondagens de todos os institutos realizadas desde, pelo menos, Novembro de 2005. Da mesma forma, está aquém da maioria absoluta, como em quase todos os estudos divulgados desde o "caso da licenciatura". O Bloco de Esquerda, que nos dois estudos anteriores do CESOP estava praticamente empatado com a CDU, passa-lhe desta vez à frente, na linha das outras sondagens entretanto divulgadas. Francisco Louçã continua a ser o líder partidário avaliado mais favoravelmente pelos eleitores, ao passo que José Sócrates continua em terreno negativo. A avaliação que é feita do governo pela maioria dos eleitores - e não apenas pelos votantes prováveis - continua também negativa: 61% classificam-no como "mau" ou "muito mau", contra 60% no estudo de Dezembro. E da mesma forma, a maioria (54%, contra 56% em Dezembro passado) continua a achar que nenhum partido da oposição faria melhor que o actual governo se estivesse no poder. Até a votação no CDS-PP, que nas últimas sondagens do CESOP tem aparecido com valores particularmente baixos, não foge àquilo que a tem caracterizado nos últimos meses: uma enorme instabilidade. Em todas as sondagens feitas desde Outubro, mesmo retirando as do CESOP, o CDS tem obtido valores que oscilam entre os 4% e os 10%.Dito isto, estes resultados suscitam uma questão interessante. Uma das tendências do conjunto de todas as sondagens conduzidas por todos os institutos desde 2005 é a de uma aparente diminuição da bipartidarização do sistema, expressa na soma de votos do PS e do PSD. Nas eleições de 2005, PS e PSD obtiveram, em conjunto, 74% dos votos. Mas se olharmos para todas as sondagens conduzidas nos últimos seis meses, são raros os casos em que essa soma correspondeu a mais de 70%. Este estudo, contudo, recoloca a soma dos dois partidos em 75%, dada a subida do PSD em quatro pontos percentuais desde Dezembro. Várias hipóteses se levantam aqui. A primeira, que não podemos excluir, é que esta sondagem não esteja a captar, por razões metodológicas difíceis de inventariar ou por mero erro amostral, essa real queda do Bloco Central. A segunda é que, pelo contrário, a queda do Bloco Central tenha sido algo sobrestimada por outras sondagens. A verdade é que as sondagens do CESOP nunca apontaram para perdas tão drásticas como as de outros institutos (o valor mais baixo desde 2005 foi, precisamente, o de Dezembro passado, 71%). E a terceira, mais interessante, é que a aproximação das eleições esteja agora a reconduzir eleitores aos principais partidos - especialmente ao PSD - , motivados, entre outras coisas, por considerações de natureza estratégica (ou seja, pelo "voto útil"). Teremos de esperar por mais estudos (ou pelas próprias eleições) para percebermos qual delas (se alguma) é a mais plausível.(comentário publicado também em versão abreviada no DN; o título foi atribuído pelo jornal)

PS: 41%PSD: 34%BE: 12%CDU: 7%CDS-PP: 2%OBN: 4%Mais detalhes aqui.Em grande medida, esta sondagem CESOP/Católica mostra continuidades com o estudo anterior (de Dezembro passado) e com outras sondagens de outros institutos. O PS continua a ser o partido com mais intenções de voto, como em todas as sondagens de todos os institutos realizadas desde, pelo menos, Novembro de 2005. Da mesma forma, está aquém da maioria absoluta, como em quase todos os estudos divulgados desde o "caso da licenciatura". O Bloco de Esquerda, que nos dois estudos anteriores do CESOP estava praticamente empatado com a CDU, passa-lhe desta vez à frente, na linha das outras sondagens entretanto divulgadas. Francisco Louçã continua a ser o líder partidário avaliado mais favoravelmente pelos eleitores, ao passo que José Sócrates continua em terreno negativo. A avaliação que é feita do governo pela maioria dos eleitores - e não apenas pelos votantes prováveis - continua também negativa: 61% classificam-no como "mau" ou "muito mau", contra 60% no estudo de Dezembro. E da mesma forma, a maioria (54%, contra 56% em Dezembro passado) continua a achar que nenhum partido da oposição faria melhor que o actual governo se estivesse no poder. Até a votação no CDS-PP, que nas últimas sondagens do CESOP tem aparecido com valores particularmente baixos, não foge àquilo que a tem caracterizado nos últimos meses: uma enorme instabilidade. Em todas as sondagens feitas desde Outubro, mesmo retirando as do CESOP, o CDS tem obtido valores que oscilam entre os 4% e os 10%.Dito isto, estes resultados suscitam uma questão interessante. Uma das tendências do conjunto de todas as sondagens conduzidas por todos os institutos desde 2005 é a de uma aparente diminuição da bipartidarização do sistema, expressa na soma de votos do PS e do PSD. Nas eleições de 2005, PS e PSD obtiveram, em conjunto, 74% dos votos. Mas se olharmos para todas as sondagens conduzidas nos últimos seis meses, são raros os casos em que essa soma correspondeu a mais de 70%. Este estudo, contudo, recoloca a soma dos dois partidos em 75%, dada a subida do PSD em quatro pontos percentuais desde Dezembro. Várias hipóteses se levantam aqui. A primeira, que não podemos excluir, é que esta sondagem não esteja a captar, por razões metodológicas difíceis de inventariar ou por mero erro amostral, essa real queda do Bloco Central. A segunda é que, pelo contrário, a queda do Bloco Central tenha sido algo sobrestimada por outras sondagens. A verdade é que as sondagens do CESOP nunca apontaram para perdas tão drásticas como as de outros institutos (o valor mais baixo desde 2005 foi, precisamente, o de Dezembro passado, 71%). E a terceira, mais interessante, é que a aproximação das eleições esteja agora a reconduzir eleitores aos principais partidos - especialmente ao PSD - , motivados, entre outras coisas, por considerações de natureza estratégica (ou seja, pelo "voto útil"). Teremos de esperar por mais estudos (ou pelas próprias eleições) para percebermos qual delas (se alguma) é a mais plausível.(comentário publicado também em versão abreviada no DN; o título foi atribuído pelo jornal)

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