Da Literatura: EXPLICAR O ÓBVIO

22-01-2011
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Relativamente a este meu texto, José Gomes André tem uma dúvida legítima. Explico. Sendo os problemas sérios, e não tendo conseguido ser resolvidos a contento por um governo de maioria absoluta, vão continuar por resolver, a menos que a futura oposição, seja ela qual for, não aposte na política da terra queimada, como tem feito a actual: PSD+BE+PCP+CDS-PP+PEV. Ou seja, se por hipótese a direita chegar ao governo, desacreditada como está, vai fazer o quê?Desacreditada? Claro! E com pompa e circunstância! Exemplos avulsos: o comportamento do PSD durante o bloqueio dos camionistas em Junho de 2008 (com MFL no poleiro); as posições do PSD em matéria de Código do Trabalho; a instrumentalização do desemprego, que infelizmente não se resolve com passes de mágica; o blasé do PSD face às ameaças concretas de alguns militares; o episódio dos bonés da polícia; o apoio explícito às manifs da Fenprof, sem que o PSD tivesse apresentado no Parlamento um projecto alternativo de avaliação de professores; a cumplicidade objectiva com a liquidação de Correia de Campos (o melhor ministro da Saúde desde que existe SNS); o descarado lobby contra a Ota, cujo único objectivo foi favorecer os interesses do Sul elitista; os ziguezagues com o TGV, que no tempo de Barroso ia ter sete linhas, e agora cai o Carmo e a Trindade porque Sócrates quer três (Madrid, Porto, Vigo); o horror à terceira travessia do Tejo, porque o lobby do PSD quer um túnel Algés-Trafaria; as obsessões bipolares quanto à reforma da Administração Pública; o descaso do estado da Justiça; o desinteresse com a roda-livre dos sindicados do MP; a hipocrisia no caso BPN; as assobiadelas para o lado no caso BPP; a tentativa de demolição de Constâncio (não simpatizo com o personagem), que, como sabem, não pode ser demitido de governador do BdP, por muito que o sr. Nuno Melo barafuste com óbvia má-educação (cf. Pacheco Pereira), e que já devia ter mandado a comissão de inquérito catar macacos, fossem quais fossem as consequências; a complacência com as fugas ao segredo de justiça; o apoio descarado à estratégia tablóide de alguns media; etc., etc., etc. Para já não falar no défice da economia e no dossiê Provedor de Justiça.Isto são coisas que o BE e o PCP podem fazer. Estão lá para isso. Mas um partido que quer ser governo não pode. O que vai MFL, se chegar a São Bento, fazer com os professores? Fazê-los a todos titulares...? Convidar Mário Nogueira para ministro da Educação? E o desemprego cai a pique por obra e graça do Espírito Santo? E por aí fora.Portanto, caro José Gomes André, eu, como eleitor, e eleitor PS, fico muito preocupado «com a possibilidade de estes mesmíssimos problemas» continuarem por resolver. Acho que fui claro o bastante.Etiquetas: Política nacional

Relativamente a este meu texto, José Gomes André tem uma dúvida legítima. Explico. Sendo os problemas sérios, e não tendo conseguido ser resolvidos a contento por um governo de maioria absoluta, vão continuar por resolver, a menos que a futura oposição, seja ela qual for, não aposte na política da terra queimada, como tem feito a actual: PSD+BE+PCP+CDS-PP+PEV. Ou seja, se por hipótese a direita chegar ao governo, desacreditada como está, vai fazer o quê?Desacreditada? Claro! E com pompa e circunstância! Exemplos avulsos: o comportamento do PSD durante o bloqueio dos camionistas em Junho de 2008 (com MFL no poleiro); as posições do PSD em matéria de Código do Trabalho; a instrumentalização do desemprego, que infelizmente não se resolve com passes de mágica; o blasé do PSD face às ameaças concretas de alguns militares; o episódio dos bonés da polícia; o apoio explícito às manifs da Fenprof, sem que o PSD tivesse apresentado no Parlamento um projecto alternativo de avaliação de professores; a cumplicidade objectiva com a liquidação de Correia de Campos (o melhor ministro da Saúde desde que existe SNS); o descarado lobby contra a Ota, cujo único objectivo foi favorecer os interesses do Sul elitista; os ziguezagues com o TGV, que no tempo de Barroso ia ter sete linhas, e agora cai o Carmo e a Trindade porque Sócrates quer três (Madrid, Porto, Vigo); o horror à terceira travessia do Tejo, porque o lobby do PSD quer um túnel Algés-Trafaria; as obsessões bipolares quanto à reforma da Administração Pública; o descaso do estado da Justiça; o desinteresse com a roda-livre dos sindicados do MP; a hipocrisia no caso BPN; as assobiadelas para o lado no caso BPP; a tentativa de demolição de Constâncio (não simpatizo com o personagem), que, como sabem, não pode ser demitido de governador do BdP, por muito que o sr. Nuno Melo barafuste com óbvia má-educação (cf. Pacheco Pereira), e que já devia ter mandado a comissão de inquérito catar macacos, fossem quais fossem as consequências; a complacência com as fugas ao segredo de justiça; o apoio descarado à estratégia tablóide de alguns media; etc., etc., etc. Para já não falar no défice da economia e no dossiê Provedor de Justiça.Isto são coisas que o BE e o PCP podem fazer. Estão lá para isso. Mas um partido que quer ser governo não pode. O que vai MFL, se chegar a São Bento, fazer com os professores? Fazê-los a todos titulares...? Convidar Mário Nogueira para ministro da Educação? E o desemprego cai a pique por obra e graça do Espírito Santo? E por aí fora.Portanto, caro José Gomes André, eu, como eleitor, e eleitor PS, fico muito preocupado «com a possibilidade de estes mesmíssimos problemas» continuarem por resolver. Acho que fui claro o bastante.Etiquetas: Política nacional

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