renas e veados: Ou de como a "moderação" promove o integrismo católico

28-05-2010
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«Um grupo de 31 deputados do PSD e do CDS-PP entregam hoje, no Tribunal Constitucional, um pedido de fiscalização sucessiva da constitucionalidade da lei da procriação medicamente assistida (PMA), por considerarem que há disposições que violam a lei fundamental (...) Teresa Venda e Rosário Carneiro, do Movimento Humanismo e Democracia, eleitas deputadas nas listas do PS também deverão subscrever o pedido, que já excedeu largamento as 23 assinaturas, equivalentes a 10 por cento do total dos parlamentares, exigidas para o efeito.»A lei da PMA é uma absoluta vergonha. É mais retrógrada que a lei aprovada em Espanha nos anos 80, só para dar um exemplo. Se o Bloco de Esquerda fosse o que diz ser, seria este partido a promover a fiscalização da constitucionalidade de uma lei de machismo e homofobia bastante explícitos. Mas não.Aliás, o Bloco, o PCP, os Verdes, e claro, o PS, todos cantaram pela bitola da moderação, que era preciso "evitar radicalismos", tudo a seu tempo, bla bla bla, aprovando assim uma lei que nos mantém seguros na cauda europeia dos direitos reprodutivos. Tudo isto seria para sossegar os católicos. (Exactamente a mesma desculpa usada agora para se evitarem discursos emancipatórios na campanha do referendo à IVG, apostando tudo na coitadinhização).Está visto que não resultou. Apostar na cobardia política e na discriminação teve como único efeito dar espaço ao extremismo católico. Que não se contenta em ver-nos na cauda da Europa, quer-nos igual à Nicarágua. E não há pingo de vergonha mesmo. Até a brigada das cruzes do PS se junta ao forrobodó fundamentalista. Venda e Carneiro, as duas integristas católicas que por obscurantíssimos motivos são sempre enfiadas nas listas do PS em lugar elegível, mostram uma vez mais para que servem.O delírio vai ao ponto de Isilda Pegado andar ainda a promover um referendo à lei da PMA, porque afinal os espermatozóides também devem ter alminha, e que se lixe o défice, 'bora gastar milhões em abstenções mais que previsíveis. Sim, a mesma Pegado que recusou esclarecer na RTP a sua posição face às situações em que o aborto está despenalizado actualmente no país. Ainda há dúvidas?


«Um grupo de 31 deputados do PSD e do CDS-PP entregam hoje, no Tribunal Constitucional, um pedido de fiscalização sucessiva da constitucionalidade da lei da procriação medicamente assistida (PMA), por considerarem que há disposições que violam a lei fundamental (...) Teresa Venda e Rosário Carneiro, do Movimento Humanismo e Democracia, eleitas deputadas nas listas do PS também deverão subscrever o pedido, que já excedeu largamento as 23 assinaturas, equivalentes a 10 por cento do total dos parlamentares, exigidas para o efeito.»A lei da PMA é uma absoluta vergonha. É mais retrógrada que a lei aprovada em Espanha nos anos 80, só para dar um exemplo. Se o Bloco de Esquerda fosse o que diz ser, seria este partido a promover a fiscalização da constitucionalidade de uma lei de machismo e homofobia bastante explícitos. Mas não.Aliás, o Bloco, o PCP, os Verdes, e claro, o PS, todos cantaram pela bitola da moderação, que era preciso "evitar radicalismos", tudo a seu tempo, bla bla bla, aprovando assim uma lei que nos mantém seguros na cauda europeia dos direitos reprodutivos. Tudo isto seria para sossegar os católicos. (Exactamente a mesma desculpa usada agora para se evitarem discursos emancipatórios na campanha do referendo à IVG, apostando tudo na coitadinhização).Está visto que não resultou. Apostar na cobardia política e na discriminação teve como único efeito dar espaço ao extremismo católico. Que não se contenta em ver-nos na cauda da Europa, quer-nos igual à Nicarágua. E não há pingo de vergonha mesmo. Até a brigada das cruzes do PS se junta ao forrobodó fundamentalista. Venda e Carneiro, as duas integristas católicas que por obscurantíssimos motivos são sempre enfiadas nas listas do PS em lugar elegível, mostram uma vez mais para que servem.O delírio vai ao ponto de Isilda Pegado andar ainda a promover um referendo à lei da PMA, porque afinal os espermatozóides também devem ter alminha, e que se lixe o défice, 'bora gastar milhões em abstenções mais que previsíveis. Sim, a mesma Pegado que recusou esclarecer na RTP a sua posição face às situações em que o aborto está despenalizado actualmente no país. Ainda há dúvidas?

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