Blog CESRL: Os partidos portugueses e a Democracia: o Partido Socialista

15-10-2009
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Na actualidade, o Partido Socialista – fundado em 19 de Abril de 1973 – é o partido português mais democrático. São afirmações, com a autoridade duma militância socialista de 11 anos (e 10 de JS que terminou quando atingi o limite de idade, 30 anos), de alguém que sempre diz (e escreve) o que pensa, não se sentindo limitado por essa militância, intervindo sempre que importa fazê-lo, mesmo quando as opiniões são contrárias às do PS, estivesse ele no Governo ou na oposição. Dos partidos políticos portugueses representados na Assembleia da República, o PS é o único que elege o seu líder por voto directo, secreto e universal, isto é, sufragado por todos os seus militantes, os restantes partidos elegem os seus líderes, em Congresso (ou noutro organismo similar), por voto indirecto (nalguns casos, o voto nem sequer é secreto) dos militantes, que delegaram nos congressistas o seu voto. Lembro que, ao passo que o Partido Socialista organizou os Estados Gerais, em 1994 (e mais tarde os Estados Gerais dos Militantes), as outras forças políticas representadas na AR: PSD, CDU (PCP + PEV) e PP, também resolveram organizar, posteriormente, iniciativas similares. Antes dos Estados Gerais, realizou-se em Maio de 1994, outra iniciativa (não partidária) contemporânea destas, refiro-me ao Congresso “Portugal: Que futuro?”. Todas estas iniciativas tiveram como lema e propósito a abertura dos respectivos partidos (excepto a do Congresso, porque não partidária) à sociedade civil, isto é, para congregar: militantes e simpatizantes, sobretudo, para conquistar potenciais eleitores. Então, qual a diferença? Participei no Congresso “Portugal: Que futuro?”, com 20 anos, sem qualquer experiência política, ainda sem filiação partidária, mas já tinha pedido a adesão ao PS. Esta experiência de cidadania, única na Democracia portuguesa, foi tida como organizada para pressionar o PS e o PCP a coligarem-se, para fazer frente ao PSD de Cavaco Silva (que estava no seu terceiro mandato, segundo de maioria absoluta). Criticado por muitos que lá não puseram os pés e por outros que viram e leram o que os órgãos de informação quiseram que se soubesse. Na verdade, porque estive lá, sei a cobertura jornalística que se fez, ouvia-se (sobretudo as televisões) aquelas figuras que vinham apresentar comunicações e do que restava (a fase do debate, em que todos os presentes podiam participar), nada diziam, desligavam as câmaras e os gravadores, arrumavam o papel e a caneta e iam embora, para que se dissesse o que lhes tinham dito para dizerem, transmitindo uma ideia parcial do que aconteceu. No Congresso participaram muitos portugueses preocupados em pensar e discutir o país e o rumo que levava, preocupados com a saúde da Democracia em Portugal, a viver o terceiro mandato consecutivo do PSD e o segundo de maioria absoluta. Se, o Congresso, reuniu muitos participantes que eram militantes e simpatizantes, quer do PS, quer do PCP, participaram militantes e simpatizantes de toda a esquerda portuguesa, independentes de várias áreas profissionais e também alguns críticos da Governação cavaquista (PSD), fossem eles de centro e da direita, se bem que em menor número e mais anónimos, assim como, muitos jovens (alguns como eu deram o seu primeiro passo na intervenção cívica e política) e muitas mulheres, o que não era, de todo, muito habitual. Eu participei, já como militante do PS, nos Estados Gerais, portanto deles falo com a autoridade duma testemunha participante em várias debates organizados no seu âmbito, quanto às outras iniciativas (excepto os Estados Gerais dos Militantes do PS, em que participei como militante) acompanhei-as pelos vários órgãos de informação. O que vi nos Estados Gerais, organizados pelo PS, em oposição ao que outros partidos fizeram – seja por incapacidade destes em reunir mais pessoas ou por as terem à partida afastado – foi uma larga participação de militantes do PS, de muitos simpatizantes do PS, ainda que não filiados, outros que sendo especialistas nas várias áreas, em cujos painéis de debate participaram por todo o país, eram independentes, não se lhes conhecendo qualquer intervenção ou participação partidária, em que, homens e mulheres de esquerda, com as mais variadas simpatias políticas e outros tantos que, não sendo de esquerda e eram oriundos da área do PPD-PSD (ex-governantes de Governos PSD, por exemplo) e do CDS-PP (alguns ex-CDS devido à sua deriva de direita), os primeiros destes, desiludidos com a governação cavaquista que estava a definhar e que acabaria em Outubro de 1995, nas Eleições Legislativas. Contrariamente aos Estados Gerais, o que se viu nas outras iniciativas, foi a participação – em menor número, em menos locais – menos abrangente, porque quase exclusiva dos militantes dos respectivos partidos que as organizaram e quase exclusivamente de pessoas, que não sendo militantes, são simpatizantes e votantes, bem conhecidos, porque costumam dar a cara – seja em campanhas eleitorais, em iniciativas partidárias ou em artigos de opinião – pelas respectivas forças políticas, muitas vezes parecendo “mais papista que o Papa”. Portanto, nelas não participando pessoas doutras áreas políticas, nem verdadeiros independentes (isto dos independentes tem muito que se lhe diga). Foi o PS, portanto, o único que verdadeiramente gerou esperança, entusiasmo e participação política à sua volta, para além do círculo estritamente partidário. É, hoje, o PS, o partido que pode dizer que elegeu o seu líder da forma mais democrática: por voto secreto (o único verdadeiramente livre), directo (o único verdadeiramente decisivo) e universal (o único democrático). Curiosamente, José Sócrates foi eleito para Secretário-Geral por mais pessoas do que as que escolheram Santana Lopes para Presidente do PSD e para liderar o Governo de Portugal. Nem tudo vai bem no universo do punho e da rosa, mas eu luto para aperfeiçoá-lo, muitas vezes em minoria, outras mais acompanhado. Assim como luto (na teoria e na prática) por um país mais democrático, mais justo, equilibrado e muito menos assimétrico, não aceitando que votem o Interior ao esquecimento e à miséria, desinvestindo, desiludindo e fechando tudo, dizendo que somos poucos e que por isso não vale a pena gastar dinheiro connosco! Algo vai mal na Democracia em Portugal e não é no PS! Luís Norberto Lourenço Militante do PS Penamacor, 27 de Setembro de 2004 Ver em: http://cctertulias.blogs.sapo.pthttp://miarroba.com/foros/ver.php?foroid=519824&temaid=2622154

Na actualidade, o Partido Socialista – fundado em 19 de Abril de 1973 – é o partido português mais democrático. São afirmações, com a autoridade duma militância socialista de 11 anos (e 10 de JS que terminou quando atingi o limite de idade, 30 anos), de alguém que sempre diz (e escreve) o que pensa, não se sentindo limitado por essa militância, intervindo sempre que importa fazê-lo, mesmo quando as opiniões são contrárias às do PS, estivesse ele no Governo ou na oposição. Dos partidos políticos portugueses representados na Assembleia da República, o PS é o único que elege o seu líder por voto directo, secreto e universal, isto é, sufragado por todos os seus militantes, os restantes partidos elegem os seus líderes, em Congresso (ou noutro organismo similar), por voto indirecto (nalguns casos, o voto nem sequer é secreto) dos militantes, que delegaram nos congressistas o seu voto. Lembro que, ao passo que o Partido Socialista organizou os Estados Gerais, em 1994 (e mais tarde os Estados Gerais dos Militantes), as outras forças políticas representadas na AR: PSD, CDU (PCP + PEV) e PP, também resolveram organizar, posteriormente, iniciativas similares. Antes dos Estados Gerais, realizou-se em Maio de 1994, outra iniciativa (não partidária) contemporânea destas, refiro-me ao Congresso “Portugal: Que futuro?”. Todas estas iniciativas tiveram como lema e propósito a abertura dos respectivos partidos (excepto a do Congresso, porque não partidária) à sociedade civil, isto é, para congregar: militantes e simpatizantes, sobretudo, para conquistar potenciais eleitores. Então, qual a diferença? Participei no Congresso “Portugal: Que futuro?”, com 20 anos, sem qualquer experiência política, ainda sem filiação partidária, mas já tinha pedido a adesão ao PS. Esta experiência de cidadania, única na Democracia portuguesa, foi tida como organizada para pressionar o PS e o PCP a coligarem-se, para fazer frente ao PSD de Cavaco Silva (que estava no seu terceiro mandato, segundo de maioria absoluta). Criticado por muitos que lá não puseram os pés e por outros que viram e leram o que os órgãos de informação quiseram que se soubesse. Na verdade, porque estive lá, sei a cobertura jornalística que se fez, ouvia-se (sobretudo as televisões) aquelas figuras que vinham apresentar comunicações e do que restava (a fase do debate, em que todos os presentes podiam participar), nada diziam, desligavam as câmaras e os gravadores, arrumavam o papel e a caneta e iam embora, para que se dissesse o que lhes tinham dito para dizerem, transmitindo uma ideia parcial do que aconteceu. No Congresso participaram muitos portugueses preocupados em pensar e discutir o país e o rumo que levava, preocupados com a saúde da Democracia em Portugal, a viver o terceiro mandato consecutivo do PSD e o segundo de maioria absoluta. Se, o Congresso, reuniu muitos participantes que eram militantes e simpatizantes, quer do PS, quer do PCP, participaram militantes e simpatizantes de toda a esquerda portuguesa, independentes de várias áreas profissionais e também alguns críticos da Governação cavaquista (PSD), fossem eles de centro e da direita, se bem que em menor número e mais anónimos, assim como, muitos jovens (alguns como eu deram o seu primeiro passo na intervenção cívica e política) e muitas mulheres, o que não era, de todo, muito habitual. Eu participei, já como militante do PS, nos Estados Gerais, portanto deles falo com a autoridade duma testemunha participante em várias debates organizados no seu âmbito, quanto às outras iniciativas (excepto os Estados Gerais dos Militantes do PS, em que participei como militante) acompanhei-as pelos vários órgãos de informação. O que vi nos Estados Gerais, organizados pelo PS, em oposição ao que outros partidos fizeram – seja por incapacidade destes em reunir mais pessoas ou por as terem à partida afastado – foi uma larga participação de militantes do PS, de muitos simpatizantes do PS, ainda que não filiados, outros que sendo especialistas nas várias áreas, em cujos painéis de debate participaram por todo o país, eram independentes, não se lhes conhecendo qualquer intervenção ou participação partidária, em que, homens e mulheres de esquerda, com as mais variadas simpatias políticas e outros tantos que, não sendo de esquerda e eram oriundos da área do PPD-PSD (ex-governantes de Governos PSD, por exemplo) e do CDS-PP (alguns ex-CDS devido à sua deriva de direita), os primeiros destes, desiludidos com a governação cavaquista que estava a definhar e que acabaria em Outubro de 1995, nas Eleições Legislativas. Contrariamente aos Estados Gerais, o que se viu nas outras iniciativas, foi a participação – em menor número, em menos locais – menos abrangente, porque quase exclusiva dos militantes dos respectivos partidos que as organizaram e quase exclusivamente de pessoas, que não sendo militantes, são simpatizantes e votantes, bem conhecidos, porque costumam dar a cara – seja em campanhas eleitorais, em iniciativas partidárias ou em artigos de opinião – pelas respectivas forças políticas, muitas vezes parecendo “mais papista que o Papa”. Portanto, nelas não participando pessoas doutras áreas políticas, nem verdadeiros independentes (isto dos independentes tem muito que se lhe diga). Foi o PS, portanto, o único que verdadeiramente gerou esperança, entusiasmo e participação política à sua volta, para além do círculo estritamente partidário. É, hoje, o PS, o partido que pode dizer que elegeu o seu líder da forma mais democrática: por voto secreto (o único verdadeiramente livre), directo (o único verdadeiramente decisivo) e universal (o único democrático). Curiosamente, José Sócrates foi eleito para Secretário-Geral por mais pessoas do que as que escolheram Santana Lopes para Presidente do PSD e para liderar o Governo de Portugal. Nem tudo vai bem no universo do punho e da rosa, mas eu luto para aperfeiçoá-lo, muitas vezes em minoria, outras mais acompanhado. Assim como luto (na teoria e na prática) por um país mais democrático, mais justo, equilibrado e muito menos assimétrico, não aceitando que votem o Interior ao esquecimento e à miséria, desinvestindo, desiludindo e fechando tudo, dizendo que somos poucos e que por isso não vale a pena gastar dinheiro connosco! Algo vai mal na Democracia em Portugal e não é no PS! Luís Norberto Lourenço Militante do PS Penamacor, 27 de Setembro de 2004 Ver em: http://cctertulias.blogs.sapo.pthttp://miarroba.com/foros/ver.php?foroid=519824&temaid=2622154

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