As sondagens e o CDS-PP como partido-charneira

11-05-2011
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O PSD está em perda e o PS em ascensão. Mas como é possível depois de 6 anos de governação e de tantos erros cometidos?

As sondagens confirmam a ideia, que tenho já há algum tempo, de que o PS e José Sócrates podem ganhar as próximas eleições. Há na sondagem do PÚBLICO/TVI/ Intercampus um empate técnico entre PSD e PS e maioria absoluta ao alcance do centro-direita. Noutra sondagem, a da Marktest para o Diário Económico e a TSF, o PS ultrapassa o PSD, com ligeira vantagem para os socialistas.

Deste modo tudo é possível até 5 de Junho. O partido- charneira e com um capital de importância muito superior à sua votação passa a ser o CDS-PP, para se fazer uma maioria no Parlamento. Pedro Passos Coelho avisa que não governará com o PS e o PS está aberto a entendimento com CDS. No fundo, todos querem o CDS-PP.

O bloco central poderia existir na cabeça de Sócrates se ele tiver mais votos que o PSD e o mesmo pensa Passos Coelho se vencer. Sócrates e Passos Coelho não fazem cenários em que não vençam eleições, mas é mau. Não estou a ver José Sócrates "vice" de um Governo liderado por Pedro Passos Coelho - foi primeiro-ministro de Portugal e não seria curial. Mas, sinceramente, já estou a ver Passos Coelho número dois de José Sócrates - nunca esteve no Governo é bem-intencionado e tolerante. Todavia, primeiro deve estar o país, depois o partido e finalmente eles próprios.

O que ressalta destas sondagens, que eu pressentia há algum tempo, é que o PSD está em perda e o PS em ascensão. Mas como é possível depois de seis anos de governação PS e de tantos erros cometidos? O PS e fundamentalmente José Sócrates conseguiram passar a ideia que é ele (Sócrates) o mentor do Estado social, da sua protecção e que a crise não é culpa dele. Não se esconde nem pessoal nem politicamente, responde a tudo com desenvoltura e capacidade impressionante. Tem uma nova linha argumentativa arranjando causas para a crise, desemprego, austeridade, põe em dúvida a credibilidade de Passos Coelho e que este tenha receitas para fazer frente à crise. Tem o afecto e respeito dos militantes socialistas e um proverbial optimismo.

Pedro Passos Coelho está em maus lençóis e tem que agir depressa e bem. Não há pior cunha que a da mesma madeira e o PSD tem vários abcessos em lugares desconfortáveis (os que não estão com ele e à espera que caia). Deste modo José Sócrates tem o caminho facilitado. O PS está aparentemente unido e o PSD aparentemente desunido. A vingança serve-se a frio no dia 5 de Junho. Fundador do Clube dos Pensadores

O PSD está em perda e o PS em ascensão. Mas como é possível depois de 6 anos de governação e de tantos erros cometidos?

As sondagens confirmam a ideia, que tenho já há algum tempo, de que o PS e José Sócrates podem ganhar as próximas eleições. Há na sondagem do PÚBLICO/TVI/ Intercampus um empate técnico entre PSD e PS e maioria absoluta ao alcance do centro-direita. Noutra sondagem, a da Marktest para o Diário Económico e a TSF, o PS ultrapassa o PSD, com ligeira vantagem para os socialistas.

Deste modo tudo é possível até 5 de Junho. O partido- charneira e com um capital de importância muito superior à sua votação passa a ser o CDS-PP, para se fazer uma maioria no Parlamento. Pedro Passos Coelho avisa que não governará com o PS e o PS está aberto a entendimento com CDS. No fundo, todos querem o CDS-PP.

O bloco central poderia existir na cabeça de Sócrates se ele tiver mais votos que o PSD e o mesmo pensa Passos Coelho se vencer. Sócrates e Passos Coelho não fazem cenários em que não vençam eleições, mas é mau. Não estou a ver José Sócrates "vice" de um Governo liderado por Pedro Passos Coelho - foi primeiro-ministro de Portugal e não seria curial. Mas, sinceramente, já estou a ver Passos Coelho número dois de José Sócrates - nunca esteve no Governo é bem-intencionado e tolerante. Todavia, primeiro deve estar o país, depois o partido e finalmente eles próprios.

O que ressalta destas sondagens, que eu pressentia há algum tempo, é que o PSD está em perda e o PS em ascensão. Mas como é possível depois de seis anos de governação PS e de tantos erros cometidos? O PS e fundamentalmente José Sócrates conseguiram passar a ideia que é ele (Sócrates) o mentor do Estado social, da sua protecção e que a crise não é culpa dele. Não se esconde nem pessoal nem politicamente, responde a tudo com desenvoltura e capacidade impressionante. Tem uma nova linha argumentativa arranjando causas para a crise, desemprego, austeridade, põe em dúvida a credibilidade de Passos Coelho e que este tenha receitas para fazer frente à crise. Tem o afecto e respeito dos militantes socialistas e um proverbial optimismo.

Pedro Passos Coelho está em maus lençóis e tem que agir depressa e bem. Não há pior cunha que a da mesma madeira e o PSD tem vários abcessos em lugares desconfortáveis (os que não estão com ele e à espera que caia). Deste modo José Sócrates tem o caminho facilitado. O PS está aparentemente unido e o PSD aparentemente desunido. A vingança serve-se a frio no dia 5 de Junho. Fundador do Clube dos Pensadores

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