Questão pertinente: há alguém na lista do PS para as europeias sem tendência para dizer disparates?

09-07-2011
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Estou aqui a divertir-me com os escândalos do Cabinet de Gordon Brown e de outros MPs trabalhistas (há-de chegar aos tories, promete o The Daily Telegraph) com as despesas para as segundas casas, desejando que este nível de escrutínio fosse aplicado em Portugal e deparo com esta maravilhosa peça do JN sobre Elisa Ferreira e só posso pensar que em Portugal os políticos estão muito pouco habituados ao escrutínio e não se coibem de dizer as maiores barbaridades, no caso, pelo lido, com um sorriso bem-disposto na cara.

Pois, caro leitor – e eleitor – fique sabendo que Elisa Ferreira (a do partido que exigia explicações do PSD devido à Lei da Paridade) vai apenas ao Parlamento Europeu “dar o nome“. O que, como se sabe, é o objectivo de qualquer eurodeputado. Picar o ponto é o que interessa. Mas há mais. Desabafa a dupla candidata “O meu objectivo é sair de onde estou e trabalhar para a cidade“. Questionamo-nos, então, se o objectivo de Elisa Ferreira é sair do PE, porque se candidata novamente nas listas do PS? E, já agora, porque continuará no PE (se perder nas autárquicas) em vez de ocupar um lugar como vereadora na câmara do Porto se o que quer é voltar para o Porto e sair do PE? Ai que há aqui alguma confusão – ou ideia de que se está a falar com tolinhos que engolem papas e bolos.

Contudo a minha parte preferida vem só agora. Ora vejam, diz Elisa Ferreira sobre o trabalho de Rui Rio nos bairros sociais (que, desconfio, a incomoda) “Pintaram os bairros, mas esqueceram-se de vos dizer que o dinheiro é do Estado, é do PS” (meu bold). Desculpe?! O dinheiro que é do Estado é do PS?!!! Não é que depois de episódios como o do video-propaganda do Magalhães alguém pensasse que não é esse o entendimento do PS, mas eu diria que é perder todo o decoro assumi-lo com esta frontalidade e ainda decorado com sorriso e palavras sobre tricot.

Sejamos, portanto, pedagógicos. Cara Elisa Ferreira, não, o dinheiro do Estado não é do PS. O dinheiro do Estado é dos contribuintes, qua trabalharam bastante para o ganharem e, de caminho, sustentarem o Estado. Quem não percebe esta parte tão básica da política deveria ocupar-se em qualquer profissão dentro da legalidade; para a política é claramente desajustada. E perigosa.

Estou aqui a divertir-me com os escândalos do Cabinet de Gordon Brown e de outros MPs trabalhistas (há-de chegar aos tories, promete o The Daily Telegraph) com as despesas para as segundas casas, desejando que este nível de escrutínio fosse aplicado em Portugal e deparo com esta maravilhosa peça do JN sobre Elisa Ferreira e só posso pensar que em Portugal os políticos estão muito pouco habituados ao escrutínio e não se coibem de dizer as maiores barbaridades, no caso, pelo lido, com um sorriso bem-disposto na cara.

Pois, caro leitor – e eleitor – fique sabendo que Elisa Ferreira (a do partido que exigia explicações do PSD devido à Lei da Paridade) vai apenas ao Parlamento Europeu “dar o nome“. O que, como se sabe, é o objectivo de qualquer eurodeputado. Picar o ponto é o que interessa. Mas há mais. Desabafa a dupla candidata “O meu objectivo é sair de onde estou e trabalhar para a cidade“. Questionamo-nos, então, se o objectivo de Elisa Ferreira é sair do PE, porque se candidata novamente nas listas do PS? E, já agora, porque continuará no PE (se perder nas autárquicas) em vez de ocupar um lugar como vereadora na câmara do Porto se o que quer é voltar para o Porto e sair do PE? Ai que há aqui alguma confusão – ou ideia de que se está a falar com tolinhos que engolem papas e bolos.

Contudo a minha parte preferida vem só agora. Ora vejam, diz Elisa Ferreira sobre o trabalho de Rui Rio nos bairros sociais (que, desconfio, a incomoda) “Pintaram os bairros, mas esqueceram-se de vos dizer que o dinheiro é do Estado, é do PS” (meu bold). Desculpe?! O dinheiro que é do Estado é do PS?!!! Não é que depois de episódios como o do video-propaganda do Magalhães alguém pensasse que não é esse o entendimento do PS, mas eu diria que é perder todo o decoro assumi-lo com esta frontalidade e ainda decorado com sorriso e palavras sobre tricot.

Sejamos, portanto, pedagógicos. Cara Elisa Ferreira, não, o dinheiro do Estado não é do PS. O dinheiro do Estado é dos contribuintes, qua trabalharam bastante para o ganharem e, de caminho, sustentarem o Estado. Quem não percebe esta parte tão básica da política deveria ocupar-se em qualquer profissão dentro da legalidade; para a política é claramente desajustada. E perigosa.

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