Ao contrário do Paulo Pinto Mascarenhas, acho que o discurso demagógico e profundamente irresponsável da extrema-esquerda não legitima de nenhuma forma as propostas de manipulação do ISP para tentar travar a subida do preço dos combustíveis – e muito menos se o objectivo for imitar um dos mais flagrantes erros de política fiscal e económica de António Guterres com “uma medida transitória, de urgência”.
Antes pelo contrário: a demagogia tende a favorecer mais demagogia e as propostas de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas (neste último caso conjugadas com mais um espectáculo pouco edificante montado para as televisões, desta vez numa bomba de gasolina espanhola) contribuíram para gerar um ambiente propício à escalada de irresponsabilidade a que agora se assiste com a ofensiva demagógica da extrema-esquerda no Assembleia da República.
Acresce que se o petróleo continuar a subir (algo que ninguém pode garantir que não vá acontecer, apesar de ser também plausível que haja uma bolha no mercado das commodities), reduzir o ISP só adiaria por algum tempo as inevitáveis subidas dos preços combustíveis, enviando os sinais errados aos agentes económicos e colocando em risco a (muito frágil) consolidação orçamental conseguida nos últimos anos.
As posições de Passos Coelho e Portas podem ser explicadas por falta de preparação ou vontade de ganhar votos pela via mais fácil, mas não devem a meu ver ser defendidas por não socialistas (nem, já agora, por socialistas responsáveis). Baixar o ISP de forma não estrutural e sem propor reduções imediatas da despesa que compensem essa descida parece-me francamente irresponsável.
Leitura complementar: Deveria o Governo baixar o ISP para compensar a subida dos combustíveis?; Deveria o Governo baixar o ISP para compensar a subida dos combustíveis? (2); Deveria o Governo baixar o ISP para compensar a subida dos combustíveis? (3); Iliteracia económica e demagogia; A tentação demagógica; A tentação demagógica (2);A tentação demagógica (3); A tentação demagógica (4);A tentação demagógica (5); A tentação demagógica (6).
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Ao contrário do Paulo Pinto Mascarenhas, acho que o discurso demagógico e profundamente irresponsável da extrema-esquerda não legitima de nenhuma forma as propostas de manipulação do ISP para tentar travar a subida do preço dos combustíveis – e muito menos se o objectivo for imitar um dos mais flagrantes erros de política fiscal e económica de António Guterres com “uma medida transitória, de urgência”.
Antes pelo contrário: a demagogia tende a favorecer mais demagogia e as propostas de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas (neste último caso conjugadas com mais um espectáculo pouco edificante montado para as televisões, desta vez numa bomba de gasolina espanhola) contribuíram para gerar um ambiente propício à escalada de irresponsabilidade a que agora se assiste com a ofensiva demagógica da extrema-esquerda no Assembleia da República.
Acresce que se o petróleo continuar a subir (algo que ninguém pode garantir que não vá acontecer, apesar de ser também plausível que haja uma bolha no mercado das commodities), reduzir o ISP só adiaria por algum tempo as inevitáveis subidas dos preços combustíveis, enviando os sinais errados aos agentes económicos e colocando em risco a (muito frágil) consolidação orçamental conseguida nos últimos anos.
As posições de Passos Coelho e Portas podem ser explicadas por falta de preparação ou vontade de ganhar votos pela via mais fácil, mas não devem a meu ver ser defendidas por não socialistas (nem, já agora, por socialistas responsáveis). Baixar o ISP de forma não estrutural e sem propor reduções imediatas da despesa que compensem essa descida parece-me francamente irresponsável.
Leitura complementar: Deveria o Governo baixar o ISP para compensar a subida dos combustíveis?; Deveria o Governo baixar o ISP para compensar a subida dos combustíveis? (2); Deveria o Governo baixar o ISP para compensar a subida dos combustíveis? (3); Iliteracia económica e demagogia; A tentação demagógica; A tentação demagógica (2);A tentação demagógica (3); A tentação demagógica (4);A tentação demagógica (5); A tentação demagógica (6).