Espaço da treta!: O Voto.

15-10-2009
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Hoje é aquele fatídico dia em que as pessoas têm de levantar o rabo cedo da cama - as mais devotas no seu dever de cidadãos - e ir votar à bendita escola primária da sua localidade. Pelo menos eu sempre votei em escolas primárias.A última vez que votei tive de ir de uma cidade a outra, apanhei chuva e vento e cheguei toda empapada a casa, mas de sorriso na boca. Tinha, uma vez mais, cumprido com o meu dever. Confesso que houve anos em que fiz parte da abstenção, por preguiça e burrice e outros em que votei em branco e outros ainda que votei em partidos pequenos. Na última vez que votei decidi votar para decidir. O monopólio dos votos é dividido entre o PS e o PSD, ambos de esquerda. Eu votei PS. Depois vieram algumas mexidas na saúde que prejudicaram em muito as pessoas, entre outras coisas que me fizeram colocar as mãos na cabeça. E falo disto pois era o sector onde eu trabalhava. E a partir daí entendi que votar no PS ou no PSD acaba por ir dar ao mesmo. As coisas são feitas igualmente. É como se houvesse uma espécie de acordo táctico entre ambos os partidos, em que cada um desempenha o seu papel. E aí desisti. Decidi deixar de votar porque não vi mudanças, e sinto que se tivesse ganho o PSD a coisa não seria diferente.Eu não sou contra nem a favor da abstenção. Abstenho-me de votar, mas sou responsável pelo meu acto, e não levo ninguém atrás. Sei que se amanha não levanto o rabo para ir ao Consulado votar é porque deixei de acreditar nos políticos que nos pedem voto para governar, e em tudo o que está por detrás.Não faço campanha por abstenção ou não abstenção. Faço campanha, isso sim, por tomadas de decisões baseadas na reflexão e na sinceridade para connosco mesmos, e na responsabilidade. Se não querem votar não votem. Mas não votem por um motivo. Pensado, reflectido, sabendo que estarão a fazer o melhor para vocês e para os outros. Que a abstenção não seja fruto de um bando de preguiças que se movem demasiadamente lentas ao sol no dia das votações, que não seja fruto de idas à praia desde as 8 da manhã às 7 da tarde, e ops, esquecemo-nos ou não chegámos a tempo. Se tiverem de optar por não votar que seja por algum motivo e nunca pela preguiça de levantar os rabos gordos pois eles que decidam. Porque a abstenção deveria ser sinal do descontentamento, e nunca de uma falta de vontade sequer de ir buscar o comando para mudar de canal.E a quem vote, que o faça igualmente conscientemente. Sempre.


Hoje é aquele fatídico dia em que as pessoas têm de levantar o rabo cedo da cama - as mais devotas no seu dever de cidadãos - e ir votar à bendita escola primária da sua localidade. Pelo menos eu sempre votei em escolas primárias.A última vez que votei tive de ir de uma cidade a outra, apanhei chuva e vento e cheguei toda empapada a casa, mas de sorriso na boca. Tinha, uma vez mais, cumprido com o meu dever. Confesso que houve anos em que fiz parte da abstenção, por preguiça e burrice e outros em que votei em branco e outros ainda que votei em partidos pequenos. Na última vez que votei decidi votar para decidir. O monopólio dos votos é dividido entre o PS e o PSD, ambos de esquerda. Eu votei PS. Depois vieram algumas mexidas na saúde que prejudicaram em muito as pessoas, entre outras coisas que me fizeram colocar as mãos na cabeça. E falo disto pois era o sector onde eu trabalhava. E a partir daí entendi que votar no PS ou no PSD acaba por ir dar ao mesmo. As coisas são feitas igualmente. É como se houvesse uma espécie de acordo táctico entre ambos os partidos, em que cada um desempenha o seu papel. E aí desisti. Decidi deixar de votar porque não vi mudanças, e sinto que se tivesse ganho o PSD a coisa não seria diferente.Eu não sou contra nem a favor da abstenção. Abstenho-me de votar, mas sou responsável pelo meu acto, e não levo ninguém atrás. Sei que se amanha não levanto o rabo para ir ao Consulado votar é porque deixei de acreditar nos políticos que nos pedem voto para governar, e em tudo o que está por detrás.Não faço campanha por abstenção ou não abstenção. Faço campanha, isso sim, por tomadas de decisões baseadas na reflexão e na sinceridade para connosco mesmos, e na responsabilidade. Se não querem votar não votem. Mas não votem por um motivo. Pensado, reflectido, sabendo que estarão a fazer o melhor para vocês e para os outros. Que a abstenção não seja fruto de um bando de preguiças que se movem demasiadamente lentas ao sol no dia das votações, que não seja fruto de idas à praia desde as 8 da manhã às 7 da tarde, e ops, esquecemo-nos ou não chegámos a tempo. Se tiverem de optar por não votar que seja por algum motivo e nunca pela preguiça de levantar os rabos gordos pois eles que decidam. Porque a abstenção deveria ser sinal do descontentamento, e nunca de uma falta de vontade sequer de ir buscar o comando para mudar de canal.E a quem vote, que o faça igualmente conscientemente. Sempre.

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