Berra-boi: Notas Soltas

15-10-2009
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O que acontecia se um Papa morresse de dois em dois anos? Acontecia o mesmo que aconteceu ao PSD. Já ninguém queria saber do assunto. Entre o congresso do Coliseu e o de Pombal vão, mais ou menos, 10 anos. Em 10 anos os congressos degradaram-se mais que o Eurofestival em 30. Em 10 anos, as mesmas pessoas já estiveram contra, já estiveram a favor, para voltar a estar contra e depois novamente a favor. Dez anos a ver Alberto João Jardim dizer alarvidades. Olhe! Se faz favor era umas directas. * * Ricardo Costa disse um dia que “António Borges não conhece o partido e quando o partido o conhecer a ele, provavelmente, foge”. Enganou-se. E enganou-se porque em 10 anos de congresso é a primeira vez que aparece alguém novo que, hipoteticamente, poderia disputar a liderança. E, no fundo, o que todos queremos é novidades. Tudo tem de mudar para ficar na mesma. Mesmo que as novidades sejam banalidades. Aliás, estou convencido que António Borges andou a ler o Programa do Governo. * * O Governo vai decretar que os mandatos dos autarcas e governantes sejam limitados. E os deputados? Da Assembleia da República às Assembleias de Freguesia? O caciquismo começa nas assembleias. Limitar os mandatos dos deputados é a unica forma de acabar com os curriculae como os de José Sócrates e de Marques Mendes. Gente especializada em São Bento. Um dia iremos ter com José Sócrates o mesmo problema que temos com Santana Lopes. Para onde é que o mandamos? Por certo que se arranjará uma solução como a de Guterres. Uma Caixa Geral de Depósitos qualquer. * * As bases andaram na boca de toda a gente. Parecia a pasta medicinal Couto. Mas quais bases? Como diz Saldanha Sanches, e bem, “as bases partidárias são um grupo de gente que anda ali à espera de um emprego”. É bom que se saiba que as bases são o que há de pior nos partidos. Não são gente interessada, são gente interesseira. * * Ontem contaram-me uma história deliciosa a respeito das bases. A menina tinha vinte e picos anos e era assessora de uma autarca do Partido Socialista na Área Metropolitana de Lisboa. Ganhava, a jovem licenciada, 2.500 Euros por mês. Apalavrou com um construtor civil começar a construir a sua bonita vivenda em Parque Natural. Mas, vieram as eleições e ela perdeu o emprego. A casa ficou adiada e ela foi assessorar outra autarquia socialista por 1500 Euros. Esta menina é um daqueles rostos que aparecem fugazmente nos congressos. Também conhecido pelas Bases (com letra Grande!). * * As moções aos congressos são o reflexo da pobreza intelectual a que se chegou. Há as moções de gente que sabe mas, que não diz nada. E há as moções da gente que nada sabe e pouco diz. Veja-se o exemplo notável do PSD. O que dizer de uma moção intitulada de o “Labirinto”? Ou de uma outra que diz: “Leiria dá confiança a Portugal”? Mas há gente mais esclarecida como Jorge Nuno Sá que propôs a moção intitulada “Sei que não vou por aí”? Ao menos isso. Sabe alguma coisa. Ainda assim, a melhor peça de prosa eloquente é a do militante José Coelho que, em meia página, despacha essa grande visão estratégica para Portugal intitulada: “…com a gente simples cá do nosso bairro.” * * José Freire Antunes, na moção que apresentou ao congresso deste fim-de-semana, propõe a criação da Academia Francisco Sá Carneiro. A proposta revela perspicácia. Depois de ter visto que a JSD é que andou a dar formação aos líderes do PP (Paulo Portas) e do PS (José Sócrates), Freire Antunes aposta numa Academia a pensar em rentabilizar esse capital. Já estou a ver o Partido Conservador inglês ou o Partido Popular de Aznar a virem buscar jovens talentos à Academia. * * Finalizo com este apontamento de humor. A moção de Alberto João Jardim e dos seus amigos. Diz esta coisa linda: “Os sociais democratas Madeirenses vêm, de há muito a esta parte e teimosamente, a alertar os Portugueses e em especial todos os nossos correlegionários Açoreanos e Continentais, para a necessidade de ser claramente identificado por Todos, e subsequentemente aniquilado, o inimigo público do nosso desenvolvimento.” Depois de ler isto todo o português se torna um serial killer. Vou ali dar umas chumbadas no inimigo e volto amanhã. Antes de me suicidar, claro. Especialmente depois de ter lido todas as moções ao congresso do PSD.

O que acontecia se um Papa morresse de dois em dois anos? Acontecia o mesmo que aconteceu ao PSD. Já ninguém queria saber do assunto. Entre o congresso do Coliseu e o de Pombal vão, mais ou menos, 10 anos. Em 10 anos os congressos degradaram-se mais que o Eurofestival em 30. Em 10 anos, as mesmas pessoas já estiveram contra, já estiveram a favor, para voltar a estar contra e depois novamente a favor. Dez anos a ver Alberto João Jardim dizer alarvidades. Olhe! Se faz favor era umas directas. * * Ricardo Costa disse um dia que “António Borges não conhece o partido e quando o partido o conhecer a ele, provavelmente, foge”. Enganou-se. E enganou-se porque em 10 anos de congresso é a primeira vez que aparece alguém novo que, hipoteticamente, poderia disputar a liderança. E, no fundo, o que todos queremos é novidades. Tudo tem de mudar para ficar na mesma. Mesmo que as novidades sejam banalidades. Aliás, estou convencido que António Borges andou a ler o Programa do Governo. * * O Governo vai decretar que os mandatos dos autarcas e governantes sejam limitados. E os deputados? Da Assembleia da República às Assembleias de Freguesia? O caciquismo começa nas assembleias. Limitar os mandatos dos deputados é a unica forma de acabar com os curriculae como os de José Sócrates e de Marques Mendes. Gente especializada em São Bento. Um dia iremos ter com José Sócrates o mesmo problema que temos com Santana Lopes. Para onde é que o mandamos? Por certo que se arranjará uma solução como a de Guterres. Uma Caixa Geral de Depósitos qualquer. * * As bases andaram na boca de toda a gente. Parecia a pasta medicinal Couto. Mas quais bases? Como diz Saldanha Sanches, e bem, “as bases partidárias são um grupo de gente que anda ali à espera de um emprego”. É bom que se saiba que as bases são o que há de pior nos partidos. Não são gente interessada, são gente interesseira. * * Ontem contaram-me uma história deliciosa a respeito das bases. A menina tinha vinte e picos anos e era assessora de uma autarca do Partido Socialista na Área Metropolitana de Lisboa. Ganhava, a jovem licenciada, 2.500 Euros por mês. Apalavrou com um construtor civil começar a construir a sua bonita vivenda em Parque Natural. Mas, vieram as eleições e ela perdeu o emprego. A casa ficou adiada e ela foi assessorar outra autarquia socialista por 1500 Euros. Esta menina é um daqueles rostos que aparecem fugazmente nos congressos. Também conhecido pelas Bases (com letra Grande!). * * As moções aos congressos são o reflexo da pobreza intelectual a que se chegou. Há as moções de gente que sabe mas, que não diz nada. E há as moções da gente que nada sabe e pouco diz. Veja-se o exemplo notável do PSD. O que dizer de uma moção intitulada de o “Labirinto”? Ou de uma outra que diz: “Leiria dá confiança a Portugal”? Mas há gente mais esclarecida como Jorge Nuno Sá que propôs a moção intitulada “Sei que não vou por aí”? Ao menos isso. Sabe alguma coisa. Ainda assim, a melhor peça de prosa eloquente é a do militante José Coelho que, em meia página, despacha essa grande visão estratégica para Portugal intitulada: “…com a gente simples cá do nosso bairro.” * * José Freire Antunes, na moção que apresentou ao congresso deste fim-de-semana, propõe a criação da Academia Francisco Sá Carneiro. A proposta revela perspicácia. Depois de ter visto que a JSD é que andou a dar formação aos líderes do PP (Paulo Portas) e do PS (José Sócrates), Freire Antunes aposta numa Academia a pensar em rentabilizar esse capital. Já estou a ver o Partido Conservador inglês ou o Partido Popular de Aznar a virem buscar jovens talentos à Academia. * * Finalizo com este apontamento de humor. A moção de Alberto João Jardim e dos seus amigos. Diz esta coisa linda: “Os sociais democratas Madeirenses vêm, de há muito a esta parte e teimosamente, a alertar os Portugueses e em especial todos os nossos correlegionários Açoreanos e Continentais, para a necessidade de ser claramente identificado por Todos, e subsequentemente aniquilado, o inimigo público do nosso desenvolvimento.” Depois de ler isto todo o português se torna um serial killer. Vou ali dar umas chumbadas no inimigo e volto amanhã. Antes de me suicidar, claro. Especialmente depois de ter lido todas as moções ao congresso do PSD.

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