Vias de Facto: O rei vai gasto e o povo é que paga a despedida

23-05-2011
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Mais que a crise, foi o tempo que veio matar a vida política de José Sócrates. Tivessem as eleições sido realizadas logo após a sua convocação com emissão de apenas um ou dois debates televisivos, Sócrates teria usado e beneficiado de todos os seus truques e, eventualmente, ganharia tangencialmente pelos votos e, assim, continuado a puxar a trela do PS, o partido e suas clientelas prostrados a seus pés. Mas ontem, face a Passos Coelho, Sócrates evidenciou, através da televisão, que o seu discurso, os seus recursos de efeitos tirados da manga, a forma de fugir às realidades e às responsabilidades, se esgotaram ao ponto de as suas repetições se tornarem insuportáveis e no cúmulo de ele mesmo já não conseguir ouvir as frases feitas que ensaiou para martelar na campanha. A saída da cena política de Sócrates em 5 de Junho à noite não é um problema, muito menos é um dano político. Pelo contrário. O que dana na queda de Sócrates é que o seu penúltimo acto político e público seja a entrega do poder à direita, preço exageradamente alto para uma nova oportunidade de o PS guinar para a esquerda, apesar do alívio nacional que será o país ver-se livre da voz, da imagem, da demogogia e da aldrabice compulsiva de Sócrates. Mas como esta dívida não é negociável, então ... pague-se.


Mais que a crise, foi o tempo que veio matar a vida política de José Sócrates. Tivessem as eleições sido realizadas logo após a sua convocação com emissão de apenas um ou dois debates televisivos, Sócrates teria usado e beneficiado de todos os seus truques e, eventualmente, ganharia tangencialmente pelos votos e, assim, continuado a puxar a trela do PS, o partido e suas clientelas prostrados a seus pés. Mas ontem, face a Passos Coelho, Sócrates evidenciou, através da televisão, que o seu discurso, os seus recursos de efeitos tirados da manga, a forma de fugir às realidades e às responsabilidades, se esgotaram ao ponto de as suas repetições se tornarem insuportáveis e no cúmulo de ele mesmo já não conseguir ouvir as frases feitas que ensaiou para martelar na campanha. A saída da cena política de Sócrates em 5 de Junho à noite não é um problema, muito menos é um dano político. Pelo contrário. O que dana na queda de Sócrates é que o seu penúltimo acto político e público seja a entrega do poder à direita, preço exageradamente alto para uma nova oportunidade de o PS guinar para a esquerda, apesar do alívio nacional que será o país ver-se livre da voz, da imagem, da demogogia e da aldrabice compulsiva de Sócrates. Mas como esta dívida não é negociável, então ... pague-se.

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