HD Bar to be Wild

03-01-2015
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Por Andreia Marques Pereira ,

No Porto já acelera o HD Bar to be Wild, bar para todos os que “têm fascínio pelo estilo de vida motard”, da venerada Harley-Davidson à mui estimada Famel Zundapp. Get your motor runnin'!

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Há néons q.b., madeira abundante, aço inox suficiente. E há coincidências: um bar que, de certa forma, celebra uma parte do american way of life é inaugurado a 11 de Setembro, o dia que não sairá da memória (traumática) dos norte-americanos (e do resto do mundo).

Mais que não seja, dá uma boa história, brinca Hélder Peixoto, funcionário do HD Bar to be Wild – HD facilmente reconhecível para amantes de motociclos, Harley-Davidson; Bar to be Wild a referência aos Steppenwolf e ao seu hino Born to be wild, a banda sonora perfeita para um bar que quer ser um ponto de encontro de motociclistas e uma celebração do estilo de vida motard. Get you motor runnin’, portanto.

Mas não vamos para a auto-estrada, como continua a canção. Estamos na Baixa do Porto, numa das esquinas da rua da Galeria de Paris, grandes janelas rasgadas para o exterior num interior que é ao estilo comunal: a única mesa individual é um empréstimo da esplanada que nestes dias frios é uma ausência; de resto temos “balcões”, em baixo, um dentado, como se fora um relâmpago caprichoso, em cima, na mezzanine, dois rectos que acompanham os varandins; e os umbrais fundos das janelas, as antigas montras da loja de roupa que aqui funcionava, são aproveitados também.

No centro do espaço, o objecto do culto que aqui se presta, uma Harley-Davidson Softail Fat Boy, novinha em folha, ou não fosse objecto promocional do concessionário da marca da cidade – a cada 15 dias muda o modelo, na semana anterior a nossa visita a moto era especial, a edição dedicada aos Xutos & Pontapés.

Não há dúvidas de que este é um bar nascido de um gosto especial do proprietário, Alberto Fonseca, o mesmo da Tendinha dos Clérigos e do La Bohème: depois do rock e dos vinhos, as motos, neste caso com ligação íntima, então, à Harley-Davidson (há merchandising à venda), mas lembrando outras motos míticas – no andar superior é uma Famel Zundapp que se exibe.

Não importa qual a moto, não importa sequer se há moto, este é um bar para todos os que “têm fascínio pelo estilo de vida motard”, explica Hélder Peixoto. Parafraseia o livro Zen e a Arte de Manutenção de Motocicletas para descrever essa vida em duas rodas que equivale a “fazer parte da paisagem” e a ter uma sensação “de liberdade total” – “não é por acaso que dizem que é o mais próximo de voar”.

Com tanta rodagem, a viagem é parte integrante desse imaginário e o HD reflecte tal, com inúmeras t-shirts expostas de várias cidades do mundo, quase todas com a marca Harley-Davidson; do mesmo modo, um manequim vestido como motociclista exibe no seu colete de cabedal pins de várias cidades e de eventos de duas rodas.

E, enquanto ostenta estes “carimbos” à laia dos de passaporte, o HD não se poupa a outras referências ao universo Harley-Davidson e à cultura motard, como seria de esperar – nas paredes temos ferramentas de oficina, matrículas de vários cantos do mundo, peças de “harleys” e até um piscar de olho às pin-ups, em posters de design vintage.

Com tudo isto, a ambição de ser um ponto de encontro para motociclistas, portugueses e estrangeiros, é ainda mais clara nas comodidades específicas que o HD apresenta, como os armários, dissimulados na escadaria (apenas o sinal “Biker Parking Only” dá uma pista) para colocar os capacetes a cabides para pendurar toda a parafernália que faz parte do equipamento.

Não faz parte do equipamento mas faz parte de todo o imaginário da América profunda e aqui está em versão digital – uma jukebox, néon vermelho a bordejar, música rock a sair-lhe das entranhas, com deambulações pelos blues, metal, alternativa. Espreitamos os menus – não vale a pena optar por géneros, está tudo concentrado em “álbuns”: Johnny Cash e Nirvana, Elvis e AC/DC, The Beatles e Xutos & Pontapés, Neil Young e Cult, ZZ Top e GNR, The Doors e Prince. Um euro vale duas músicas; em alternativa, deixa-se a jukebox no modo aleatório a dar-nos música mais ou menos inesperada.

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Por Andreia Marques Pereira ,

No Porto já acelera o HD Bar to be Wild, bar para todos os que “têm fascínio pelo estilo de vida motard”, da venerada Harley-Davidson à mui estimada Famel Zundapp. Get your motor runnin'!

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Há néons q.b., madeira abundante, aço inox suficiente. E há coincidências: um bar que, de certa forma, celebra uma parte do american way of life é inaugurado a 11 de Setembro, o dia que não sairá da memória (traumática) dos norte-americanos (e do resto do mundo).

Mais que não seja, dá uma boa história, brinca Hélder Peixoto, funcionário do HD Bar to be Wild – HD facilmente reconhecível para amantes de motociclos, Harley-Davidson; Bar to be Wild a referência aos Steppenwolf e ao seu hino Born to be wild, a banda sonora perfeita para um bar que quer ser um ponto de encontro de motociclistas e uma celebração do estilo de vida motard. Get you motor runnin’, portanto.

Mas não vamos para a auto-estrada, como continua a canção. Estamos na Baixa do Porto, numa das esquinas da rua da Galeria de Paris, grandes janelas rasgadas para o exterior num interior que é ao estilo comunal: a única mesa individual é um empréstimo da esplanada que nestes dias frios é uma ausência; de resto temos “balcões”, em baixo, um dentado, como se fora um relâmpago caprichoso, em cima, na mezzanine, dois rectos que acompanham os varandins; e os umbrais fundos das janelas, as antigas montras da loja de roupa que aqui funcionava, são aproveitados também.

No centro do espaço, o objecto do culto que aqui se presta, uma Harley-Davidson Softail Fat Boy, novinha em folha, ou não fosse objecto promocional do concessionário da marca da cidade – a cada 15 dias muda o modelo, na semana anterior a nossa visita a moto era especial, a edição dedicada aos Xutos & Pontapés.

Não há dúvidas de que este é um bar nascido de um gosto especial do proprietário, Alberto Fonseca, o mesmo da Tendinha dos Clérigos e do La Bohème: depois do rock e dos vinhos, as motos, neste caso com ligação íntima, então, à Harley-Davidson (há merchandising à venda), mas lembrando outras motos míticas – no andar superior é uma Famel Zundapp que se exibe.

Não importa qual a moto, não importa sequer se há moto, este é um bar para todos os que “têm fascínio pelo estilo de vida motard”, explica Hélder Peixoto. Parafraseia o livro Zen e a Arte de Manutenção de Motocicletas para descrever essa vida em duas rodas que equivale a “fazer parte da paisagem” e a ter uma sensação “de liberdade total” – “não é por acaso que dizem que é o mais próximo de voar”.

Com tanta rodagem, a viagem é parte integrante desse imaginário e o HD reflecte tal, com inúmeras t-shirts expostas de várias cidades do mundo, quase todas com a marca Harley-Davidson; do mesmo modo, um manequim vestido como motociclista exibe no seu colete de cabedal pins de várias cidades e de eventos de duas rodas.

E, enquanto ostenta estes “carimbos” à laia dos de passaporte, o HD não se poupa a outras referências ao universo Harley-Davidson e à cultura motard, como seria de esperar – nas paredes temos ferramentas de oficina, matrículas de vários cantos do mundo, peças de “harleys” e até um piscar de olho às pin-ups, em posters de design vintage.

Com tudo isto, a ambição de ser um ponto de encontro para motociclistas, portugueses e estrangeiros, é ainda mais clara nas comodidades específicas que o HD apresenta, como os armários, dissimulados na escadaria (apenas o sinal “Biker Parking Only” dá uma pista) para colocar os capacetes a cabides para pendurar toda a parafernália que faz parte do equipamento.

Não faz parte do equipamento mas faz parte de todo o imaginário da América profunda e aqui está em versão digital – uma jukebox, néon vermelho a bordejar, música rock a sair-lhe das entranhas, com deambulações pelos blues, metal, alternativa. Espreitamos os menus – não vale a pena optar por géneros, está tudo concentrado em “álbuns”: Johnny Cash e Nirvana, Elvis e AC/DC, The Beatles e Xutos & Pontapés, Neil Young e Cult, ZZ Top e GNR, The Doors e Prince. Um euro vale duas músicas; em alternativa, deixa-se a jukebox no modo aleatório a dar-nos música mais ou menos inesperada.

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