Governos PS e PSD são iguais e eleitoralistas no que toca a despesas

06-09-2015
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O estudo, recentemente aprovado para publicação na revista Applied Economics Letters, conclui que não existe "nenhuma diferença entre partidos de direita e de esquerda na composição dos gastos", disse à Lusa o investigador e docente Rodrigo Martins, que juntamente com Vitor Castro realizou um estudo sobre as despesas dos Governos de 1990 a 2011.

O investigador da FEUC sublinha que, ao se analisar "a forma como são distribuídos os gastos do Estado" em dez áreas diferentes (serviços públicos, defesa, ordem pública, assuntos económicos, ambiente, equipamentos coletivos, saúde, cultura, educação e proteção social), chegou-se à conclusão de que "PS e PSD são muito parecidos" nas despesas.

"Não encontramos diferença estatisticamente relevante que possa dizer que o PS se preocupa mais do que o PSD com determinadas áreas de gastos quando está no poder e vice-versa", frisou Rodrigo Martins.

O estudo, para além de concluir que os comportamentos da distribuição da despesa de Governos de esquerda e de direita são idênticos, aponta para um "comportamento eleitoralista", quer do PS quer do PSD e CDS (no período analisado há dois governos formados por acordo de incidência parlamentar entre PSD e CDS).

Em ano de eleições, áreas como a saúde ou a protecção social "exibem níveis mais elevados de despesa", assim como a área de serviços públicos gerais, indicou, considerando que "aumentam as despesas em itens que são mais visíveis para o público" e mais passíveis de conquistar votos.

Por outro lado, as áreas mais prejudicadas em anos eleitorais "são os assuntos económicos [que engloba transportes, comunicações, agricultura e pescas] e a defesa".

O estudo analisa a percentagem da despesa gasta em determinada área e compara-a depois com as restantes áreas para analisar as variações. Em tempo de eleições, chegam-se a registar variações de 0,8% a 2% entre as áreas mais prejudicadas e as mais beneficiadas, disse o investigador.

Noutro estudo recente também desenvolvido por Rodrigo Martins e Vitor Castro, em que analisam a perspectiva não de um ponto de vista económico, mas a partir de uma óptica contabilística (centrada nas despesas correntes e despesas de capital do Estado), o comportamento eleitoralista volta a surgir.

Analisando dados mensais do Banco de Portugal, o trabalho de investigação aponta para um aumento de gastos de capital (realização de obras ou compra de equipamentos, entre outros pontos) no trimestre anterior às eleições de 300 milhões de euros, em média, nos anos analisados, de 1991 a 2013.

"Isto observa-se quer em Governos PS ou PSD", constatou, aclarando que este comportamento não está presente apenas em Portugal, com outros estudos a confirmarem o mesmo padrão "noutros países da Europa" e nos EUA.

Neste segundo estudo, apesar da semelhança entre PS e PSD em altura pré-eleitoral, identificou-se uma ligeira diferença nos gastos entre Governos de esquerda e de direita.

Os modelos estimados preveem que, em média, um Governo de esquerda "gasta mais 100 milhões de euros do que o de direita, por mandato", disse.

"Os Governos de direita preocupam-se um pouquinho mais com o défice, mas a diferença não dá para dizer que uns são uns forretas e outros gastadores. Não há diferenças extremadas", concluiu.

O primeiro estudo foi submetido a revisão por pares e já foi aprovada a sua publicação na Applied Economics Letters, estando de momento apenas disponível na versão digital, para assinantes.

O estudo, recentemente aprovado para publicação na revista Applied Economics Letters, conclui que não existe "nenhuma diferença entre partidos de direita e de esquerda na composição dos gastos", disse à Lusa o investigador e docente Rodrigo Martins, que juntamente com Vitor Castro realizou um estudo sobre as despesas dos Governos de 1990 a 2011.

O investigador da FEUC sublinha que, ao se analisar "a forma como são distribuídos os gastos do Estado" em dez áreas diferentes (serviços públicos, defesa, ordem pública, assuntos económicos, ambiente, equipamentos coletivos, saúde, cultura, educação e proteção social), chegou-se à conclusão de que "PS e PSD são muito parecidos" nas despesas.

"Não encontramos diferença estatisticamente relevante que possa dizer que o PS se preocupa mais do que o PSD com determinadas áreas de gastos quando está no poder e vice-versa", frisou Rodrigo Martins.

O estudo, para além de concluir que os comportamentos da distribuição da despesa de Governos de esquerda e de direita são idênticos, aponta para um "comportamento eleitoralista", quer do PS quer do PSD e CDS (no período analisado há dois governos formados por acordo de incidência parlamentar entre PSD e CDS).

Em ano de eleições, áreas como a saúde ou a protecção social "exibem níveis mais elevados de despesa", assim como a área de serviços públicos gerais, indicou, considerando que "aumentam as despesas em itens que são mais visíveis para o público" e mais passíveis de conquistar votos.

Por outro lado, as áreas mais prejudicadas em anos eleitorais "são os assuntos económicos [que engloba transportes, comunicações, agricultura e pescas] e a defesa".

O estudo analisa a percentagem da despesa gasta em determinada área e compara-a depois com as restantes áreas para analisar as variações. Em tempo de eleições, chegam-se a registar variações de 0,8% a 2% entre as áreas mais prejudicadas e as mais beneficiadas, disse o investigador.

Noutro estudo recente também desenvolvido por Rodrigo Martins e Vitor Castro, em que analisam a perspectiva não de um ponto de vista económico, mas a partir de uma óptica contabilística (centrada nas despesas correntes e despesas de capital do Estado), o comportamento eleitoralista volta a surgir.

Analisando dados mensais do Banco de Portugal, o trabalho de investigação aponta para um aumento de gastos de capital (realização de obras ou compra de equipamentos, entre outros pontos) no trimestre anterior às eleições de 300 milhões de euros, em média, nos anos analisados, de 1991 a 2013.

"Isto observa-se quer em Governos PS ou PSD", constatou, aclarando que este comportamento não está presente apenas em Portugal, com outros estudos a confirmarem o mesmo padrão "noutros países da Europa" e nos EUA.

Neste segundo estudo, apesar da semelhança entre PS e PSD em altura pré-eleitoral, identificou-se uma ligeira diferença nos gastos entre Governos de esquerda e de direita.

Os modelos estimados preveem que, em média, um Governo de esquerda "gasta mais 100 milhões de euros do que o de direita, por mandato", disse.

"Os Governos de direita preocupam-se um pouquinho mais com o défice, mas a diferença não dá para dizer que uns são uns forretas e outros gastadores. Não há diferenças extremadas", concluiu.

O primeiro estudo foi submetido a revisão por pares e já foi aprovada a sua publicação na Applied Economics Letters, estando de momento apenas disponível na versão digital, para assinantes.

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