UGT. PS diz que Carlos Silva “não quer ver a realidade”

06-09-2018
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O primeiro-ministro decretou o fim da austeridade em abril, em pleno debate quinzenal. Mas nem todos os socialistas concordam com a ideia. Carlos Silva, secretário-geral da UGT e membro do partido, recusa que a austeridade tenha chegado ao fim: “Não aceitamos que nos digam, acabou-se a austeridade, não acabou nada, não acabou completamente”. Para os socialistas ouvidos pelo i a imagem de austeridade está associada ao período da troika, ao tempo em que o anterior governo PSD/CDS cortou nos salários e nas pensões. “Quem diz em Portugal que a austeridade ainda não acabou, não quer ver a realidade”, diz ao i a porta-voz socialista e deputada Maria Antónia Almeida Santos.

A deputada socialista procurou desmontar a tese defendida por Carlos Silva aos alunos da universidade de verão do PSD: “O que temos assistido - e são dados indesmentíveis é que Portugal conseguiu cumprir as metas, reverter o caminho que estávamos a trilhar. Devolvemos rendimentos aos portugueses, aumentámos o salário mínimo nacional, conseguimos, antes disso, sair do procedimento por défice excessivo, o que permitiu que o rating da dívida da República subisse”. Por isso, em seu entender, Portugal afastou -se do debate sobre derrapagens de défice ou da “retirada de direitos aos portugueses”. “Se isso não é o reverter da austeridade, não sei o que é preciso mais”, afirma Maria Antónia Almeida Santos, reconhecendo que ainda “falta fazer muito”.

A imagem de austeridade associada ao atual governo, vinda do dirigente máximo da UGT, “é muito injusta, principalmente porque é injusta” para os portugueses. “Já ninguém fala na derrapagem do défice. Esse cumprimento de metas tem permitido devolver rendimentos e repor a direitos”. Assim, Maria António Almeida Santos espera “que a realidade bata à porta de Carlos Silva e que consiga perceber”.

Wanda Guimarães, deputada do PS, deixou a UGT em 2013. Apesar do seu passado na central sindical prefere não avaliar as declarações de Carlos Silva, até porque não o ouviu, mas contextualizou as declarações do dirigente numa lógica de luta sindical: “é óbvio que do ponto de vista do que é a apreciação de uma organização sindical representativa como é a UGT, compreendo perfeitamente que a defesa dos seus associados passe por um conjunto de situações. A função dos sindicatos é serem contrapoder. Está a cumprir a sua missão”, declarou ao i a parlamentar.

Ascenso Simões, outro deputado socialista, considera que “sempre houve no PS uma separação entre as leituras partidárias e sindicais, sendo que os camaradas que exercem as segundas nunca foram limitados pelos que exercem unicamente as primeiras”.

Longe das responsabilidades políticas ou da vida ativa partidária, o antigo ministro e deputado socialista João Cravinho reconhece que “continua a haver dificuldades, isso é verdade” e é preciso reconhecê-lo. Mas, para o ex-parlamentar é necessário separar as águas entre o presente e o passado. “A austeridade de que se fala a propósito da troika não tem nada a ver com o controlo e o rigor da gestão orçamental que está a ser executada. Confundir as duas na minha opinião, revela porventura um erro de causalidade como de consequência”.

Discussão de slogans.

O antigo ministro das Finanças do primeiro governo socialista de José Sócrates, Luís Campos e Cunha, prefere não tecer sobre a situação do país, ou avaliar as declarações do secretário-geral da UGT, mas desabafou que “as pessoas gostam de jogar com palavras e a austeridade é uma palavra maldita. E tudo não passa de uma “discussão de slogans, nada mais”.

Certo é que o discurso de Carlos Silva, numa iniciativa do principal partido da oposição, surpreendeu os socialistas. Muitos preferem não comentar.

O primeiro-ministro decretou o fim da austeridade em abril, em pleno debate quinzenal. Mas nem todos os socialistas concordam com a ideia. Carlos Silva, secretário-geral da UGT e membro do partido, recusa que a austeridade tenha chegado ao fim: “Não aceitamos que nos digam, acabou-se a austeridade, não acabou nada, não acabou completamente”. Para os socialistas ouvidos pelo i a imagem de austeridade está associada ao período da troika, ao tempo em que o anterior governo PSD/CDS cortou nos salários e nas pensões. “Quem diz em Portugal que a austeridade ainda não acabou, não quer ver a realidade”, diz ao i a porta-voz socialista e deputada Maria Antónia Almeida Santos.

A deputada socialista procurou desmontar a tese defendida por Carlos Silva aos alunos da universidade de verão do PSD: “O que temos assistido - e são dados indesmentíveis é que Portugal conseguiu cumprir as metas, reverter o caminho que estávamos a trilhar. Devolvemos rendimentos aos portugueses, aumentámos o salário mínimo nacional, conseguimos, antes disso, sair do procedimento por défice excessivo, o que permitiu que o rating da dívida da República subisse”. Por isso, em seu entender, Portugal afastou -se do debate sobre derrapagens de défice ou da “retirada de direitos aos portugueses”. “Se isso não é o reverter da austeridade, não sei o que é preciso mais”, afirma Maria Antónia Almeida Santos, reconhecendo que ainda “falta fazer muito”.

A imagem de austeridade associada ao atual governo, vinda do dirigente máximo da UGT, “é muito injusta, principalmente porque é injusta” para os portugueses. “Já ninguém fala na derrapagem do défice. Esse cumprimento de metas tem permitido devolver rendimentos e repor a direitos”. Assim, Maria António Almeida Santos espera “que a realidade bata à porta de Carlos Silva e que consiga perceber”.

Wanda Guimarães, deputada do PS, deixou a UGT em 2013. Apesar do seu passado na central sindical prefere não avaliar as declarações de Carlos Silva, até porque não o ouviu, mas contextualizou as declarações do dirigente numa lógica de luta sindical: “é óbvio que do ponto de vista do que é a apreciação de uma organização sindical representativa como é a UGT, compreendo perfeitamente que a defesa dos seus associados passe por um conjunto de situações. A função dos sindicatos é serem contrapoder. Está a cumprir a sua missão”, declarou ao i a parlamentar.

Ascenso Simões, outro deputado socialista, considera que “sempre houve no PS uma separação entre as leituras partidárias e sindicais, sendo que os camaradas que exercem as segundas nunca foram limitados pelos que exercem unicamente as primeiras”.

Longe das responsabilidades políticas ou da vida ativa partidária, o antigo ministro e deputado socialista João Cravinho reconhece que “continua a haver dificuldades, isso é verdade” e é preciso reconhecê-lo. Mas, para o ex-parlamentar é necessário separar as águas entre o presente e o passado. “A austeridade de que se fala a propósito da troika não tem nada a ver com o controlo e o rigor da gestão orçamental que está a ser executada. Confundir as duas na minha opinião, revela porventura um erro de causalidade como de consequência”.

Discussão de slogans.

O antigo ministro das Finanças do primeiro governo socialista de José Sócrates, Luís Campos e Cunha, prefere não tecer sobre a situação do país, ou avaliar as declarações do secretário-geral da UGT, mas desabafou que “as pessoas gostam de jogar com palavras e a austeridade é uma palavra maldita. E tudo não passa de uma “discussão de slogans, nada mais”.

Certo é que o discurso de Carlos Silva, numa iniciativa do principal partido da oposição, surpreendeu os socialistas. Muitos preferem não comentar.

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