portadaloja: Os indefectíveis acéfalos

04-09-2019
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Esta notícia do Sol de hoje mostra um fenómeno reocorrente e não tão raro quanto isso. A propósito da reportagem quase inócua da Revista do Expresso sobre a "vida privada" de José Sócrates em Paris, à revelia do dito que tem vergonha de mostrar onde mora, quanto ganha e como gasta o que aparentemente ( não) tem, são ouvidos alguns apaniguados do antigo primeiro-ministro.Augusto Santos Silva, o antigo ministro da propaganda do socratismo, tipo Saeed al-Sahhaf do deposto Saddam, para quem tudo estava bem desde que interessasse passar essa mensagem e tudo iria mal, logo que o vento virasse de feição, no outro dia teve o desplante de afirmar publicamente que se não fosse o chumbo do PEC IV estaríamos muito melhor, provavelmente como a Itália! Este indivíduo parece que ensina Economia num universidade!!Pois agora, sobre a tal reportagem não autorizada pela propaganda socrática, diz que " Tenho pena, tenho sinceramente pena, do jornalista que propôs, ou se prestou, ou foi mandado fazer e aceitou fazer este trabalho".Repare-se no tom, no propósito, na intenção de censura, no descaramento deste Santos Silva. O Expresso nada disse de especial, excepto uma questão que colocou no último parágrafo: "quem paga as suas despesas na excessivamente cara cidade de Paris"? "A pergunta e a reportagem, para estes antigos apaniguados do Inenarrável, carecem de sentido. Tudo o que não lhes cheire a panegírico é "vil e infame".José Lello ( com dois ll) até exclamou por escrito: "Por amor de Deus, deixem o homem em paz! Ele apenas quer estudar Filosofia. Ele fez todos os exames e passou."É Lello ( com dois ll) quem o afirma: "ele fez todos os exames e passou"! Lello(com dois ll): o Inenarrável que continuam a adular por motivos inconfessáveis, não fez exame algum! Foi dispensado disso e admitido por favor e continua a frequentar um curso que ninguém sabe ao certo qual seja, embora não seja Filosofia alguma. Parece que será uma espécie de curso que pode frequentar quando lhe apetece, sem fazer exame algum nem prestar avaliação alguma! Um curso tipo Novas Oportunidades em que aquilo que conta é o currículo anterior da personagem. Um currículo que ainda está a tempo de ser analisado e avaliado por quem de direito.Vitalino Canas, outro dos indefectíveis acéfalos, ainda defende mais à outrance o Inenarrável, emigrado em Paris: "acho que a opção feita por José Sócrates mostra mais humildade do que as feitas por outros ex-ministros, que procuram sempre algum cargo ou actividade compatível com o seu estatuto."Este Canas não sente o ridículo do que disse? Não vê que a pretensa humildade que empresta ao antigo primeiro-ministro é completamente oca e falsa como o são quase todas as declarações que presta sobre qualquer assunto?Não consegue ver que o antigo primeiro-ministro vive no reino da fantasia?Para culminar o panegírico ao antigo chefe que lhes concedeu as mordomias, temos um tal Renato Sampaio, um intelectual antifassista e partidário do Porto: "hoje vi um ataque vil e infame a um amigo. Sinto-me ofendido quando ofendem um amigo que considero. Não é tolerável que se coloque em causa a honorabilidade de alguém que se não conhece ou se lancem insinuações torpes."Brilhante! Uma defesa como não seria possível se algum lampejo de razão republicana e maçónica aflorasse àqueles neurónios, por muito fraquinhos que sejam.Então o tal Sampaio como acha que o amigo vive em Paris? Das esmolas de alguém, é?E questionar um indivíduo que fez tanto mal ao país e ainda não desistiu de fazer pior, é "vil e infame"?Duvidar da honra do dito perante os factos que se conhecem, os indícios que tresandam e as circunstâncias públicas em que exerceu o poder, é intolerável?Intolerável e infame é o branqueamento dos costumes e comportamento que estes apaniguados tentam fazer, com o objectivo turvo de o trazer de volta ao poder que perderam e com ele as mordomias que durante anos usufruiram.Fazem lembrar os defensores de Vale e Azevedo, para quem, ainda hoje, o mesmo foi vítima de uma horrível cabala...E por falar em ciências cabalísticas aqui fica uma notícia desta semana, da revista Marianne, sobre Descoings, o director da Sciences Po que o sítio Mediapart descobriu auferir um vencimento digno de um emigrado de luxo em Paris: 40. 000 euros por mês! Em segredo porque toda a gente sabe que é este a alma de qualquer negócio. Claro ou escuro.Aditamento:Já esquecia! Sobre Lello ( com dois ll) já alguém se pronunciou e de modo arrasador. E já foi mencionado aqui:Alfredo Barroso, um fundador do PS, sobrinho de Mário S., comentador ocasional nos media tradicionais, publicou um texto no i de ontem, sobre um fenómeno partidário: um tal José Lello que Alfredo Barroso classifica assim:José Lello é assim uma espécie de "reflexo pavloviano" da oligarquia partidária que dirige o PS. Quando alguém bate com demasiada estridência no portão da sua quinta, Lello reage e ataca sem pensar, atirando-se cegamente às pernas de quem julga ser um intruso, e fica radiante quando lhe rasga as calças.Para Lello e outros apparatchiks, que, como ele, vivem à sombra do aparelho do partido, Mário Soares já é considerado um "intruso", tal como Manuel Alegre ou Manuel Maria Carrilho, para só referir mais dois exemplos de fresca data. Como qualquer apparatchik que se preze, Lello é totalmente incapaz de formular um discurso político que seja interessante e mobilizador. Além de não se lhe conhecer qualquer ideia original, recusa-se terminantemente a reflectir sobre o que quer que seja.E continua assim:José Lello é um case study que nos permite compreender melhor como os partidos continuam a funcionar em circuito fechado. Citando Robert Michels, um dos maiores autores clássicos especializados no estudo dos partidos políticos em democracia, José Lello faz parte "de um exército de dirigentes intermédios ou inferiores profissionalizados – os chamados bosses e wirepullers [literalmente: "os que manobram os fios", isto é, os "intriguistas") –, sem qualquer aprofundamento teórico a guiar a sua acção, mas sob as ordens de um dirigente superior com talento estratégico". Com discursos desta lucidez, dispensam-se quaisquer comentários.


Esta notícia do Sol de hoje mostra um fenómeno reocorrente e não tão raro quanto isso. A propósito da reportagem quase inócua da Revista do Expresso sobre a "vida privada" de José Sócrates em Paris, à revelia do dito que tem vergonha de mostrar onde mora, quanto ganha e como gasta o que aparentemente ( não) tem, são ouvidos alguns apaniguados do antigo primeiro-ministro.Augusto Santos Silva, o antigo ministro da propaganda do socratismo, tipo Saeed al-Sahhaf do deposto Saddam, para quem tudo estava bem desde que interessasse passar essa mensagem e tudo iria mal, logo que o vento virasse de feição, no outro dia teve o desplante de afirmar publicamente que se não fosse o chumbo do PEC IV estaríamos muito melhor, provavelmente como a Itália! Este indivíduo parece que ensina Economia num universidade!!Pois agora, sobre a tal reportagem não autorizada pela propaganda socrática, diz que " Tenho pena, tenho sinceramente pena, do jornalista que propôs, ou se prestou, ou foi mandado fazer e aceitou fazer este trabalho".Repare-se no tom, no propósito, na intenção de censura, no descaramento deste Santos Silva. O Expresso nada disse de especial, excepto uma questão que colocou no último parágrafo: "quem paga as suas despesas na excessivamente cara cidade de Paris"? "A pergunta e a reportagem, para estes antigos apaniguados do Inenarrável, carecem de sentido. Tudo o que não lhes cheire a panegírico é "vil e infame".José Lello ( com dois ll) até exclamou por escrito: "Por amor de Deus, deixem o homem em paz! Ele apenas quer estudar Filosofia. Ele fez todos os exames e passou."É Lello ( com dois ll) quem o afirma: "ele fez todos os exames e passou"! Lello(com dois ll): o Inenarrável que continuam a adular por motivos inconfessáveis, não fez exame algum! Foi dispensado disso e admitido por favor e continua a frequentar um curso que ninguém sabe ao certo qual seja, embora não seja Filosofia alguma. Parece que será uma espécie de curso que pode frequentar quando lhe apetece, sem fazer exame algum nem prestar avaliação alguma! Um curso tipo Novas Oportunidades em que aquilo que conta é o currículo anterior da personagem. Um currículo que ainda está a tempo de ser analisado e avaliado por quem de direito.Vitalino Canas, outro dos indefectíveis acéfalos, ainda defende mais à outrance o Inenarrável, emigrado em Paris: "acho que a opção feita por José Sócrates mostra mais humildade do que as feitas por outros ex-ministros, que procuram sempre algum cargo ou actividade compatível com o seu estatuto."Este Canas não sente o ridículo do que disse? Não vê que a pretensa humildade que empresta ao antigo primeiro-ministro é completamente oca e falsa como o são quase todas as declarações que presta sobre qualquer assunto?Não consegue ver que o antigo primeiro-ministro vive no reino da fantasia?Para culminar o panegírico ao antigo chefe que lhes concedeu as mordomias, temos um tal Renato Sampaio, um intelectual antifassista e partidário do Porto: "hoje vi um ataque vil e infame a um amigo. Sinto-me ofendido quando ofendem um amigo que considero. Não é tolerável que se coloque em causa a honorabilidade de alguém que se não conhece ou se lancem insinuações torpes."Brilhante! Uma defesa como não seria possível se algum lampejo de razão republicana e maçónica aflorasse àqueles neurónios, por muito fraquinhos que sejam.Então o tal Sampaio como acha que o amigo vive em Paris? Das esmolas de alguém, é?E questionar um indivíduo que fez tanto mal ao país e ainda não desistiu de fazer pior, é "vil e infame"?Duvidar da honra do dito perante os factos que se conhecem, os indícios que tresandam e as circunstâncias públicas em que exerceu o poder, é intolerável?Intolerável e infame é o branqueamento dos costumes e comportamento que estes apaniguados tentam fazer, com o objectivo turvo de o trazer de volta ao poder que perderam e com ele as mordomias que durante anos usufruiram.Fazem lembrar os defensores de Vale e Azevedo, para quem, ainda hoje, o mesmo foi vítima de uma horrível cabala...E por falar em ciências cabalísticas aqui fica uma notícia desta semana, da revista Marianne, sobre Descoings, o director da Sciences Po que o sítio Mediapart descobriu auferir um vencimento digno de um emigrado de luxo em Paris: 40. 000 euros por mês! Em segredo porque toda a gente sabe que é este a alma de qualquer negócio. Claro ou escuro.Aditamento:Já esquecia! Sobre Lello ( com dois ll) já alguém se pronunciou e de modo arrasador. E já foi mencionado aqui:Alfredo Barroso, um fundador do PS, sobrinho de Mário S., comentador ocasional nos media tradicionais, publicou um texto no i de ontem, sobre um fenómeno partidário: um tal José Lello que Alfredo Barroso classifica assim:José Lello é assim uma espécie de "reflexo pavloviano" da oligarquia partidária que dirige o PS. Quando alguém bate com demasiada estridência no portão da sua quinta, Lello reage e ataca sem pensar, atirando-se cegamente às pernas de quem julga ser um intruso, e fica radiante quando lhe rasga as calças.Para Lello e outros apparatchiks, que, como ele, vivem à sombra do aparelho do partido, Mário Soares já é considerado um "intruso", tal como Manuel Alegre ou Manuel Maria Carrilho, para só referir mais dois exemplos de fresca data. Como qualquer apparatchik que se preze, Lello é totalmente incapaz de formular um discurso político que seja interessante e mobilizador. Além de não se lhe conhecer qualquer ideia original, recusa-se terminantemente a reflectir sobre o que quer que seja.E continua assim:José Lello é um case study que nos permite compreender melhor como os partidos continuam a funcionar em circuito fechado. Citando Robert Michels, um dos maiores autores clássicos especializados no estudo dos partidos políticos em democracia, José Lello faz parte "de um exército de dirigentes intermédios ou inferiores profissionalizados – os chamados bosses e wirepullers [literalmente: "os que manobram os fios", isto é, os "intriguistas") –, sem qualquer aprofundamento teórico a guiar a sua acção, mas sob as ordens de um dirigente superior com talento estratégico". Com discursos desta lucidez, dispensam-se quaisquer comentários.

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