blogue do não: Estudos

30-08-2019
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Contrariando os estudos sobre "síndrome pós-traumática" nas mulheres que abortam, invocados pelo "não", alguns representantes do Movimento Médicos Pelo Sim vieram ontem afirmar que, segundo outros estudos, tal síndrome pós-aborto não existe.Para o psiquiatra Álvaro Carvalho, a criança é que é o verdadeiro trauma, pois "as crianças não desejadas têm mais propensão a abusos e a maus tratos".Não sei se estão a ver a subtileza da coisa.A criança não desejada traumatiza a mãe porque "tem propensão" a atrair a sua agressividade. Eliminado-se a criança, elimina-se o trauma da progenitora.É na gravidez que está o problema, e não no aborto - que não pode ser um trauma porque elimina um trauma.Nada mais simples.Maria Belo vai mais longe: "Nem são precisos estudos. Todos conhecemos alguém que fez um aborto e sabemos que não é por causa disso que as pessoas ficam com uma síndrome."É curioso.E eu a julgar que a actual lei empurrava as mulheres para o drama do aborto clandestino, com terríveis consequências para toda a vida, culpabilizando-as e humilhando-as numa situação de fragilidade e solidão...Parece que não, afinal.Tenho que ouvir mais vezes estes médicos. Os traumas que eles me tiram de cima!Já Marta Crawford, psicóloga que apresenta programas sobre sexo para instrução das massas, dá uma no cravo e outra na ferradura. (Terá lido demasiados estudos?) O aborto "pode determinar sofrimento psicológico, é verdade, mas não minto se afirmar que também é uma fonte de alívio para muitas mulheres" (repare-se na subtileza, mais uma vez).Talvez não minta se afirmar que a nossa psicóloga televisiva está a dizer, é verdade, que algumas mulheres abortam alegremente, quiçá por motivos fúteis, talvez mesmo para não cancelar umas férias na neve, mentiras que julgava serem apenas defendidas em certos blogues do "não".Enfim, devem ser estes os argumentos científicos que Vitalino Canas queria trazer para o debate, em vez da confusão da moral e da ética e tal.

Contrariando os estudos sobre "síndrome pós-traumática" nas mulheres que abortam, invocados pelo "não", alguns representantes do Movimento Médicos Pelo Sim vieram ontem afirmar que, segundo outros estudos, tal síndrome pós-aborto não existe.Para o psiquiatra Álvaro Carvalho, a criança é que é o verdadeiro trauma, pois "as crianças não desejadas têm mais propensão a abusos e a maus tratos".Não sei se estão a ver a subtileza da coisa.A criança não desejada traumatiza a mãe porque "tem propensão" a atrair a sua agressividade. Eliminado-se a criança, elimina-se o trauma da progenitora.É na gravidez que está o problema, e não no aborto - que não pode ser um trauma porque elimina um trauma.Nada mais simples.Maria Belo vai mais longe: "Nem são precisos estudos. Todos conhecemos alguém que fez um aborto e sabemos que não é por causa disso que as pessoas ficam com uma síndrome."É curioso.E eu a julgar que a actual lei empurrava as mulheres para o drama do aborto clandestino, com terríveis consequências para toda a vida, culpabilizando-as e humilhando-as numa situação de fragilidade e solidão...Parece que não, afinal.Tenho que ouvir mais vezes estes médicos. Os traumas que eles me tiram de cima!Já Marta Crawford, psicóloga que apresenta programas sobre sexo para instrução das massas, dá uma no cravo e outra na ferradura. (Terá lido demasiados estudos?) O aborto "pode determinar sofrimento psicológico, é verdade, mas não minto se afirmar que também é uma fonte de alívio para muitas mulheres" (repare-se na subtileza, mais uma vez).Talvez não minta se afirmar que a nossa psicóloga televisiva está a dizer, é verdade, que algumas mulheres abortam alegremente, quiçá por motivos fúteis, talvez mesmo para não cancelar umas férias na neve, mentiras que julgava serem apenas defendidas em certos blogues do "não".Enfim, devem ser estes os argumentos científicos que Vitalino Canas queria trazer para o debate, em vez da confusão da moral e da ética e tal.

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