Touradas: César vence braço de ferro com Costa

15-12-2018
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Venceu o líder parlamentar, perdeu o secretário-geral do PS. A bancada socialista dividiu-se em torno da redução do IVA das touradas para 6%, mas ficou maioritariamente ao lado de Carlos César. Por pouco, mas ficou: 43 deputados votaram a favor, 40 votaram contra.

Tudo começou com as declarações de Graça Fonseca. Acossada pelas críticas da direita, a ministra da Cultura justificou a não redução do IVA para a tauromaquia como sendo uma questão de “civilização”. Muitos socialistas torceram o nariz, mas foi Manuel Alegre quem com mais vontade se atirou às canelas da ministra (e de António Costa). O primeiro-ministro saiu em defesa de Graça Fonseca e assumiu aquela posição como sendo a posição oficial do Governo.

A discussão parecia encerrada até Carlos César, líder parlamentar do PS, ter surpreendido todos, incluindo o próprio primeiro-ministro: numa situação então descrita como “inaudita” por fontes da bancada socialista, o PS decidiu apresentar uma proposta de alteração, decidindo avocá-la para plenário de forma a permitir que cada deputado socialista usasse a sua liberdade de voto. António Costa não escondeu o choque e chegou mesmo a acenar com a figura de disciplina de voto, sugerindo que os deputados do PS não podiam votar contra o Governo.

A decisão do grupo parlamentar do PS gerou uma cadeia de reações e não deixou (quase) ninguém indiferente na bancada socialista. Houve muitos deputados que ficaram apreensivos com o ‘puxão de orelhas’ de António Costa e decidiram recuar na intenção de afrontar o Governo. A grande questão de hoje era: a quem iam mostrar lealdade os deputados, a Costa ou a César? Venceu o líder parlamentar e presidente do PS. Mas longe (bem longe) da “maioria expressiva” que chegou a anunciar.

No total, votaram 83 deputados do PS. Do lado dos que votaram contra a redução do IVA nas touradas (logo, a favor da proposta do Governo), muitos pesos pesados: Ana Catarina Mendes (secretária-geral adjunta do PS), Pedro Delgado Alves, Filipe Neto Brandão e Ivan Gonçalves (‘vices’ da bancada), Maria António Almeida Santos (porta-voz do PS), Fernando Rocha Andrade, José Magalhães, Vitalino Canas e Constança Urbano de Sousa (ex-governantes do PS em períodos diferentes da história do PS). Do outro lado, também: Carlos César, João Paulo Correia, Jamila Madeira, Idália Serrão, Carlos Pereira (‘vices’ da bancada), João Soares, Jorge Lacão, Miranda Calha, Ascenso Simões e Marcos Perestrello (ex-governantes em períodos diferentes da história do PS) e vários líderes de estruturas locais do PS, como António Gameiro, Luís Testa ou Pedro Coimbra.

Apesar da questão política, esta divisão no PS acabou por ser irrelevante. Com os votos de PSD, CDS e PCP a favor da redução do IVA nas touradas, o sentido de voto dos socialistas não alterava as contas parlamentares.

Venceu o líder parlamentar, perdeu o secretário-geral do PS. A bancada socialista dividiu-se em torno da redução do IVA das touradas para 6%, mas ficou maioritariamente ao lado de Carlos César. Por pouco, mas ficou: 43 deputados votaram a favor, 40 votaram contra.

Tudo começou com as declarações de Graça Fonseca. Acossada pelas críticas da direita, a ministra da Cultura justificou a não redução do IVA para a tauromaquia como sendo uma questão de “civilização”. Muitos socialistas torceram o nariz, mas foi Manuel Alegre quem com mais vontade se atirou às canelas da ministra (e de António Costa). O primeiro-ministro saiu em defesa de Graça Fonseca e assumiu aquela posição como sendo a posição oficial do Governo.

A discussão parecia encerrada até Carlos César, líder parlamentar do PS, ter surpreendido todos, incluindo o próprio primeiro-ministro: numa situação então descrita como “inaudita” por fontes da bancada socialista, o PS decidiu apresentar uma proposta de alteração, decidindo avocá-la para plenário de forma a permitir que cada deputado socialista usasse a sua liberdade de voto. António Costa não escondeu o choque e chegou mesmo a acenar com a figura de disciplina de voto, sugerindo que os deputados do PS não podiam votar contra o Governo.

A decisão do grupo parlamentar do PS gerou uma cadeia de reações e não deixou (quase) ninguém indiferente na bancada socialista. Houve muitos deputados que ficaram apreensivos com o ‘puxão de orelhas’ de António Costa e decidiram recuar na intenção de afrontar o Governo. A grande questão de hoje era: a quem iam mostrar lealdade os deputados, a Costa ou a César? Venceu o líder parlamentar e presidente do PS. Mas longe (bem longe) da “maioria expressiva” que chegou a anunciar.

No total, votaram 83 deputados do PS. Do lado dos que votaram contra a redução do IVA nas touradas (logo, a favor da proposta do Governo), muitos pesos pesados: Ana Catarina Mendes (secretária-geral adjunta do PS), Pedro Delgado Alves, Filipe Neto Brandão e Ivan Gonçalves (‘vices’ da bancada), Maria António Almeida Santos (porta-voz do PS), Fernando Rocha Andrade, José Magalhães, Vitalino Canas e Constança Urbano de Sousa (ex-governantes do PS em períodos diferentes da história do PS). Do outro lado, também: Carlos César, João Paulo Correia, Jamila Madeira, Idália Serrão, Carlos Pereira (‘vices’ da bancada), João Soares, Jorge Lacão, Miranda Calha, Ascenso Simões e Marcos Perestrello (ex-governantes em períodos diferentes da história do PS) e vários líderes de estruturas locais do PS, como António Gameiro, Luís Testa ou Pedro Coimbra.

Apesar da questão política, esta divisão no PS acabou por ser irrelevante. Com os votos de PSD, CDS e PCP a favor da redução do IVA nas touradas, o sentido de voto dos socialistas não alterava as contas parlamentares.

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