Marques também sabe ser “Pedrinho das Feiras"

22-05-2019
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Ai faltava rua? Calor humano? Bacalhaus e beijinhos? Então cá vai. Depois de três dias de provocações à direita pela campanha mais discreta que ia levando, Pedro Marques foi a Fafe e de Fafe saiu com uma feira feita com distinção. Faltou a fartura, que preferiu não provar, mas ficou a imagem de um candidato, ainda que fora das águas em que gosta de se mover, beijou, cumprimentou e passeou com um à-vontade que os adversários diziam não existir.

Fê-lo dentro de uma bolha, é verdade. Fafe é um bastião socialista e o aparelho apareceu em peso, incluindo os jotinhas, desta vez em modo hooligan. Mas Pedro Marques assumiu as despesas da casa e interpelou tudo o que mexia. Ele foi beijinhos, ele foi abraços, ele foi distribuir brindes, ele foi despentear petizes - “este lápis é para a escola!" - e espreitar carrinhos de bebé, mesmo os que vinham aos pares. “Tenho dois desses em casa, que trabalheira”, chegou a dizer, num momento genuíno e longe das objetivas.

Fê-lo no seu registo, claro. Chegou literalmente a pedir “desculpa pela confusão” que a caravana socialista ia causando, à medida que entupia as artérias das Feiras Francas. Nunca apelou diretamente ao voto no PS, repetindo o do costume - "é muito importante votar no dia 26”. O resto da comitiva, em jeito carro-vassoura, entregava o brinde e o panfleto com a cara de Pedro Marques e… António Costa. Sem nomes, ainda que, aqui e ali, já se tivesse ouvido um “como está, doutor Marques? Gosto muito de si!”.

A campanha do socialista parece ter sofrido uma injeção de energia. O “Rangelócoptero” (o candidato do PSD passou dois dias a explicar e a defender o porquê de ter sobrevoado as áreas ardidas em 2017) animou os socialistas e reforçou o campo que Pedro Marques escolheu para jogar: fazer “campanha pela positiva”, renunciando à tentação “de estar sempre a falar mal de tudo o que mexe”. Depois de uma breve inspeção aos exemplares de bois da raça Barrosã e Baronesa Barão, Pedro Marques terminou a visita à feira de Fafe tal como começara: a gritar que o PS vai “ganhar e vai ganhar bem”.

E de política? Falou-se pouco. O cabeça de lista aproveitou o desafio dos jornalistas e deu uma bicada à família dos conservadores europeus, onde estão Paulo Rangel e Nuno Melo. “No meu partido, no PS, não normalizamos a extrema direita. Não fazemos coligações nem acordos políticos com a extrema-direita. Isso foi feito pela direita europeia mais do que uma vez”. Sobre os maus exemplos que a própria família socialista vai tendo dentro de casa - Malta, Roménia e Eslováquia -, Pedro Marques ensaiou a resposta politicamente correta. “Há uma linha vermelha clara para todos. O cumprimento do Estado democrático é para todos”, disse. Sem mais.

De manhã, o cabeça de lista do PS tinha estado na Câmara Municipal do Porto para uma brevíssima reunião com Rui Moreira, cujo maior destaque foi o desaparecimento relâmpago do autarca: ainda o candidato estava a tentar começar a agradecer o gesto e já o portuense tinha desaparecido de cena. Tudo devidamente captado pelas câmaras de televisão.

“Foi um encontro institucional, de respeito pela instituição Câmara Municipal do Porto e pelo seu presidente, partilhámos pontos de vista muito críticos do ponto de vista da política europeia para as cidades, em particular o futuro da habitação e a mobilidade urbana com medida [do Governo] de redução do custo dos passes sociais”, justificou o socialista. Ao final da tarde, Pedro Marques terminará o quarto dia de campanha com o seu pai político e ministro do Trabalho e da Segurança Social, José António Vieira da Silva, para um debate sobre a “Europa e o Pilar Social”, em Guimarães.

Ai faltava rua? Calor humano? Bacalhaus e beijinhos? Então cá vai. Depois de três dias de provocações à direita pela campanha mais discreta que ia levando, Pedro Marques foi a Fafe e de Fafe saiu com uma feira feita com distinção. Faltou a fartura, que preferiu não provar, mas ficou a imagem de um candidato, ainda que fora das águas em que gosta de se mover, beijou, cumprimentou e passeou com um à-vontade que os adversários diziam não existir.

Fê-lo dentro de uma bolha, é verdade. Fafe é um bastião socialista e o aparelho apareceu em peso, incluindo os jotinhas, desta vez em modo hooligan. Mas Pedro Marques assumiu as despesas da casa e interpelou tudo o que mexia. Ele foi beijinhos, ele foi abraços, ele foi distribuir brindes, ele foi despentear petizes - “este lápis é para a escola!" - e espreitar carrinhos de bebé, mesmo os que vinham aos pares. “Tenho dois desses em casa, que trabalheira”, chegou a dizer, num momento genuíno e longe das objetivas.

Fê-lo no seu registo, claro. Chegou literalmente a pedir “desculpa pela confusão” que a caravana socialista ia causando, à medida que entupia as artérias das Feiras Francas. Nunca apelou diretamente ao voto no PS, repetindo o do costume - "é muito importante votar no dia 26”. O resto da comitiva, em jeito carro-vassoura, entregava o brinde e o panfleto com a cara de Pedro Marques e… António Costa. Sem nomes, ainda que, aqui e ali, já se tivesse ouvido um “como está, doutor Marques? Gosto muito de si!”.

A campanha do socialista parece ter sofrido uma injeção de energia. O “Rangelócoptero” (o candidato do PSD passou dois dias a explicar e a defender o porquê de ter sobrevoado as áreas ardidas em 2017) animou os socialistas e reforçou o campo que Pedro Marques escolheu para jogar: fazer “campanha pela positiva”, renunciando à tentação “de estar sempre a falar mal de tudo o que mexe”. Depois de uma breve inspeção aos exemplares de bois da raça Barrosã e Baronesa Barão, Pedro Marques terminou a visita à feira de Fafe tal como começara: a gritar que o PS vai “ganhar e vai ganhar bem”.

E de política? Falou-se pouco. O cabeça de lista aproveitou o desafio dos jornalistas e deu uma bicada à família dos conservadores europeus, onde estão Paulo Rangel e Nuno Melo. “No meu partido, no PS, não normalizamos a extrema direita. Não fazemos coligações nem acordos políticos com a extrema-direita. Isso foi feito pela direita europeia mais do que uma vez”. Sobre os maus exemplos que a própria família socialista vai tendo dentro de casa - Malta, Roménia e Eslováquia -, Pedro Marques ensaiou a resposta politicamente correta. “Há uma linha vermelha clara para todos. O cumprimento do Estado democrático é para todos”, disse. Sem mais.

De manhã, o cabeça de lista do PS tinha estado na Câmara Municipal do Porto para uma brevíssima reunião com Rui Moreira, cujo maior destaque foi o desaparecimento relâmpago do autarca: ainda o candidato estava a tentar começar a agradecer o gesto e já o portuense tinha desaparecido de cena. Tudo devidamente captado pelas câmaras de televisão.

“Foi um encontro institucional, de respeito pela instituição Câmara Municipal do Porto e pelo seu presidente, partilhámos pontos de vista muito críticos do ponto de vista da política europeia para as cidades, em particular o futuro da habitação e a mobilidade urbana com medida [do Governo] de redução do custo dos passes sociais”, justificou o socialista. Ao final da tarde, Pedro Marques terminará o quarto dia de campanha com o seu pai político e ministro do Trabalho e da Segurança Social, José António Vieira da Silva, para um debate sobre a “Europa e o Pilar Social”, em Guimarães.

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