Zona de Risco: Incêndio atinge prédio comercial no centro de Taubaté

16-07-2018
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Um
incêndio atingiu  um prédio na Praça Dom
Epaminondas, no Centro de Taubaté, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo,
na tarde de quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011. O incêndio começou por volta
de 12h, no departamento de informática de uma loja de eletrodomésticos, que
fica no térreo.  

O
prédio tem oito andares. Algumas pessoas que estavam no edifício não
conseguiram sair e subiram para o terraço. 

PROPAGAÇÃO
DAS CHAMAS

As
chamas atingiram rapidamente os pisos superiores. Dez pessoas que trabalhavam
no edifício não conseguiram sair e ficaram presas.

FOGO
CONTROLADO

O
fogo foi controlado por volta das duas e meia da tarde, mas ainda os focos de
incêndio só foram totalmente eliminados depois das quatro horas da tarde. Ao
mesmo tempo, foi feito um trabalho de ventilação, para resfriar o prédio e
também para que a fumaça que tomou os oito andares pudesse ser eliminada.

Equipes
de resgate fizeram uma varredura no prédio em busca de mais vítimas, mas não
encontraram nada.

PERÍCIA

A
Polícia Científica esteve no edifício Central Offices na manhã de sexta-feira.
De acordo com os peritos, o imóvel não sofreu danos estruturais. Ainda não se
sabe a causa do incêndio, mas existe a suspeita de curto-circuito. O laudo da
perícia deve ficar pronto em 30 dias.

RESGATE

Dez
pessoas foram resgatadas pelo helicóptero Águia, da Polícia Militar, do terraço.
De acordo com a PM, o resgate foi feito com o auxílio de um cesto. As pessoas
que ficaram presas no edifício foram levadas para um local seguro e depois
encaminhadas para atendimento médico.

TESTEMUNHAS

A
quinta-feira transcorria normalmente quando o advogado Aluísio de Jesus, que
trabalha com três irmãos e o filho no oitavo andar do edifício, ouviu as
sirenes dos carros dos bombeiros. “Quando ouvi as sirenes, pensei que o
problema era na praça”, afirmou o advogado. Porém, ao notar que a fumaça
continuava a subir e o incêndio era no prédio, o grupo começou a descer pelas
escadas de emergência. O advogado  orientou os familiares a pegarem e molharem
toalhas, o que possibilitou que se deslocassem pelos corredores tomados pela
fumaça. Na descida, o grupo encontrou o advogado Onivaldo de Freitas Junior  e suas funcionárias, que passaram a
acompanhá-los na busca por socorro.

DESCIDA
INTERROMPIDA PELA FUMAÇA

Ao
chegarem ao quinto andar, era impossível continuar a descida. “Caiu uma parede
e a escada virou uma verdadeira chaminé. Era uma fumaça preta, com cheiro
tóxico”, disse Matheus Mello Nobre de Jesus, filho de Aluísio.

Aluísio
e Onivaldo mantiveram contato com os bombeiros e com a Polícia Militar pelo
celular. O grupo foi orientado, então, a subir até  cozinha que fica entre o oitavo andar e a laje
do edifício. Depois de ficar cerca de meia hora na cozinha, a fumaça os obrigou
a subir até a laje. “A fumaça era tanta que o jeito foi subir, pelo menos daria
para respirar lá em cima”, contou o auxiliar de escritório William Nobre, de 30
anos.

Com
a visibilidade comprometida, o grupo andava de mãos dadas. E para complicar a
situação, o acesso à laje exigiu que o grupo escalasse uma grade de arames e abrisse
uma porta à força.  

RESGATE
PELO HELICÓPTERO

Os
bombeiros contaram a Aluísio que seria preciso acionar o helicóptero da PM, mas
ele não quis falar para todos os integrantes do grupo para evitar que o
desespero das pessoas aumentasse. “Falei que achava que os bombeiros já estavam
conseguindo chegar até nós pelas escadas, como eles realmente conseguiram. Foi
uma mentira ‘santa’ só para tranquilizar as meninas”, disse.


na laje, ficou mais fácil respirar, mas o grupo tinha que caminhar com cuidado.
“Tinha cabos de alta tensão para todo lado”, disse Aluísio.

O
socorro dos bombeiros chegou, enfim, por volta das 14h. “Para mim aquele sufoco
foi interminável”, disse Sandra. Os dez integrantes do grupo foram retirados um
a um com auxílio de um cesto. “Eu achei melhor ter sido retirado de
helicóptero. Eu tenho medo de altura. Se fosse para descer pela escada magirus,
eu ia ficar lá em cima”, disse Matheus.

CORPO
DE BOMBEIROS

De
acordo com o síndico do prédio, 
funcionários da Loja Marabraz acionaram o Corpo de Bombeiros, mas a
equipe demorou a chegar.

Além
disso, os equipamentos levados pela primeira guarnição não foram suficientes
para conter as chamas. Somente alguns minutos depois é que outras equipes
chegaram para dar reforço.

AJUDA

A
intensidade das chamas e a velocidade com que elas se alastravam mobilizaram
mais de 120 homens dos Bombeiros de Caçapava, São José e Taubaté, além da
brigada de incêndio do Cavex (Comando de Aviação do Exército), que também
auxiliou com três helicópteros, homens da Defesa Civil, policiais militares e
voluntários.

DEMORA
DA CHEGADA DOS BOMBEIROS

A
demora de mais de 30 minutos do Corpo de Bombeiros para chegar ao local foi
motivo de críticas de comerciantes, população e vítimas.

A
Marabraz informou que, assim que as primeiras chamas e a fumaça apareceram, a
empresa acionou a polícia, que chegou rapidamente ao local. Segundo a loja, os
Bombeiros só teriam chegado meia hora depois com um único caminhão. Só depois
de ver a gravidade da situação, os Bombeiros teriam pedido reforço.

O
síndico do prédio Central Office, também reclamou da demora dos Bombeiros.
"Consideramos uma situação absurda já que o Corpo de Bombeiros fica a
menos de cinco minutos daqui. Eu acionei os Bombeiros, a loja acionou e eles
não chegavam. Felizmente não correu uma tragédia ainda maior", disse.

O
QUE DIZ  OS BOMBEIROS.

O
Corpo de Bombeiros negou qualquer tipo de demora na ocorrência.

De
acordo com o capitão Ulisses Pereira, assim que a corporação foi acionada,
imediatamente passou a mobilizar os homens para atender à ocorrência e
inclusive solicitando o apoio das brigadas de incêndio das empresas
automobilísticas da região e do Exército.

Cerca
de 40 homens dos Bombeiros atuaram no trabalho contra o incêndio.

LOJA
E PRÉDIO

O
espaço de mil metros quadrados ficou completamente destruído. Na manhã seguinte
ao incêndio, o local onde os produtos, como sofás, camas e colchões eram
expostos estava tomado por cinzas. As investigações apontam que o fogo
provavelmente surgiu num canto da loja, onde é possível ver o que sobrou dos
extintores usados pelos funcionários para tentar controlar as primeiras chamas.

No
segundo andar há mais marcas da destruição. O laudo que vai confirmar as causas
do acidente deve sair em 30 dias, mas a principal suspeita é que tenha havido
um problema elétrico na sobreloja. Os andares mais afetados foram os primeiros
onde ficam a sobreloja da Marabraz e o segundo, que ficaram completamente
destruído. O chão destes dois andares estava inteiro coberto de cinzas que se
misturavam a pedaços de paredes e moveis queimados. “O prédio não teve abalo
estrutural,  mas determinamos que seja
colocado imediatamente uma tela de proteção em todo o prédio para evitar que a
estrutura externa afetada despenque e atinja pedestres”, disse o perito Rogério
Gonçalves.

FUMAÇA
INVADIU TODO O PRÉDIO

 Apesar de o fogo só ter alcançado os três
primeiros andares, a fumaça invadiu todo o prédio.

A
estimativa de reforma do prédio é de  três
meses. “O prejuízo foi muito grande e ainda não conseguimos avaliar o tamanho
da destruição, agora é trabalhar para recomeçar”, disse a advogada Katia Souza,
que tem um escritório no 2º andar.

EQUIPAMENTOS
DE INCÊNDIO COM PROBLEMAS

A
falta de equipamentos e o péssimo estado de conservação dos veículos da unidade
dos Bombeiros de Taubaté chamou a atenção de autoridades e da população.

O
presidente da OAB (Ordem dos Advogados da Brasil), Aluísio Nobre, que foi uma
das vítimas que precisou ser resgatada pelo terraço do prédio e integra a
Comissão de Segurança do município, disse que a situação precária será debatida
pela comissão. "Todos viram a situação dos Bombeiros de Taubaté, não
tinham escadas, não tinham máscaras suficientes e os homens subiam quase sem ar
em meio as fumaças, uma situação insustentável para uma cidade do porte de
Taubaté", afirmou.

Enquanto
os homens da corporação lutavam para conter as chamas, voluntários auxiliavam o
trabalho tentando conter vazamentos das mangueiras e direcionavam os jatos para
o prédio.

Fonte:
O Vale -  3 a 5 de fevereiro de 2011 

Vídeo:

Nota-se
pelo vídeo, incialmente, os bombeiros estavam com pouquíssimos
equipamentos  adequados para combate ao
fogo.

Taubaté

É  um município da Região Metropolitana do Vale
do Paraíba e Litoral Norte, no estado de São Paulo, no Brasil. Dista 130
quilômetros da capital do estado, São Paulo.

A
população da sub-região de Taubaté no ano de 2011 é de 563.647 habitantes e PIB
de quase 15 bilhões de reais.

É
o segundo maior polo industrial e comercial de sua mesorregião, abrigando
empresas automobilísticas, eletrônicas, aeronáuticas, metalúrgicas e centro de
distribuição, entre outras.  

Segundo
a estimativa de 1º de julho de 2012 do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, o município possui 283 899 habitantes, ocupando a décima posição
dentre os municípios mais populosos do interior de São Paulo.

Comentário:

Atualmente
estão sendo construídos edifícios e fábrica, sem levar em conta a
infraestrutura urbana de proteção contra incêndio da cidade.


cidades com prédios de até 35 andares, sem bombeiros ou com bombeiros, mas sem
viaturas e equipamentos adequados (escada mecânica, plataforma, etc). Na cidade
de Gravataí, Rio Grande do Sul, será construído um prédio comercial de 42
andares. A prefeitura e o Corpo de Bombeiros da cidade estarão preparados para atuar
em caso de algum desastre?

Em
vários estados não existem bombeiros. Em Minas Gerais, 801 municípios estão sem
grupamento de bombeiros; no Paraná, 349; em Goiás, são 215; e em São Paulo, 506
cidades sem grupamentos de bombeiros.

Edifícios
altos

A
problemática do incêndio nos edifícios altos tende a ser amplificada devido às
dificuldades específicas inerentes a esse tipo de construção. A localização do
incêndio, a rápida saída dos ocupantes, o acesso ao edifício pelo exterior e a
condução das operações de combate e salvamento são ações que se tornam mais complexas
e que exigem cuidado redobrado tanto no projeto quanto no edifício em
funcionamento, ou seja: no planejamento prévio, no treinamento de brigadas e
nas manutenções e inspeções periódicas do edifício e dos equipamentos e sistemas
de proteção instalados.

Para
efeito da segurança contra incêndio, edifícios altos são definidos como aqueles
em que o pavimento mais elevado (último andar) excede a capacidade de alcance
dos equipamentos e veículos para operações de combate ao fogo e salvamento
estacionados no piso de descarga (térreo). Por exemplo, no Regulamento de
Segurança contra Incêndio do Estado de São Paulo, considera-se como edifício
alto aqueles com mais de trinta metros de altura.

No
prédio em questão o incêndio não foi tão grave, pois a fachada tinha
compartimentação, alvenaria e vidro, que dificultou a passagem do fogo externo
de uma andar para o outro.

IMPORTÂNCIA
DE ELEMENTOS RESISTENTES AO FOGO EM FACHADAS

Na
fachada do edifício, deverá haver uma distância mínima entre verga e peitoril,
construída por materiais resistentes ao fogo, de forma a impedir a propagação
do incêndio para os pavimentos superiores.

Em
razão do projeto arquitetônico, esse elemento vertical entre as janelas poderá
ser substituído pelo prolongamento da laje dos pisos, constituindo uma aba que
impede a propagação vertical do fogo.

Nas
situações em que toda a fachada do edifício possuir acabamento em vidro (“pele
de vidro”), devem ser observadas as exigências para instalação de elementos
resistentes ao fogo na parte interna da fachada.

COMPARTIMENTAÇÃO

Tanto
a compartimentação horizontal como a vertical tem como objetivo impedir a
propagação do fogo entre ambientes e pavimentos adjacentes, sendo aplicada em
situações em que é desejável limitar o crescimento  do incêndio no interior da edificação.

SELAGEM
DE ABERTURAS

As
passagens de cabos elétricos e tubulações por meio das paredes de
compartimentação devem ser protegidas com selos corta-fogo que apresentem
resistência ao fogo no mínimo igual à da parede. O mesmo se aplica aos
registros corta-fogo que devem ser instalados nos dutos de ventilação e de
exaustão, além de outros meios de comunicação entre setores compartimentados.

COMPARTIMENTAÇÃO
VERTICAL

A
compartimentação vertical consiste em dividir a edificação em pavimentos
capazes de suportar o incêndio, impedindo a sua propagação para pavimentos
consecutivos. Um elemento importante da compartimentação vertical é a laje dos
pisos e de cobertura, que deve ser projetada para suportar ao índice de
resistência ao fogo previsto para a estrutura do edifício, impedindo a
propagação do fogo e o seu eventual colapso.

Para
compartimentação vertical de fachadas deve existir separação entre as aberturas
de pavimentos consecutivos, que tem como objetivo impedir que as chamas que saem
da abertura de um pavimento atinjam aberturas do pavimento logo acima. Esses
elementos de separação podem ser constituídos de parapeitos, vigas ou
prolongamentos de lajes com resistência ao fogo compatível com o restante da
edificação. As fachadas pré-moldadas devem ter os elementos de fixação
protegidos contra a ação do fogo e as frestas entre as vigas e lajes
devidamente seladas, para garantir a resistência ao fogo do conjunto.

A
compartimentação vertical das aberturas do interior das edificações pode ser
garantida por meio de selos, registros e vedadores (portas) corta-fogo.

GERAÇÃO
DE FUMAÇA E CALOR

Os
produtos da combustão sobem e podem se propagar por meio de aberturas
interiores, preenchendo os pavimentos superiores com fumaça e calor, criando o
“efeito cogumelo” em razão da falta de ventilação natural. Daí a importância da
compartimentação vertical e horizontal.

O
eventual acúmulo de calor com ausência de ventilação potencializa a ocorrência
do “back draft” (inflamação explosiva), que se dá quando os gases desprendidos
dos materiais combustíveis atingem o ponto de ignição, porém não inflamam
devido à falta de oxigênio para a sua combustão. Quando uma quantidade
suficiente de oxigênio adentra esse local, ocorre o “back draft”, resultado da
inflamação repentina dos gases quentes, que pode gerar graves conseqüências ao
edifício, a seus ocupantes e também à equipe de socorro. Nos edifícios altos,
isso pode ocorrer e envolver, simultaneamente, múltiplos pavimentos.

A
propagação de calor entre pavimentos pode ocorrer caso as janelas estejam
abertas ou não haja proteção adequada por meio de peitoris ou abas
(compartimentação vertical das fachadas). Mesmo quando as chamas não atingem
aberturas do pavimento superior, podem ocorrer danos devido ao calor gerado nos
andares inferiores, por condução. Assim, a correta compartimentação horizontal
e vertical nos edifícios altos é imprescindível para conter a propagação de
calor, de fumaça e gases tóxicos.

Outro
fator a ser considerado nos edifícios altos é o efeito chaminé, fenômeno
resultante da existência de aberturas verticais internas como escadas, dutos de
serviço, dutos de elevadores e que pode arrastar o calor, fumaça e gases
quentes pelos pavimentos por convecção. Nesse caso, é muito importante que os dutos
sejam selados adequadamente, e que os elevadores e escadas utilizem portas
corta-fogo com resistência adequada à severidade do incêndio para impedir a
propagação de seus efeitos e a contaminação das saídas de emergência.

O
modo comum de propagação do fogo em um edifício é por meio de portas abertas,
escadarias e shafts não fechados, aberturas não protegidas e espaços confinados
que abrigam materiais combustíveis.  

COMPARTIMENTAÇÃO
VERTICAL

É
necessário assegurar a estanqueidade, de forma que todos os vãos abertos e
instalações que atravessam os vedos (shafts, dutos, eletrodutos, etc.) sejam
protegidos por materiais resistentes ao fogo.

 A compartimentação vertical é obtida
internamente pelos elementos horizontais de compartimentação:


entrepisos corta-fogo.


enclausuramento de escadas por meio de parede corta-fogo de compartimentação.


enclausuramento de elevadores e monta-carga.


poços para outras finalidades por meio de porta pára-chama.


selos corta-fogo.


registros corta-fogo (dampers).


vedadores corta-fogo.


elementos construtivos corta-fogo/pára-chama de separação vertical entre
pavimentos consecutivos.

Fonte:
Livro: A Segurança contra Incêndio no Brasil: Alexandre Itiu Seito • Alfonso
Antonio Gill • Fabio Domingos Pannoni • Rosaria Ono  • Silvio Bento da Silva • Ualfrido Del Carlo •
Valdir Pignatta e Silva
Marcadores: incêndio

Um
incêndio atingiu  um prédio na Praça Dom
Epaminondas, no Centro de Taubaté, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo,
na tarde de quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011. O incêndio começou por volta
de 12h, no departamento de informática de uma loja de eletrodomésticos, que
fica no térreo.  

O
prédio tem oito andares. Algumas pessoas que estavam no edifício não
conseguiram sair e subiram para o terraço. 

PROPAGAÇÃO
DAS CHAMAS

As
chamas atingiram rapidamente os pisos superiores. Dez pessoas que trabalhavam
no edifício não conseguiram sair e ficaram presas.

FOGO
CONTROLADO

O
fogo foi controlado por volta das duas e meia da tarde, mas ainda os focos de
incêndio só foram totalmente eliminados depois das quatro horas da tarde. Ao
mesmo tempo, foi feito um trabalho de ventilação, para resfriar o prédio e
também para que a fumaça que tomou os oito andares pudesse ser eliminada.

Equipes
de resgate fizeram uma varredura no prédio em busca de mais vítimas, mas não
encontraram nada.

PERÍCIA

A
Polícia Científica esteve no edifício Central Offices na manhã de sexta-feira.
De acordo com os peritos, o imóvel não sofreu danos estruturais. Ainda não se
sabe a causa do incêndio, mas existe a suspeita de curto-circuito. O laudo da
perícia deve ficar pronto em 30 dias.

RESGATE

Dez
pessoas foram resgatadas pelo helicóptero Águia, da Polícia Militar, do terraço.
De acordo com a PM, o resgate foi feito com o auxílio de um cesto. As pessoas
que ficaram presas no edifício foram levadas para um local seguro e depois
encaminhadas para atendimento médico.

TESTEMUNHAS

A
quinta-feira transcorria normalmente quando o advogado Aluísio de Jesus, que
trabalha com três irmãos e o filho no oitavo andar do edifício, ouviu as
sirenes dos carros dos bombeiros. “Quando ouvi as sirenes, pensei que o
problema era na praça”, afirmou o advogado. Porém, ao notar que a fumaça
continuava a subir e o incêndio era no prédio, o grupo começou a descer pelas
escadas de emergência. O advogado  orientou os familiares a pegarem e molharem
toalhas, o que possibilitou que se deslocassem pelos corredores tomados pela
fumaça. Na descida, o grupo encontrou o advogado Onivaldo de Freitas Junior  e suas funcionárias, que passaram a
acompanhá-los na busca por socorro.

DESCIDA
INTERROMPIDA PELA FUMAÇA

Ao
chegarem ao quinto andar, era impossível continuar a descida. “Caiu uma parede
e a escada virou uma verdadeira chaminé. Era uma fumaça preta, com cheiro
tóxico”, disse Matheus Mello Nobre de Jesus, filho de Aluísio.

Aluísio
e Onivaldo mantiveram contato com os bombeiros e com a Polícia Militar pelo
celular. O grupo foi orientado, então, a subir até  cozinha que fica entre o oitavo andar e a laje
do edifício. Depois de ficar cerca de meia hora na cozinha, a fumaça os obrigou
a subir até a laje. “A fumaça era tanta que o jeito foi subir, pelo menos daria
para respirar lá em cima”, contou o auxiliar de escritório William Nobre, de 30
anos.

Com
a visibilidade comprometida, o grupo andava de mãos dadas. E para complicar a
situação, o acesso à laje exigiu que o grupo escalasse uma grade de arames e abrisse
uma porta à força.  

RESGATE
PELO HELICÓPTERO

Os
bombeiros contaram a Aluísio que seria preciso acionar o helicóptero da PM, mas
ele não quis falar para todos os integrantes do grupo para evitar que o
desespero das pessoas aumentasse. “Falei que achava que os bombeiros já estavam
conseguindo chegar até nós pelas escadas, como eles realmente conseguiram. Foi
uma mentira ‘santa’ só para tranquilizar as meninas”, disse.


na laje, ficou mais fácil respirar, mas o grupo tinha que caminhar com cuidado.
“Tinha cabos de alta tensão para todo lado”, disse Aluísio.

O
socorro dos bombeiros chegou, enfim, por volta das 14h. “Para mim aquele sufoco
foi interminável”, disse Sandra. Os dez integrantes do grupo foram retirados um
a um com auxílio de um cesto. “Eu achei melhor ter sido retirado de
helicóptero. Eu tenho medo de altura. Se fosse para descer pela escada magirus,
eu ia ficar lá em cima”, disse Matheus.

CORPO
DE BOMBEIROS

De
acordo com o síndico do prédio, 
funcionários da Loja Marabraz acionaram o Corpo de Bombeiros, mas a
equipe demorou a chegar.

Além
disso, os equipamentos levados pela primeira guarnição não foram suficientes
para conter as chamas. Somente alguns minutos depois é que outras equipes
chegaram para dar reforço.

AJUDA

A
intensidade das chamas e a velocidade com que elas se alastravam mobilizaram
mais de 120 homens dos Bombeiros de Caçapava, São José e Taubaté, além da
brigada de incêndio do Cavex (Comando de Aviação do Exército), que também
auxiliou com três helicópteros, homens da Defesa Civil, policiais militares e
voluntários.

DEMORA
DA CHEGADA DOS BOMBEIROS

A
demora de mais de 30 minutos do Corpo de Bombeiros para chegar ao local foi
motivo de críticas de comerciantes, população e vítimas.

A
Marabraz informou que, assim que as primeiras chamas e a fumaça apareceram, a
empresa acionou a polícia, que chegou rapidamente ao local. Segundo a loja, os
Bombeiros só teriam chegado meia hora depois com um único caminhão. Só depois
de ver a gravidade da situação, os Bombeiros teriam pedido reforço.

O
síndico do prédio Central Office, também reclamou da demora dos Bombeiros.
"Consideramos uma situação absurda já que o Corpo de Bombeiros fica a
menos de cinco minutos daqui. Eu acionei os Bombeiros, a loja acionou e eles
não chegavam. Felizmente não correu uma tragédia ainda maior", disse.

O
QUE DIZ  OS BOMBEIROS.

O
Corpo de Bombeiros negou qualquer tipo de demora na ocorrência.

De
acordo com o capitão Ulisses Pereira, assim que a corporação foi acionada,
imediatamente passou a mobilizar os homens para atender à ocorrência e
inclusive solicitando o apoio das brigadas de incêndio das empresas
automobilísticas da região e do Exército.

Cerca
de 40 homens dos Bombeiros atuaram no trabalho contra o incêndio.

LOJA
E PRÉDIO

O
espaço de mil metros quadrados ficou completamente destruído. Na manhã seguinte
ao incêndio, o local onde os produtos, como sofás, camas e colchões eram
expostos estava tomado por cinzas. As investigações apontam que o fogo
provavelmente surgiu num canto da loja, onde é possível ver o que sobrou dos
extintores usados pelos funcionários para tentar controlar as primeiras chamas.

No
segundo andar há mais marcas da destruição. O laudo que vai confirmar as causas
do acidente deve sair em 30 dias, mas a principal suspeita é que tenha havido
um problema elétrico na sobreloja. Os andares mais afetados foram os primeiros
onde ficam a sobreloja da Marabraz e o segundo, que ficaram completamente
destruído. O chão destes dois andares estava inteiro coberto de cinzas que se
misturavam a pedaços de paredes e moveis queimados. “O prédio não teve abalo
estrutural,  mas determinamos que seja
colocado imediatamente uma tela de proteção em todo o prédio para evitar que a
estrutura externa afetada despenque e atinja pedestres”, disse o perito Rogério
Gonçalves.

FUMAÇA
INVADIU TODO O PRÉDIO

 Apesar de o fogo só ter alcançado os três
primeiros andares, a fumaça invadiu todo o prédio.

A
estimativa de reforma do prédio é de  três
meses. “O prejuízo foi muito grande e ainda não conseguimos avaliar o tamanho
da destruição, agora é trabalhar para recomeçar”, disse a advogada Katia Souza,
que tem um escritório no 2º andar.

EQUIPAMENTOS
DE INCÊNDIO COM PROBLEMAS

A
falta de equipamentos e o péssimo estado de conservação dos veículos da unidade
dos Bombeiros de Taubaté chamou a atenção de autoridades e da população.

O
presidente da OAB (Ordem dos Advogados da Brasil), Aluísio Nobre, que foi uma
das vítimas que precisou ser resgatada pelo terraço do prédio e integra a
Comissão de Segurança do município, disse que a situação precária será debatida
pela comissão. "Todos viram a situação dos Bombeiros de Taubaté, não
tinham escadas, não tinham máscaras suficientes e os homens subiam quase sem ar
em meio as fumaças, uma situação insustentável para uma cidade do porte de
Taubaté", afirmou.

Enquanto
os homens da corporação lutavam para conter as chamas, voluntários auxiliavam o
trabalho tentando conter vazamentos das mangueiras e direcionavam os jatos para
o prédio.

Fonte:
O Vale -  3 a 5 de fevereiro de 2011 

Vídeo:

Nota-se
pelo vídeo, incialmente, os bombeiros estavam com pouquíssimos
equipamentos  adequados para combate ao
fogo.

Taubaté

É  um município da Região Metropolitana do Vale
do Paraíba e Litoral Norte, no estado de São Paulo, no Brasil. Dista 130
quilômetros da capital do estado, São Paulo.

A
população da sub-região de Taubaté no ano de 2011 é de 563.647 habitantes e PIB
de quase 15 bilhões de reais.

É
o segundo maior polo industrial e comercial de sua mesorregião, abrigando
empresas automobilísticas, eletrônicas, aeronáuticas, metalúrgicas e centro de
distribuição, entre outras.  

Segundo
a estimativa de 1º de julho de 2012 do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, o município possui 283 899 habitantes, ocupando a décima posição
dentre os municípios mais populosos do interior de São Paulo.

Comentário:

Atualmente
estão sendo construídos edifícios e fábrica, sem levar em conta a
infraestrutura urbana de proteção contra incêndio da cidade.


cidades com prédios de até 35 andares, sem bombeiros ou com bombeiros, mas sem
viaturas e equipamentos adequados (escada mecânica, plataforma, etc). Na cidade
de Gravataí, Rio Grande do Sul, será construído um prédio comercial de 42
andares. A prefeitura e o Corpo de Bombeiros da cidade estarão preparados para atuar
em caso de algum desastre?

Em
vários estados não existem bombeiros. Em Minas Gerais, 801 municípios estão sem
grupamento de bombeiros; no Paraná, 349; em Goiás, são 215; e em São Paulo, 506
cidades sem grupamentos de bombeiros.

Edifícios
altos

A
problemática do incêndio nos edifícios altos tende a ser amplificada devido às
dificuldades específicas inerentes a esse tipo de construção. A localização do
incêndio, a rápida saída dos ocupantes, o acesso ao edifício pelo exterior e a
condução das operações de combate e salvamento são ações que se tornam mais complexas
e que exigem cuidado redobrado tanto no projeto quanto no edifício em
funcionamento, ou seja: no planejamento prévio, no treinamento de brigadas e
nas manutenções e inspeções periódicas do edifício e dos equipamentos e sistemas
de proteção instalados.

Para
efeito da segurança contra incêndio, edifícios altos são definidos como aqueles
em que o pavimento mais elevado (último andar) excede a capacidade de alcance
dos equipamentos e veículos para operações de combate ao fogo e salvamento
estacionados no piso de descarga (térreo). Por exemplo, no Regulamento de
Segurança contra Incêndio do Estado de São Paulo, considera-se como edifício
alto aqueles com mais de trinta metros de altura.

No
prédio em questão o incêndio não foi tão grave, pois a fachada tinha
compartimentação, alvenaria e vidro, que dificultou a passagem do fogo externo
de uma andar para o outro.

IMPORTÂNCIA
DE ELEMENTOS RESISTENTES AO FOGO EM FACHADAS

Na
fachada do edifício, deverá haver uma distância mínima entre verga e peitoril,
construída por materiais resistentes ao fogo, de forma a impedir a propagação
do incêndio para os pavimentos superiores.

Em
razão do projeto arquitetônico, esse elemento vertical entre as janelas poderá
ser substituído pelo prolongamento da laje dos pisos, constituindo uma aba que
impede a propagação vertical do fogo.

Nas
situações em que toda a fachada do edifício possuir acabamento em vidro (“pele
de vidro”), devem ser observadas as exigências para instalação de elementos
resistentes ao fogo na parte interna da fachada.

COMPARTIMENTAÇÃO

Tanto
a compartimentação horizontal como a vertical tem como objetivo impedir a
propagação do fogo entre ambientes e pavimentos adjacentes, sendo aplicada em
situações em que é desejável limitar o crescimento  do incêndio no interior da edificação.

SELAGEM
DE ABERTURAS

As
passagens de cabos elétricos e tubulações por meio das paredes de
compartimentação devem ser protegidas com selos corta-fogo que apresentem
resistência ao fogo no mínimo igual à da parede. O mesmo se aplica aos
registros corta-fogo que devem ser instalados nos dutos de ventilação e de
exaustão, além de outros meios de comunicação entre setores compartimentados.

COMPARTIMENTAÇÃO
VERTICAL

A
compartimentação vertical consiste em dividir a edificação em pavimentos
capazes de suportar o incêndio, impedindo a sua propagação para pavimentos
consecutivos. Um elemento importante da compartimentação vertical é a laje dos
pisos e de cobertura, que deve ser projetada para suportar ao índice de
resistência ao fogo previsto para a estrutura do edifício, impedindo a
propagação do fogo e o seu eventual colapso.

Para
compartimentação vertical de fachadas deve existir separação entre as aberturas
de pavimentos consecutivos, que tem como objetivo impedir que as chamas que saem
da abertura de um pavimento atinjam aberturas do pavimento logo acima. Esses
elementos de separação podem ser constituídos de parapeitos, vigas ou
prolongamentos de lajes com resistência ao fogo compatível com o restante da
edificação. As fachadas pré-moldadas devem ter os elementos de fixação
protegidos contra a ação do fogo e as frestas entre as vigas e lajes
devidamente seladas, para garantir a resistência ao fogo do conjunto.

A
compartimentação vertical das aberturas do interior das edificações pode ser
garantida por meio de selos, registros e vedadores (portas) corta-fogo.

GERAÇÃO
DE FUMAÇA E CALOR

Os
produtos da combustão sobem e podem se propagar por meio de aberturas
interiores, preenchendo os pavimentos superiores com fumaça e calor, criando o
“efeito cogumelo” em razão da falta de ventilação natural. Daí a importância da
compartimentação vertical e horizontal.

O
eventual acúmulo de calor com ausência de ventilação potencializa a ocorrência
do “back draft” (inflamação explosiva), que se dá quando os gases desprendidos
dos materiais combustíveis atingem o ponto de ignição, porém não inflamam
devido à falta de oxigênio para a sua combustão. Quando uma quantidade
suficiente de oxigênio adentra esse local, ocorre o “back draft”, resultado da
inflamação repentina dos gases quentes, que pode gerar graves conseqüências ao
edifício, a seus ocupantes e também à equipe de socorro. Nos edifícios altos,
isso pode ocorrer e envolver, simultaneamente, múltiplos pavimentos.

A
propagação de calor entre pavimentos pode ocorrer caso as janelas estejam
abertas ou não haja proteção adequada por meio de peitoris ou abas
(compartimentação vertical das fachadas). Mesmo quando as chamas não atingem
aberturas do pavimento superior, podem ocorrer danos devido ao calor gerado nos
andares inferiores, por condução. Assim, a correta compartimentação horizontal
e vertical nos edifícios altos é imprescindível para conter a propagação de
calor, de fumaça e gases tóxicos.

Outro
fator a ser considerado nos edifícios altos é o efeito chaminé, fenômeno
resultante da existência de aberturas verticais internas como escadas, dutos de
serviço, dutos de elevadores e que pode arrastar o calor, fumaça e gases
quentes pelos pavimentos por convecção. Nesse caso, é muito importante que os dutos
sejam selados adequadamente, e que os elevadores e escadas utilizem portas
corta-fogo com resistência adequada à severidade do incêndio para impedir a
propagação de seus efeitos e a contaminação das saídas de emergência.

O
modo comum de propagação do fogo em um edifício é por meio de portas abertas,
escadarias e shafts não fechados, aberturas não protegidas e espaços confinados
que abrigam materiais combustíveis.  

COMPARTIMENTAÇÃO
VERTICAL

É
necessário assegurar a estanqueidade, de forma que todos os vãos abertos e
instalações que atravessam os vedos (shafts, dutos, eletrodutos, etc.) sejam
protegidos por materiais resistentes ao fogo.

 A compartimentação vertical é obtida
internamente pelos elementos horizontais de compartimentação:


entrepisos corta-fogo.


enclausuramento de escadas por meio de parede corta-fogo de compartimentação.


enclausuramento de elevadores e monta-carga.


poços para outras finalidades por meio de porta pára-chama.


selos corta-fogo.


registros corta-fogo (dampers).


vedadores corta-fogo.


elementos construtivos corta-fogo/pára-chama de separação vertical entre
pavimentos consecutivos.

Fonte:
Livro: A Segurança contra Incêndio no Brasil: Alexandre Itiu Seito • Alfonso
Antonio Gill • Fabio Domingos Pannoni • Rosaria Ono  • Silvio Bento da Silva • Ualfrido Del Carlo •
Valdir Pignatta e Silva
Marcadores: incêndio

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